Reunião marca início das comemorações dos 18 anos do Estatuto
Esse foi o objetivo da audiência da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, que reuniu autoridades dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, representantes do Conselho Tutelar e Pastoral do Menor.
A reunião aconteceu hoje, 25 de junho, às 14 horas, no Plenário Paulo Portugal, por solicitação da vereadora Neila Batista (PT), que é membro da Frente Parlamentar Municipal em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Comemoração
Esse foi o primeiro evento de comemoração nacional dos 18 anos do ECA em Belo Horizonte, cumprindo o que foi decidido pelo Fórum Estadual e Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,movimentos e frentes parlamentares, de que o evento destacaria temas relacionados aos atos infracionais cometidos por adolescentes.
Entre os assuntos discutidos, o destaque foi à adaptação do cumprimento de medidas do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). O Sinase foi aprovado em 8 de junho de 2006 pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
A juíza da Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, Valéria da Silva Rodrigues, afirmou que é preciso enxergar as medidas sócio-educativas como pena, como parte do “Direito Penal Juvenil”, não como uma forma de tornar mais branda a punição. “O menor é apreendido, julgado e recebe a pena. Nos casos em que precisar ficar preso, afastado da sociedade para depois ser re-socializado, ele ficará”, ressaltou.
Cuidados
De acordo com a vereadora Ana Paschoal (PT), o que falta são adultos mais humanos para lidar com os adolescentes, uma vez que eles precisam de atenção e muitas vezes são tratados de forma bruta. “Meus pais me ensinaram o que eu sei de melhor, como honestidade, respeito e religiosidade. Mas eles eram muito rígidos também”, lembrou.
O vereador Antônio Pinheiro (PSDB) disse que atualmente se discute muito sobre a causa dos adolescentes, principalmente sobre aqueles que cometem infrações, mas há pouca ação no sentido de melhorar a situação. “Hoje as crianças e adolescentes cobram de nós o que lhes são de direito, aquilo que não soubemos dar a eles”, afirmou.