Vereadores cobram políticas públicas em atenção à população de rua

Em reunião plenária nesta terça-feira (8/10), os parlamentares levantaram a discussão sobre o aumento da violência contra os moradores de rua na capital e a superlotação dos abrigos públicos. Ainda, foi retomado o debate sobre a instalação de uma escola automotiva na antiga sede do Mercado Distrital de Santa Tereza pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e os impactos para a comunidade local. A reunião foi encerrada antes da apreciação dos projetos de lei em pauta por falta de quórum.

O vereador Pedro Patrus (PT) lamentou a grande violência sofrida pelos moradores de rua e cobrou ações mais efetivas do Executivo para garantir os direitos e a segurança dessa população. Na mesma perspectiva, Gilson Reis (PCdoB) lembrou a importância de se fazer uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as circunstâncias e razões do alto número de mortes de moradores de rua em Belo Horizonte, destacando que a capital é recordista nacional em assassinato da população de rua. O parlamentar repudiou recente manifestação de alguns moradores do bairro de Lourdes (região Centro-Sul) que estariam jogando água e orientando as pessoas a não fazerem doações de alimentos e agasalhos a moradores de rua.

Já o vice-líder de governo na Casa, vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV), afirmou que os atos de violência contra os moradores de rua não são de responsabilidade da Prefeitura. “Violência tem em todo lugar, em toda cidade. Talvez seja mais uma questão de segurança pública, da Polícia Militar”, completou.

Marcelo Aro (PHS) ressaltou a superlotação dos abrigos públicos da cidade e aproveitou para defender a construção de novas casas de apoio para receber a população de rua em horário noturno. Professor Wendel (PSB) também cobrou ampliação das políticas municipais nessa área, anunciando a realização de audiência pública no próximo dia 16/10 “para traçar um grande plano de combate ao crack, principalmente na região da Lagoinha (regional Noroeste)”, afirmou o parlamentar.

Santa Tereza

Marcelo Aro, Sérgio Fernando e Joel Moreira Filho (PTC) aproveitaram para defender projeto da Prefeitura que cede à Fiemg o imóvel do antigo Mercado Distrital de Santa Tereza (região Leste da capital) para instalação de uma escola profissionalizante automotiva. Para os parlamentares, a iniciativa traria benefícios a Belo Horizonte, favorecendo a formação dos jovens e a geração de empregos.

Em perspectiva contrária, a bancada de oposição destacou que o projeto não se trata de uma valorização da educação, mas de um pretexto para flexibilizar o potencial construtivo em Santa Tereza, favorecendo a especulação imobiliária na região. “A questão não é a educação. Afinal, a cidade tem vários espaços que poderiam abrigar essa escola. O objetivo ali é quebrar a ADE para verticalizar o bairro”, afirmou Gilson Reis, lembrando que uma escola estadual que já funciona no local será fechada para dar lugar à sede de apoio administrativo do empreendimento da Fiemg. O parlamentar destacou que a comunidade local é contra o fechamento da escola estadual e a instalação da escola automotiva, assim como não apoia as obras de infraestrutura viária previstas para a região, como alargamento de vias e consequente desapropriação de famílias e retirada de praças públicas. Foi sugerida a realização de um plebiscito local para apurar a opinião dos moradores sobre o projeto.

Assista aqui à reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional