ORDEM DO DIA

Controle de glicemia em tempo real pode ser votado em 2º turno nesta quinta (7)

PL beneficia pacientes com diabetes tipo 1. Também em pauta, produtos químicos em áreas públicas e manobras de desengasgo em bebês

quarta-feira, 6 Agosto, 2025 - 17:00
Homem com sensor de glicose no braço direito

Foto: Freepik

O Plenário da Câmara Municipal pode votar, em 2º turno, nesta quinta (7/8), o Projeto de Lei (PL) 18/2025, que autoriza a Prefeitura de Belo Horizonte a fornecer aparelho sensor de monitoramento contínuo de glicose, para pacientes com diabetes tipo 1. De acordo com o autor da proposta, Pablo Almeida (PL), além de dispensar “as inúmeras picadas incômodas durante o dia”, o aparelho traz resultados mais completos sobre a trajetória dos níveis de açúcar ao longo do dia. Também em 2º turno, está na pauta o PL 84/2025, que estabelece regras para o uso de substâncias químicas com potencial de fazer mal à saúde de pessoas e animais em áreas públicas ou particulares com livre acesso ao público, de autoria de Wanderley Porto (PRD) e outros seis parlamentares. Já em 1º turno, deve ir à votação dos vereadores o PL 126/2025, assinado por Sargento Jalyson (PL), que trata da inclusão de cursos sobre manobras de desengasgo em bebês nas unidades de saúde da rede pública do município. A reunião está marcada para ocorrer no Plenário Amintas de Barros a partir das 14h30, e pode ser acompanhada presencialmente ou de forma remota pelo portal ou  canal da CMBH no YouTube

Controle de glicemia

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 600 mil pessoas são afetadas no país pelo diabetes tipo 1, que é uma doença crônica não transmissível e hereditária. A enfermidade é caracterizada pela destruição das células do pâncreas responsáveis pela produção e secreção da insulina. A consequência é que pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo e a glicose se acumula no sangue. O tratamento exige o uso diário de insulina para regular os níveis de glicose. 

Segundo a justificativa do PL 18/2025, o diabetes pode causar o aumento da glicemia, e as altas taxas podem levar a complicações no coração, artérias, olhos, rins e nervos. Em casos mais graves, pode levar à morte. O sensor de monitoramento contínuo de glicose possibilita que, para saber as taxas em um determinado momento, basta passar um dispositivo portátil perto do sensor. 

“Essa inovação tecnológica facilita e melhora sobremaneira a vida de quem convive com diabetes, principalmente de crianças e adolescentes”, afirma Pablo Almeida. 

Emenda

O líder do Governo, vereador Bruno Miranda (PDT), apresentou substitutivo-emenda à proposta acrescentando, entre outras mudanças, artigo que estabelece a concessão do benefício “mediante critérios definidos pelo Poder Executivo”. A viabilidade dos métodos de leitura dos dados glicêmicos também será avaliada “em consonância com o Protocolo Estadual de Diabetes e com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapèuticas do Ministério da Saúde ou outras normas que a substituam”. 

O PL 18/2025 foi aprovado em 1º turno por 38 votos favoráveis e nenhum contrário. Para a aprovação definitiva, é necessário o voto favorável da maioria dos parlamentares (21). Na sequência, o texto segue para sanção ou veto do Executivo.

Produtos químicos em áreas públicas

De acordo com os autores do PL 84/2025, a ampla utilização de praguicidas em áreas públicas ou particulares com acesso público tem resultado em aumento do número de intoxicações humanas e animais. Segundo a justificativa da proposta, aprovada em 1º turno por 39 votos favoráveis e nenhum contrário, a prática oferece riscos sobretudo a crianças pequenas e animais de estimação. Os problemas à saúde podem variar de irritações na pele e vômitos a falta de ar, aceleração cardíaca e “distúrbios com mais gravidade”. 

O projeto de lei define que o uso de saneantes domésticos, produtos tóxicos e radioativos, ou qualquer substância que possa causar dano à saúde, só possa ser feito se o ambiente for isolado durante o tempo em que houver risco. O texto determina ainda a colocação de placa ou cartaz com advertência e informações da utilização, data da aplicação e o nome do produto.  

“A não ser que o jardim seja seu, você não terá muitas certezas e garantias do que já foi utilizado para mantê-lo em dia. Pesticidas, alguns tipos de fertilizantes e produtos químicos que servem para proteger ou desenvolver as plantas, podem agir como um verdadeiro veneno no organismo do seu animal”, afirmam os autores da proposta. 

O PL não recebeu emendas e para seguir para sanção ou veto do Executivo precisa do voto favorável da maioria dos vereadores da Casa (21). 

Desengasgo em bebês

Segundo a justificativa do PL 126/2025, dados do Ministério da Saúde indicam que, anualmente, cerca de 3 mil crianças com menos de um ano de idade são atendidas em prontos-socorros no Brasil devido a engasgos. O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais registrou, somente em 2024, 289 ocorrências de obstrução de vias aéreas por engasgo em crianças de até 4 anos. Números como esses fizeram com que o vereador Sargento Jalyson propusesse a obrigatoriedade da inclusão de cursos e instruções sobre manobras de desengasgo em recém-nascidos e bebês, no acompanhamento do pré-natal e pós-natal, nas unidades de saúde da rede pública do município de Belo Horizonte. 

O autor da proposta ressalta que os engasgos podem levar a graves sequelas e até mesmo à morte. Para o parlamentar, o treinamento em manobras de desengasgo “é uma medida preventiva fundamental, que capacita todos os profissionais que atuam em maternidades e hospitais para agir com eficiência em emergências a fim de reduzir o risco de complicações graves ou mortes evitáveis”. 

“A inclusão das gestantes da rede pública e privada nesse treinamento garante que as famílias tenham acesso ao conhecimento necessário para prevenir e lidar com possíveis emergências em casa”, diz Jalyson. 

Os cursos deverão ser teóricos e práticos, ministrados preferencialmente de forma presencial por profissionais qualificados em primeiros socorros, sendo recomendado que tenham experiência em pediatria e neonatologia. Além da oferta de treinamento ser comunicada à gestante, a seu companheiro, a cuidadores e a responsáveis legais, as unidades deverão ter cartazes com as informações. 

Para o PL seguir tramitando e retornar às comissões para análise de emendas, é necessário o voto favorável da maioria dos membros da Câmara (21). 

Superintendência de Comunicação Institucional