Moradores cobram acesso entre os bairros Pilar, Olhos D’Água e Jardim Liberdade

A Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana realizou, na tarde desta segunda-feira (15/12), audiência pública para discutir demandas de planejamento urbano dos bairros Pilar e Olhos D’Água, na regional do Barreiro. A principal queixa de moradores e comerciantes é em relação à falta de um acesso ao vizinho Jardim Liberdade, o que acaba deixando a área “isolada”. De acordo com os presentes, a única via de acesso é o Anel Rodoviário e a linha férrea da mineradora  Vale seria um entrave para a construção de uma travessia no local. Vereadores solicitantes do encontro, Professor Juliano Lopes (Pode) e Wanderley Porto (PRD), se comprometeram a marcar uma reunião com o prefeito Álvaro Damião para buscar uma solução viável.

 

 

De acordo com Wanderley Porto, o acesso entre os bairros Jardim Liberdade, Pilar e Olhos d’Água é uma demanda antiga, que traria ganhos não apenas para a mobilidade urbana, mas também para a questão de segurança. “Desde que assumimos nosso mandato firmamos um compromisso de resolver essa questão, que é de toda a região, pois pode evitar o tráfego no Anel Rodoviário”, disse. Para Professor Juliano Lopes, a recente municipalização do Anel pode ser uma oportunidade para realização da intervenção. “Estamos em contato com a diretoria da Vale e vamos agendar uma reunião após o Carnaval para tratarmos desse assunto”, afirmou. 

 

O representante da Associação Comunitária do bairro Pilar e Adjacências, Damião Reis, ressaltou que está no bairro desde 1972 e já naquela época se deparava com essa demanda. “O bairro só tem saída, não tem entrada. Quando acontece qualquer acidente no Anel, ficamos ilhados, presos”, falou. Líder comunitária do Jardim Liberdade, Thais Tamara lembrou que quando foi aberto o primeiro posto de saúde da região, no Olhos D’Água, “era preciso passar por baixo da linha do trem para ter acesso ao serviço”.  

 

 

A diretora da Escola Municipal Pedro Nava, Ana Maria Gonçalves dos Santos, relatou que vem tendo dificuldade em recrutar professores exatamente pela dificuldade de acesso. Moradora da cidade de Nova Lima, ela trabalha no local desde 2001. “É uma escola boa, com crianças ótimas, mas sempre que um professor se aposenta temos esse problema”, contou. Ela disse ainda que a rua São Pedro da Aldeia, onde a instituição de ensino está localizada, sofre com o tráfego intenso de veículos pesados. “Quando acontece um acidente no Anel, à tarde, quem deveria sair às 17h30 precisa ficar na escola até 20h, às vezes 21h”, falou. 

 

De acordo com a arquiteta e urbanista Jussara Bellavinha, subsecretária de Operações de Transporte e Trânsito da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, foram feitos alguns estudos para tentar solucionar a questão do acesso, mas todos se depararam com um terreno da Vale, que não é público. “Há também o problema da ferrovia, já que a melhor das soluções se choca com a linha férrea e há uma diretriz da Vale de não ter transposição em nível (no mesmo plano) em sua malha ferroviária”, disse. 

 

 

Ao término da reunião, Professor Juliano Lopes e Wanderley Porto reafirmaram que estão em tratativas com a diretoria da Vale, para apresentar a demanda dos moradores. Os vereadores disseram também que conversaram com o secretário municipal de Governo, Guilherme Catunda Daltro, e acertaram para breve a reunião com o prefeito Álvaro Damião, quando discutirão soluções a curto, médio e longo prazo. “Assim que tivermos a data vamos convidar todas as lideranças dos moradores”, afirmou Wanderley.