SAÚDE

SUS-BH realizou mais de 6 milhões de atendimentos ambulatoriais em 2025

Atendimentos nos centros de saúde foram 2 milhões, e internações 70 mil no 1º quadrimestre. Dois bilhões e meio de reais foram empenhados

quarta-feira, 28 Maio, 2025 - 19:30

Foto: Cristina Medeiros/CMBH

Mais de 6,2 milhões de atendimentos foram realizados na rede ambulatorial especializada de Belo Horizonte entre os meses de janeiro e abril de 2025. Nos centros de saúde foram registrados 2 milhões de atendimentos e as internações hospitalares passaram de 70 mil. Esses são alguns dos números apresentados nesta quarta-feira (28/5), durante prestação de contas de gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade à Comissão de Saúde e Saneamento. Nos primeiros quatro meses do ano, foram empenhados quase R$ 2,5 bilhões, o que corresponde a cerca de 34% do total do orçamento destinado à saúde pela Prefeitura de BH (R$ 7,3 bilhões). Parlamentares questionaram os gestores sobre presença da Guarda Municipal nos centros de saúde, falta de profissionais especializados e atuação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), entre outros assuntos. Confira aqui o resultado completo da reunião.

O presidente da comissão, José Ferreira (Pode), levantou a necessidade de ampliação da rede de saúde bucal. Para ele, seria necessário ter ao menos um centro de saúde odontológico em cada uma das dez regionais - atualmente são quatro. “Quando a saúde bucal não está em dia, a pessoa nem ri e isso acaba afetando sua autoestima”, afirmou. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o índice de cobertura estimada de saúde bucal na atenção básica está em 55,24%, acima da meta de 48,55%.

José Ferreira falou também que vem recebendo muitas reclamações em relação à demora do atendimento do Samu.

“Chegaram até esta comissão relatos de que o atendimento pode demorar duas horas. E sabemos que a demora, muitas vezes, significa vidas perdidas”, disse o presidente.

O vereador questionou ainda se essa possível lentidão não teria a ver com a troca da empresa prestadora de serviços à prefeitura, no ano passado. O secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias, garantiu que a troca não impactou o atendimento. Ele salientou que cinco novas ambulâncias foram entregues neste mês de maio. A cidade conta, atualmente, com 28 ambulâncias, sendo 22 para suporte básico e seis de suporte avançado.

Vacinação

Os índices de cobertura vacinal em BH foram alvo do questionamento de Helinho da Farmácia (PSD). De acordo com o secretário, esses índices estão abaixo do ideal, sim. Para tentar elevá-los, a prefeitura está investindo em levar as campanhas para além dos postos de saúde, em locais como rodoviária, estações de metrô e shoppings centers. Para a vacinação contra a gripe, por exemplo, a cobertura entre os grupos prioritários está em 48,30%.

“Acreditamos que quem iria procurar os postos de saúde para se vacinar, já fez isso. Atingimos o teto. Nossa missão, agora, é levar as doses para onde a população está. E contamos, inclusive, com a ajuda de todos na divulgação das nossas agendas com o objetivo de alcançarmos índices mais altos”, afirmou Danilo Borges Matias.

Segurança

Maninho Félix (PSD) manifestou preocupação com rumores de que a Guarda Municipal deixaria as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). “Com a ausência de porteiros nos postos, a presença dos guardas municipais é essencial”, salientou. O secretário Danilo garantiu que não há, no momento, nenhuma orientação nesse sentido. A presença da Guarda foi definida pela prefeitura depois que médicos, enfermeiros e outros trabalhadores foram alvo de uma onda de agressões, em 2023.

José Ferreira sugeriu, então, que a administração municipal fizesse uma campanha de conscientização da importância do respeito a esses profissionais. Ele lembrou que o desacato a funcionário público no exercício de sua função é crime.

Emendas parlamentares

Dos mais de R$ 104 milhões destinados à rede SUS-BH por emendas parlamentares municipais, mais de 80% foram para a rede especializada, rede hospitalar e rede de urgência e emergência. Cerca de 8% foram para a atenção primária à saúde e 6% para a construção, ampliação e reforma de unidades de saúde. Danilo Borges Matias disse que esses recursos devem começar a ser aplicados em breve e aproveitou para fazer um “apelo”. Ele pediu que os vereadores, no momento em que forem escolher o destino das verbas, se atentassem à diversidade da rede. “As receitas vindas dos governos federal e estadual são insuficientes e por isso é importante que as emendas fiquem mais alinhadas às nossas necessidades”, disse.

Concurso público

Neném da Farmácia (Mobiliza) questionou o secretário sobre a carência de profissionais especializados, como angiologistas, ginecologistas e pediatras. “Recebemos muitas queixas da população de que a marcação de uma consulta com algum desses profissionais chega a demorar meses”, afirmou o parlamentar. Danilo Borges Matias reconheceu que manter esses profissionais no serviço público municipal é um desafio e que muitas vezes a reposição tem de ser feita com contratos temporários.

O secretário lembrou que a prefeitura publicou, em março, o edital do concurso público para o provimento de cargos na área. Estão previstas 582 vagas, divididas em 72 para técnico superior de saúde, 21 para enfermeiro, 204 para técnicos de serviços de saúde, 267 para médicos e 18 para cirurgiões dentistas. Poderão ser classificados até 14.426 candidatos e as provas objetivas, primeira etapa da seleção, estão previstas para o mês de agosto.

Confira outros números da rede SUS-BH