AUDIÊNCIA PÚBLICA

Doença falciforme, que gera anemia crônica, está em pauta na Câmara

Evento pretende dar visibilidade à doença que atinge predominante a população negra e exige atenção médica permanente

terça-feira, 16 Novembro, 2021 - 10:15

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

"O que a cidade precisa saber sobre saúde e assistência à pessoa com doença falciforme" é tema da audiência pública que a Comissão de Saúde e Saneamento vai realizar na próxima quarta-feira (17/11), às 13h, no Plenário Paulo Portugal. Requerido por Macaé Evaristo (PT), o evento vai discutir a doença, que provoca alteração nos glóbulos vermelhos, gerando anemia crônica, e atinge predominante a população negra. Parlamentares e convidados vão participar da reunião por videoconferência, e a população também poderá integrar o debate enviando perguntas, comentários e sugestões por meio de formulário eletrônico.

De acordo com Macaé, a audiência se justifica pela necessidade de dar visibilidade, partilhar conhecimento sobre a doença e as possibilidades do trabalho em saúde para a melhoria da qualidade de vida das pessoas portadoras da anemia falciforme. Ela também chama atenção para o fato de que a doença falciforme é grave e exige atenção médica permanente

A doença é mais frequente em povos africanos, mas está presente em todos os continentes como consequência das migrações populacionais. Dados do Ministério da Saúde apontam que este é um dos distúrbios genéticos e hereditários mais comuns no país, sendo a anemia a principal manifestação.

Diagnóstico e tratamento

O teste do pezinho, realizado preferencialmente entre o 3º e 5º dia de vida da criança nas unidades de saúde de Belo Horizonte, detecta doenças metabólicas, genéticas ou infecciosas, incluindo a doença falciforme. Quando a doença é diagnosticada, a criança é direcionada a um centro de referência para ser acompanhada e evitar possíveis complicações. Em Minas Gerais, a Fundação Hemominas é referência ambulatorial para esses casos.

O fluxo assistencial da linha de cuidado da doença falciforme em Belo Horizonte tem como referência de atendimento para eventos agudos em crianças o Hospital Infantil João Paulo II. Para casos de eventos agudos em gestantes e casos de priapismo em homens (adolescentes ou adultos), a referência é o Hospital Metropolitano Odilon Behrens. Já os eventos agudos de adolescentes e adultos atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são encaminhados prioritariamente para o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, e casos que exigem especialidades não existentes no hospital são atendidos em outras unidades hospitalares de acordo com a grade de urgência.

De acordo com a Prefeitura, de janeiro a agosto de 2019, o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro registrou 45 internações de 39 pacientes com doença falciforme. Quando chegam à unidade, eles são acolhidos pela clínica médica. O tratamento inclui analgésicos, hidratação venosa e abordagem multiprofissional nas áreas de psicologia, nutrição, serviço social, terapia ocupacional, hematologia, dependendo de cada caso.

Convidados

Foram convidados para a audiência representantes da Secretaria Municipal de Saúde; Fundação Hemominas; Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG; Complexo de Urgência e Emergência do Hospital João Paulo II; Associação de Pessoas com a Doença Falciforme do Estado de Minas Gerais; e da Federação Nacional de Associações de Pessoas com Doença Falciforme.

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