ORDEM DO DIA

Extinção de isenções fiscais a empresas de ônibus segue na pauta do Plenário

Vetos ao PL que revoga isenção de ISSQN e Taxa de Gerenciamento e a emendas ao PPAG 2022-2025 estão entre os temas que podem ser analisados

segunda-feira, 7 Março, 2022 - 15:45

Foto: Adão de Souza/PBH

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) vetou integralmente projeto de lei de iniciativa parlamentar que extingue isenções do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e da Taxa de Custo de Gerenciamento Operacional (CGO) para empresas de ônibus de BH. Segundo o Executivo, a revogação dos benefícios às concessionárias do transporte coletivo implicaria em repasse e possível aumento das passagens. Na Ordem do Dia desta segunda (7/3), o veto e outras proposições não foram analisados por falta de quórum para a continuidade da reunião, que foi aberta com 38 presenças, mas teve que ser encerrada quando apenas 17 vereadores marcaram participação (era necessário o registro de no mínimo 21 parlamentares). A derrubada do quórum foi anunciada na reunião anterior pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora, Professor Juliano Lopes (Agir), como forma de protesto contra declarações do prefeito consideradas ofensivas à presidente Nely Aquino (Pode) e à Câmara Municipal. Falando em nome dos Blocos Democracia e Independência, Independente e Todos por BH, da bancada do Partido Progressista (PP) e de outros vereadores (confira cada composição), Juliano Lopes disse que a obstrução à apreciação de projetos ocorreria até que Kalil pedisse desculpas. Com isso, o veto segue na pauta do Plenário de terça-feira (8/3), às 15h, quando poderá ser mantido ou derrubado pelos vereadores (o que depende de 25 votos). Completam a Ordem do Dia da próxima reunião outros quatro vetos e propostas de apoio a estudantes e professores no pós-pandemia e divulgação do serviço de remoção de animais mortos.

Proposto pelos membros titulares da CPI da BHTrans, que apurou irregularidades na concessão do serviço, na gestão dos contratos pelo Município e seu cumprimento pelas operadoras de transporte coletivo, e outros nove parlamentares, o PL 197/2021, revoga as Leis 10.638/2013, que isenta as empresas do pagamento do ISSQN, e 10.728/2014, que proíbe a cobrança da CGO de 2% sobre a receita das concessionárias, destinada à cobertura dos custos associados à fiscalização e regulação dos serviços pelo Município. A proposição foi aprovada por unanimidade no 1º turno e com apenas um voto contrário no 2º turno. O texto foi barrado por Kalil, que encaminhou a decisão à Câmara no dia 23 de dezembro. Se o veto for derrubado, como recomendou comissão especial que analisou a decisão do Executivo, a lei será promulgada.

O prefeito alega, na justificativa ao veto, que as revogações contrariam o interesse público, uma vez que as isenções foram dadas com o objetivo de possibilitar a redução das tarifas. “Assim como a isenção acarretou a diminuição obrigatória do preço, a revogação implicaria necessariamente no repasse dos encargos financeiros ao valor da passagem, atingindo sobretudo a população mais carente", afirma Kalil. O parecer da comissão especial que apreciou o veto afirma que as únicas beneficiárias da medida foram as empresas, pois a norma editada em 2013 destina toda a receita advinda da renúncia fiscal para a redução do valor das passagens, o que não ocorreu na prática por irregularidades no cálculo tarifário.

Mais quatro vetos

Também estão na pauta desta terça, veto parcial do Executivo a três dispositivos incluídos por emendas parlamentares no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para o quadriênio 2022-2025, aprovado na forma do PL 211/21 e sancionado na forma da Lei 11.337/2021, publicada no último dia do ano; o veto total ao PL 83/2021, de José Ferreira (PP), que amplia de 15 para 45 dias o prazo de recurso por infração ao Código de Posturas; o veto total ao PL 1691/2015, de Jorge Santos (Republicanos), que cria o Programa Ninhos de Leitura com vistas a estimular a prática e facilitar a troca gratuita de livros; e o veto total ao PL 181/2021, de Wesley (sem partido), que nomeia uma praça do Bairro Dom Cabral. Todos os vetos seguem sobrestando a pauta.

Projetos a serem apreciados

A Ordem do Dia inclui ainda o PL 102/2017, em 2º turno, e o PL 177/2021, em 1º turno, que só podem ser apreciados depois da votação dos vetos. O primeiro, de Álvaro Damião (União), torna obrigatória a divulgação, pela PBH do serviço de remoção de animais mortos de vias e espaços públicos da cidade, que pode ser acessado pelo telefone 156. O segundo, de Fernando Luiz (PSD), cria programa de auxílio psicoterápico aos alunos e profissionais de educação da rede municipal de ensino no retorno às atividades presenciais, tendo como foco a prevenção e atenuação de possíveis efeitos emocionais gerados pelo isolamento social durante a pandemia. Para serem aprovadas, ambas proposições precisam obter os votos favoráveis da maioria dos vereadores (21).

Superintendência de Comunicação Institucional