Proposta de implantação de ‘Cidade Esponja’ em pauta nesta sexta (12)
Projeto que declara o valor ecológico e cultural da Mata da Baleia também pode ser votado em 1° turno pelo Plenário
Foto: Rodrigo Clemente/PBH
A adoção de mecanismos sustentáveis de gestão das águas de chuvas para o controle de enchentes e alagamentos, prevista no Projeto de Lei (PL) 195/2025, deve ser apreciada no Plenário desta sexta-feira (12/12). De autoria de Juhlia Santos (Psol), a matéria propõe a adesão de práticas usadas por "cidades esponjas" como telhados verdes, bueiros ecológicos, valas de infiltração, jardins de chuva e pavimentos de revestimento permeável. Já o PL 338/2025, também na pauta na reunião, declara o valor ecológico, paisagístico e cultural da Mata da Baleia. Luiza Dulci (PT) e outros oito parlamentares que assinam o texto argumentam que o reconhecimento legislativo é uma forma de demarcar o interesse público sobre a preservação da área. Ambos os projetos tramitam em 1º turno, sendo que o primeiro precisa do voto “sim” de pelo menos 21 vereadores para seguir tramitando, enquanto o segundo precisa do voto favorável da maioria dos presentes. A reunião será realizada no Plenário Amintas de Barros, a partir das 14h30, e pode ser acompanhada no local ou de forma remota, pelo portal ou canal da CMBH no Youtube.
Cidade esponja
Com o objetivo de adotar soluções sustentáveis para o manejo das águas das chuvas e reduzir impactos ambientais causados pelas enchentes, o PL 195/2025 prevê a criação do Programa de Implantação da Cidade Esponja.
De autoria de Juhlia Santos, o projeto trata do incentivo do Poder Executivo à adoção de mecanismos como pavimentos permeáveis (permitem infiltração e armazenamento temporário da água no solo), telhados verdes (vegetação instalada em edificações), jardins de chuva (áreas verdes projetadas para reter e absorver o escoamento da água), valas/trincheiras de infiltração (depressões em terreno permeável que proporcionam infiltração da água no solo) e bueiros ecológicos (ralos e bocas de lobo com estrutura compatível para reter resíduos, evitando entupimento de galerias pluviais subterrâneas).
“A implementação dos mecanismos elencados não apenas reduz o risco de inundação, objetivo primordial deste projeto de lei, mas também melhora a qualidade da água, amplia sua disponibilidade, mitiga os efeitos das ‘ilhas de calor’, contribuindo para a regulação da temperatura, aumentando os espaços verdes abertos e, consequentemente, a qualidade de vida”, afirma a vereadora.
O documento explica que “cidade esponja" é um modelo de gestão de inundações e fortalecimento de infraestrutura ecológica e de sistemas de drenagem que busca absorver, capturar, armazenar, limpar e reutilizar a água da chuva como mecanismo de redução de enchentes e alagamentos. O conceito foi criado pelo arquiteto chinês Kongjian Yu, inspirado nas práticas asiáticas de convivência com as chuvas no período das monções.
Mata da Baleia
Também na pauta no Plenário, o PL 338/2025 declara o valor ecológico, paisagístico e cultural da área conhecida como Mata da Baleia, correspondente à área da antiga Fazenda da Baleia. Os autores do projeto afirmam que seu reconhecimento no âmbito legislativo é uma forma de “demarcar o interesse público sobre a preservação da área, bem como de sua apropriação por usos culturais, religiosos e de lazer, sem que seja comprometida a proteção ambiental”. Eles também destacam que a mata está cercada por áreas urbanas adensadas e atividades minerárias, o que reforçaria a necessidade de reconhecimento.
Além de Dulci, assinam o PL os vereadores da bancada do PT, Dr. Bruno Pedralva, Pedro Patrus e Pedro Rousseff; as vereadoras do Psol, Cida Falabella, lza Lourença e Juhlia Santos; além de Edmar Branco (PCdoB) e Wagner Ferreira (PV).
“A Mata da Baleia protege as águas e nascentes do córrego [Navio Baleia] e contribui para a sua preservação. Além disso, cumpre um papel de preservação da biodiversidade, proteção de recarga hídrica e de controle de temperaturas e qualidade do ar, não apenas para o seu entorno, mas para toda a cidade”, justificam os autores.
O PL ainda destaca a relevância cultural e religiosa para religiões de matriz africana e grupos cristãos, além de conservar vestígios históricos do período colonial como muros de pedra construídos por pessoas escravizadas no antigo Curral Del Rey.
Tramitação
O PL 195/2025 recebeu parecer favorável pela aprovação nas comissões de Legislação e Justiça; de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana; de Saúde e Saneamento; e de Orçamento e Finanças Públicas. O PL 338/2025, por sua vez, recebeu o aval das comissões de Legislação e Justiça; de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana; de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo; e de Direitos Humanos, Habitação, lgualdade Racial e Defesa do Consumidor.
Ambos os projetos tramitam em 1º turno, sendo que o PL 195/2025 precisa do voto favorável da maioria (21) dos vereadores para seguir tramitando, enquanto o PL 338/2025 precisa da aprovação da maioria dos vereadores presentes. Se não receberem emendas e forem aprovados em 1º turno, os projetos ficam prontos para votação em 2º turno, o que pode acontecer já na reunião seguinte. Caso recebam emendas, retornam às mesmas comissões para análise e, em seguida, voltam ao Plenário para votação em caráter definitivo.
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