Proposta de melhoria na inclusão de alunos com TEA nas escolas avança em 1º turno
Criação de uma ficha de anamnese ampliada pode auxiliar equipe pedagógica na construção de estratégias eficazes de acolhimento

Fotos: Rafaella Ribeiro/CMBH
A proposta de obrigatoriedade da elaboração de uma ficha de anamnese específica para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas públicas, privadas e conveniadas de Belo Horizonte recebeu parecer favorável na Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, nesta quarta-feira (24/9). O PL 438/2025, apresentado por Diego Sanches (Solidariedade), visa garantir a coleta sistemática de informações relevantes sobre o histórico clínico, comportamental, educacional e social dos alunos com TEA, possibilitando a construção de estratégias pedagógicas individualizadas e mais eficazes. Ao justificar o parecer favorável, Irlan Melo (Republicanos) afirmou que o projeto propõe uma medida concreta e necessária que qualifica a política de educação inclusiva. O texto ainda será analisado por duas comissões de mérito antes de sua primeira votação em Plenário. Para seguir tramitando, a proposta precisa do voto favorável de 21 parlamentares. Confira aqui o resultado da reunião.
Informações detalhadas
De acordo com o texto, a ficha de anamnese ampliada – que deve ser preenchida no ato da matrícula, transferência escolar ou início do acompanhamento educacional – vai reunir informações detalhadas sobre o estudante com TEA com o objetivo de garantir uma inclusão segura, acolhedora e eficaz. Em caso de transferência escolar, a ficha deve acompanhar o estudante, garantindo a continuidade das estratégias que funcionam e evitando retrocessos no processo de adaptação. Além do diagnóstico clínico e laudos, a ficha deve conter, entre outras informações, formas de comunicação do estudante, incluindo métodos alternativos, especialmente em casos de autismo não verbal; preferências, sensibilidades sensoriais e ambientais; estratégias que ajudam a acalmar o estudante e evitar crises; e observações sobre comportamento, alimentação, sono e medicações, se houver.
Ao defender a proposição, Diego Sanches afima que o conhecimento sobre o cotidiano do estudante vai permitir à equipe pedagógica promover um acolhimento adequado, de acordo com o perfil da criança.
“Esses elementos são essenciais para a elaboração de práticas pedagógicas mais assertivas, prevenindo situações de estresse e promovendo um ambiente escolar mais seguro, acolhedor e estimulante”, diz o parlamentar.
Respaldo e orientação adequada
Segundo o relator, além de recenhecer o papel da família, a iniciativa reforça o compromisso do Município com a construção de uma rede de ensino preparada para acolher a neurodiversidade com responsabilidade e competência. Irlan Melo destaca ainda que a obrigatoriedade de atualização anual, ou sempre que houver mudança significativa no quadro do estudante ou transferência de instituição, assegura a continuidade das práticas pedagógicas eficazes, evitando retrocessos no processo de inclusão e favorecendo a adaptação em novos contextos escolares.
"Ao prever o suporte técnico da Secretaria Municipal de Educação para a implementação da medida, o PL busca garantir que as instituições de ensino tenham respaldo e orientação adequados para o correto preenchimento, atualização e uso pedagógico das informações coletadas", afirma Irlan.
Em seu parecer, a Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) destacou que o texto está de acordo com os preceitos da Constituição Federal no que tange ao acesso universal à educação; à igualdade de acesso e permanência na escola; e ao dever do Estado de garantir atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência. O texto ainda será analisado na Comissão de Direitos Humanos, Habitação, lgualdade Racial e Defesa do Consumidor; e na Comissão de Saúde e Saneamento, antes de ser apreciado pelo Plenário para votação em 1º turno. Para ser aprovada, a proposta precisa do voto favorável da maioria dos parlamentares (21).
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