Vereadores vão fiscalizar obras de captação de água no Rio Paraopeba
A visita tem como objetivo averiguar a situação das obras de responsabilidade da Vale que afetam diretamente o abastecimento da RMBH
Foto: Heldner Costa/CMBH
Na próxima quarta-feira (24/2), às 10h, a Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana irá até o município de Brumadinho conferir como andam as obras da nova captação de água no Rio Paraopeba, de responsabilidade da Mineradora Vale. A finalidade é fiscalizar e acompanhar a obra que tem como meta garantir o abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os autores do requerimento para realização da visita, Bella Gonçalves (Psol) e Irlan Melo (PSD), afirmam que a Câmara Municipal de Belo Horizonte deve atuar a fim de acelerar a conclusão da obra de captação de águas e restabelecer o sistema de abastecimento, que foi comprometido após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em janeiro de 2019. O ponto de encontro será no Clube Aurora, situado na Rua Presidente Getúlio Vargas, 1490, em Brumadinho. Estão convidados para participar da atividade os engenheiros responsáveis técnicos pela obra e representantes da Copasa e da Vale S.A.
Resposta a pedido de informação enviado pela Copasa e pela Vale no final de 2020 aos vereadores de comissão especial de estudo que tratou do tema, afirma que o cronograma original para implantação de nova captação de água do Rio Paraopeba, localizada 12 km acima da captação da Copasa, não foi cumprido por ser “bastante agressivo devido ao caráter emergencial, prevendo, inclusive, grande parte das atividades em período de chuva”. Com base nessas informações, e atendendo a um pedido do Ministério Público, a empresa deu início ao comissionamento com vazão de 1,0 m³/s no mês de dezembro de 2020. Na mesma resposta, a Vale informou que a captação seria feita de forma “crescente até a conclusão das obras definitivas da nova captação e atingimento da capacidade nominal de 5,0 m³/s até fevereiro de 2021.” A comissão especial apresentou relatório final no dia 16 de dezembro, quando informou que “o prazo estabelecido para a entrega da nova fonte de captação no Rio Paraopeba não foi cumprido e a cidade permanece em risco”
Crime ambiental
Com o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, localizada em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, que deixou mais de 250 mortos e 11 desaparecidos, a captação de água da Copasa no Rio Paraopeba foi interrompida, comprometendo o abastecimento de Belo Horizonte. Quatro meses depois do rompimento, a Vale se comprometeu a construir nova captação de água do rio, com prazo de entrega inicial para setembro de 2020, o que não ocorreu.
Em funcionamento desde 2015, a estrutura de captação de água da Copasa instalada no Rio Paraopeba, em Brumadinho, extraía até cinco mil litros de água bruta por segundo no manancial. O volume captado era encaminhado, por meio de adutora de aço, à Estação de Tratamento (ETA) do Rio Manso, onde se integra ao Sistema Paraopeba, composto pelas represas do Rio Manso, Serra Azul e Várzea das Flores. O sistema é responsável pelo abastecimento de água para mais de dois milhões de pessoas em BH e na região metropolitana.
Superintendência de Comunicação Institucional