Líder de governo, Bruno Miranda é o entrevistado da semana em videocast

O que faz o líder do governo? Essa foi a primeira questão que o vereador Bruno Miranda (PDT) respondeu ao ser entrevistado para o videocast Câmara em Foco, iniciativa da Câmara Municipal de Belo Horizonte para apresentar aos belo-horizontinos os parlamentares da Casa. Sétimo vereador a participar do programa, Bruno explicou que sua principal função é servir de "ponte" entre os colegas e o Poder Executivo. “A gente ajuda para que essa interlocução seja a melhor possível. Trabalhamos ainda na construção dos projetos dos parlamentares, para que nenhuma questão técnica ou impedimento legal possa impedir que uma boa ideia não seja de fato efetivada e sancionada pelo prefeito”, afirmou. Cirurgião-dentista, professor de história e servidor público estadual, Bruno Miranda está há quatro mandatos no Legislativo, e é um dos vereadores mais experientes da Câmara. Ao longo do bate-papo, ele falou sobre projetos de sua autoria e também a respeito de sua atuação na defesa de propostas enviadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, a exemplo do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO); a desafetação de vias no bairro Gameleira para a construção de um hospital estadual; e o controverso PL que diminui de 5% para 2% a alíquota do ISSQN para casas de apostas virtuais que se estabeleçam na capital. 

Incentivo às bets

Para defender a ideia da Prefeitura de Belo Horizonte de diminuir a cobrança sobre as bets, Bruno Miranda lembrou o caso de uma empresa de apostas virtuais que deixou de instalar seu escritório na capital mineira e foi para Nova Lima, por ter encontrado na cidade vizinha condições mais vantajosas. “No ano passado Nova Lima arrecadou R$ 100 milhões com ISSQN e está a duas ruas de nós”, afirmou. Para ele, é legítimo que o prefeito Álvaro Damião pense em atrair investimentos para a cidade. 

“Eu entendo que esse assunto esteja cercado de polêmica, mas as bets estão aí, no rádio, na televisão, patrocinando clubes de futebol. Instaladas aqui em Belo Horizonte, Nova Lima, Contagem, Betim, Nova Zelândia ou Japão, o pessoal está jogando. A intenção do prefeito é melhorar a arrecadação do município para fazer investimentos”, disse Bruno. 

PLDO e hospital estadual

Apesar de, no primeiro semestre, a Câmara ter analisado poucos projetos do Executivo, essa situação, segundo Bruno Miranda, já começou a mudar, e a chegada de projetos enviados pelo prefeito deve se intensificar. “No primeiro semestre, nosso trabalho maior foi de interlocução e construção de uma nova base”, disse. Agora, a atenção se volta aos projetos. Ele citou a importância do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), aprovado em turno único no início de agosto. “Depois de muito diálogo com os vereadores, conseguimos superar as divergências e incorporar no texto as emendas que até então estavam de fora”, afirmou.

Outro PL que exigiu trabalho de "convencimento" foi o que desafeta e autoriza a alienação de quatro trechos de vias no bairro Gameleira para a construção de um hospital do estado. A votação em primeiro turno foi marcada por tentativas de obstrução. “É legítimo e regimental que aqueles que entendem que o projeto precisa ser ajustado ou que não concordem com ele tentem obstruir. Mas graças ao esforço do Executivo e à nossa equipe de liderança aqui na Câmara, conseguimos vencer essa barreira”, disse. O PL voltou para as comissões para análise de emendas. 

Saúde bucal e mental

Dentista por formação, Bruno garantiu que confia na reorganização do setor odontológico na administração municipal, apesar de constantes reclamações tanto dos profissionais da saúde quanto de usuários. Para ele, a inauguração de novos centros de saúde e a reforma de antigos vai proporcionar uma melhora substancial na infraestrutura. Além disso, a criação da Diretoria de Saúde Bucal vai ajudar a realizar alguns ajustes administrativos dentro da Secretaria Municipal de Saúde. 

Uma preocupação recente de Bruno é a saúde mental dos belo-horizontinos. “A gente percebe o adoecimento da sociedade. Andamos na rua, conversamos com o povo, vamos nos bares, nos botecos, tomamos cerveja, refrigerante, e nos damos conta que, dentro das famílias, tem muita gente sofrendo com essa questão”, afirmou. Para ele, é fundamental que a prefeitura olhe esse tema com mais cuidado e fortaleça a rede de apoio, para que mais psicólogos atendam a população.  

“Com esse 'boom' da tecnologia, muitas vezes falta conversa dentro de casa. Você chega e um menino está no celular, o outro está no celular, a esposa está no celular e acaba indo pro celular também. E ninguém conversa com ninguém”, ressaltou. 

Projetos e expectativas

Bruno Miranda destacou alguns projetos de sua autoria aprovados na Casa, como o que permite que bancas de jornais e revistas comercializem cerveja em lata ou em garrafa long neck. “Foi um pedido dos próprios jornaleiros porque, com a digitalização, você não acha mais nem jornais nem revistas nesses espaços. Eles precisam diversificar”, conta. Outra proposta que surgiu do diálogo com a sociedade foi a que prevê a substituição, nos estabelecimentos de ensino das redes pública e privada do município, do sinal sonoro por sinal musical. A ideia é diminuir o incômodo ou risco de pânico em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Nós estamos agora dialogando com a prefeitura para que os sinais sejam realmente substituídos. Isso vai levar muita inclusão às escolas”, disse. 

Um dos parlamentares mais experientes da Câmara Municipal, ele diz que tem visto, neste começo de legislatura, disposição tanto do presidente da Câmara, Professor Juliano Lopes (Pode), quanto do prefeito Álvaro Damião e de todos os vereadores, de estabelecer “uma relação profícua, de respeito e de sintonia para cuidar de Belo Horizonte”. De acordo com o líder do governo, a relação deve seguir dessa forma. “A Câmara é o lugar de fiscalizar, de questionar; mas o ambiente de respeito mútuo entre as instituições é fundamental para que a cidade possa avançar”, salientou. 

Superintendência de Comunicação Institucional