Comunidade cobra medidas para requalificação do Córrego Coqueiros, na Noroeste
Degradação ambiental e descarga irregular de lixo e esgoto coloca em risco a saúde de quem vive nas imediações do curso d’água
Foto: Abraão Bruck/CMBH
Nesta segunda-feira (14/12), moradores dos Bairros Pindorama e Jardim Filadélfia, na Região Noroeste de Belo Horizonte, participaram de audiência pública promovida pela Comissão de Saúde e Saneamento, por iniciativa do vereador José Ferreira (PP), para tratar da situação de degradação ambiental do Córrego Coqueiros, nas imediações da Rua Antulhe. A poluição do curso d’água tem trazido sérios prejuízos para a população do entorno, que reclama do mau cheiro, da sujeira e de situações de risco sanitário. Representantes do Executivo presentes no encontro se comprometeram a realizar estudos para avaliar a possibilidade de requalificação ambiental do local, bem como a implantar medidas emergenciais de limpeza e manutenção da área.
Como relata o vereador José Ferreira, a atual situação do córrego, que se encontra submetido a intensa deposição de lixo e esgoto, tem colocado em risco a saúde de quem vive às suas margens. De acordo com os moradores da região, além do mau cheiro, um problema adicional é a presença de ratos, cobras e outros animais peçonhentos no local. Para fazer frente à situação, uma das demandas apresentadas pela comunidade durante a audiência pública foi a canalização do curso d’água.
Requalificação ambiental
Representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Caroline Craveiro explicou que o procedimento seria inviável, uma vez que a legislação trata como área de preservação permanente os cursos d’água que, assim como o Córrego Coqueiros, ainda correm em seu leito natural, sendo, portanto, vedada a sua canalização.
Diretor-presidente da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), Claudius Pereira lembrou que, além das restrições legais, a canalização do trecho não seria uma solução duradoura, posto que o procedimento, por si só, não seria capaz de impedir a deposição de esgoto e de resíduos domésticos. Nesse sentido, segundo o gestor, o enfrentamento do problema exige, além da intervenção do poder público, a conscientização da comunidade no sentido de interromper o descarte irregular de lixo, bem como o fim da descarga clandestina de esgoto, por meio da conexão das residências com a rede da Copasa.
Visita ao local
Presente na audiência, o secretário Municipal de Obras e Infraestrutura, Leandro Pereira, acordou com a comunidade e com o vereador José Ferreira a realização de uma visita da pasta ao local, já na próxima semana, no intuito de avaliar in loco as melhores alternativas para solucionar os problemas. A expectativa é que, a partir do encontro, seja possível definir em diálogo intersetorial com os órgãos pertinentes procedimentos para a realização de medidas emergenciais, como limpeza da área, retirada de entulho e outros resíduos, bem como ações de combate a zoonoses e vetores de doenças. Por meio de articulação com a Copasa, apontou o secretário, outro objetivo é viabilizar a eliminação das ligações irregulares de esgoto.
Na mesma perspectiva, defendendo a atuação articulada de diferentes instância do poder público municipal, Claudius Pereira, da Urbel, sugeriu a elaboração de um projeto de requalificação da área, o que poderia abrir portas, em médio e longo prazo, para oferecer uma melhor condição de vida à comunidade. Depois de elaborado o projeto, o próximo passo seria a captação de recursos para a execução dos trabalhos previstos. De acordo com o gestor, uma das alternativas para custeio das obras seria a utilização de aportes garantidos via emendas parlamentares, sejam elas apresentadas por vereadores ou por representantes dos Poderes Legislativos Estadual e Federal.
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