Sócio da Transimão apresenta liminar e pode ser convocado novamente para depor
Maioria das perguntas não foi respondida e presidente da Comissão vai consultar jurídico da Casa para avaliar obrigatoriedade
Foto: Claudio Rabelo/CMBH
Ancorado em uma decisão judicial, Nilo Gonçalves Simão, sócio-administrador da Transimão Transportes Rodoviários Ltda, se esquivou de responder à maioria das perguntas dos parlamentares durante a oitiva da CPI Ônibus Sem Qualidade, realizada nesta quinta-feira (9/11). Acompanhado de seu advogado, o empresário se reservou o direito de ficar em silêncio diante dos questionamentos, referentes à troca da Viação Torres, uma das concessionárias do serviço, pela BHLeste, pertencente a Nilo Simão Filho, sem autorização da Prefeitura. O advogado Rodrigo Bruno informou que, no dia anterior à oitiva, foi deferido um habeas corpus limitando as informações que deveriam ser obrigatóriamente prestadas por seu cliente. As perguntas não respondidas serão avaliadas pelo corpo jurídico da CMBH e, caso não se enquadrem nos critérios da liminar, o depoente poderá ser convocado novamente.
Nilo Gonçalves Simão foi convocado a prestar esclarecimentos na condição de testemunha por ter sido mencionado em diversos depoimentos prestados à CPI sobre a troca das empresas. Ele afirmou que está há mais de dez anos afastado dos negócios devido à idade avançada e a problemas de saúde, e que as dívidas existentes quando da abertura das novas empresas foram assumidas por seu filho, Nilo Simão Júnior, que se apresentou à CPI como dono da BHLeste. O depoente relatou ter participado da última licitação do setor, em 2008, que, em sua opinião, penalizou os empresários e não foi boa para os os usuários; e confirmou que o Setra é a sucessão do Setransp.
Questionado sobre a participação no Consórcio Operacional Transfácil, que reúne empresas concessionárias, o empresário afirmou que hoje não participa mais; assegurou desconhecer a contadora Cely Bassi, que presta serviços para a empresa BHLeste, e não saber se ela também presta serviços para a Transimão. Contradizendo a informação da administradora da BHLeste, Ester das Graças Ferreira Gomes, ouvida na CPI em agosto, o empresário negou que ela trabalhe para ele.
Perguntas sem resposta
Entre muitas perguntas não respondidas, destacam-se o motivo das empresas não estarem em seu nome; se há dívidas no nome dele; se Nilo Júnior é o único herdeiro; como foi feito o pagamento de dívidas entre ele e Rubens Lessa, proprietário da empresa Saritur, e qual a relação com as empresas de Lessa; se é comum transferir veículos de uma viação para outra; e por que foram fundadas duas empresas.
Diante da recusa em responder perguntas, consideradas "simples e não comprometedoras" pelo conjunto de parlamentares, Sérgio Fernando de Pinho Tavares (PL) sugeriu ao presidente, Jorge Santos (Republicanos), que elas sejam encaminhadas ao corpo jurídico da Casa para que seja avaliado se estão ou não cobertas pela liminar. O presidente acatou a sugestão e, caso a omissão não se justifique, o empresário poderá ser novamente convocado para esclarecer essas questões.
Assista a íntegra da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional