Plenário

No Dia da Mulher, presidente da CMBH afirma ter sido vítima de machismo

Parlamentares prestaram solidariedade a Nely Aquino. Gilson Guimarães procurou Polícia Civil contra ameaças à sua vida

terça-feira, 8 Março, 2022 - 20:30

Foto: Abraão Bruck/CMBH

Neste Dia Internacional da Mulher (8/3), a presidente da Câmara Municipal afirmou, em Plenário, ter recebido ataques misóginos e machistas pelas redes sociais. Nely Aquino (Pode) contou ter apresentado representação criminal contra os ataques, além de ter protocolizado cópia da representação e do boletim de ocorrência para que constem da ação judicial que já havia aberto contra o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Ela o responsabiliza pelos ataques por entender que as ameaças recebidas pela internet estão relacionadas às críticas que lhe foram dirigidas pelo chefe do Executivo durante entrevista à imprensa. Parlamentares prestaram solidariedade à presidente, criticaram a violência política contra as mulheres e a sub-representação a que estão sujeitas nos espaços decisórios. Também vítima de ameaças, Gilson Guimarães (Rede) afirmou ter feito representação na Polícia Civil para que as providências cabíveis sejam tomadas; o vereador entregou à Câmara Municipal cópia do boletim de ocorrência e das ameaças por ele recebidas.

A presidente da Câmara disse não à violência política, ao machismo e à misoginia em seu discurso proferido nesta terça pelo Dia Internacional da Mulher, para o qual a Superintendência de Comunicação Institucional da CMBH preparou vídeo especial exibido em Plenário e veiculado nas redes sociais. “Não me ameacem, porque não vou baixar a cabeça para este tipo de ataque”, afirmou Nely Aquino em referência a ameaças recebidas pela internet, as quais foram objeto de representação criminal. A parlamentar conta que sofreu ataques pessoais contra sua honra e história e classificou as ameaças como baixarias de cunho machista e misógino.

Nely explicou que, com a proximidade da eleição prevista para ocorrer em outubro deste ano, os ataques contra ela se intensificaram. Ela também relacionou as ameaças feitas pelas redes sociais à atitude do prefeito, que a criticou em entrevista à imprensa. A parlamentar ainda pediu respeito à sua atuação e cobrou que sua vida privada não seja tema de seus adversários. “Machistas, suas agressões são socos no ar e não me calarão”, declarou Nely Aquino, que ainda aproveitou o 8 de março para desejar uma vida de “união, força e coragem” para as mulheres.

Solidariedade

Iza Lourença (Psol) prestou solidariedade a Nely Aquino, que, segundo ela, recebe ataques machistas por ser uma mulher na política. “Nos violentam por sermos mulheres, por sermos negras, por sermos indígenas, por sermos lésbicas, por sermos bissexuais, por sermos travestis, porque somos diversas”, afirmou a vereadora. Iza também lembrou a história de preconceito e lutas que marca a trajetória das mulheres. Impedidas de votar nos primeiros 40 anos da república brasileira, as mulheres ainda hoje estão sub-representadas nos parlamentos. A vereadora afirmou que a presença de mulheres nos espaços de decisão política continua sendo alvo de questionamentos e criticou políticos que considera ter posturas contrárias aos direitos das mulheres, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (PL), ao governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) e ao deputado estadual de São Paulo, pertencente ao Movimento Brasil Livre (MBL), Arthur do Val (sem partido).

Macaé Evaristo (PT) também prestou solidariedade à presidente da Câmara Municipal e afirmou que o exercício parlamentar de Nely não pode ser atacado pelo fato de ela ser mulher. Macaé salientou que são várias as mulheres vítimas de violência política na atualidade e disse que o 8 de março deve ser um dia de luta no qual os direitos das mulheres sejam reafirmados em todos os níveis. Diante das múltiplas violências a que as mulheres são submetidas na política, não apenas no que tange a gênero, mas também à raça, a parlamentar conclamou os vereadores para que a Câmara Municipal “seja exemplo permanente de respeito às diferenças”. “Que a gente não se cale diante da intolerância”, pediu Macaé ao reforçar que não se pode coadunar com qualquer prática – explícita ou não – que leve à violência de gênero ou de raça.

Ameaça à vida

Gilson Guimarães (Rede) afirmou que, em decorrência de ameaça à sua vida, fez representação na Polícia Civil para que as providências cabíveis sejam tomadas. Ele entregou cópia do boletim de ocorrência e das ameaças à Casa e afirmou que “uma ameaça a um parlamentar é também uma ameaça à democracia”. De acordo com Gilson, as ameaças tiraram sua tranquilidade, mas, ainda assim, manterá sua atuação política. “Não me calarei, continuarei trabalhando para minha comunidade, pois nunca tive medo e não terei medo de ameaça alguma”, garante o vereador.

Superintendência de Comunicação Institucional

14ª Reunião Ordinária - Plenário