AUDIÊNCIA PÚBLICA

Comissão vai discutir impactos socioambientais das mudanças climáticas

Relatório da ONU mostra cenário com estiagens cada vez mais longas e intensas, ao lado de aumento de enchentes severas

segunda-feira, 27 Setembro, 2021 - 14:00

Foto: Defesa Civil BH

“As mudanças climáticas já estão entre nós, ocorrendo de modo rápido, generalizado e estão se intensificando. Elas não têm precedentes em milhares de anos e, em alguns casos, já podem ser irreversíveis. A influência humana aqueceu o clima a uma taxa que não tem precedentes pelo menos nos últimos 2 mil anos". Essa é uma das conclusões da ONU em seu primeiro relatório do Grupo de Trabalho I do Sexto Relatório de Avaliação sobre os impactos das mudanças climáticas no mundo, que integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Belo Horizonte está em perigo, pois, segundo o relatório de “Análise de Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas do Município de Belo Horizonte” (feito pela empresa de consultoria WayCarbon, com o apoio da Prefeitura), a cidade vem sendo "afetada por eventos de chuvas intensas que impactam a população e, por vezes, geram tragédias”. Para discutir os impactos socioambientais das mudanças climáticas, além da sua interface com a vulnerabilidade da população e a responsabilidade dos gestores públicos com relação à temática, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana vai realizar uma audiência pública nesta terça-feira (28/9), às 13h40, no Plenário Helvécio Arantes, a pedido de Duda Salabert (PDT).

Na justificativa, a vereadora também trouxe outro dado do IPCC: a temperatura do planeta atualmente é 1,09° C maior que a observada no período de 1850 a 1900. Segundo a ONU, 1,07°C desse aquecimento é responsabilidade das ações humanas no planeta. “As mudanças climáticas têm a característica de aumentar a quantidade e a intensidade dos eventos extremos climáticos, de calor e precipitação, o que configura um novo cenário para a sociedade humana. Estiagens cada vez mais longas e intensas, e eventos cada vez mais extremos de chuva já vêm sendo vivenciados há alguns anos em nosso território”, afirmou o IPCC.  

Vulnerabilidade de BH

A Avenida Vilarinho, principal via de acesso à Região de Venda Nova, em Belo Horizonte, alvo de constantes alagamentos, foi citada na “Análise de Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas do Município de Belo Horizonte” e lembrada por Duda. Em outubro de 2015 a inundação teria atingido centenas de cidadãos, causando um prejuízo de R$ 2 milhões, em apenas 40 minutos de chuva. “As tendências do clima futuro indicam um aumento de 32% (trinta e dois por cento) na variação relativa à exposição climática de eventos associados a chuvas intensas em Belo Horizonte, potencializando o risco de inundações e deslizamentos, ampliando a propensão a perdas e danos", expôs o relatório. Esses problemas são potencializados em áreas vulneráveis, originando novas ameaças: a vereadora observou que “o relatório relata elevada vulnerabilidade de várias regiões da cidade com relação à ondas de calor e aumento da transmissão de dengue, como resultado do aumento médio da temperatura”.

São esperados para a audiência o representante da Academia AR6 – Colapso, Alexandre Costa; a cidadã Natalie Unterstell; a representante da comunidade Global Shapers, Maria Eduarda Moreira da Anunciação; a técnica da WayCarbon, Melina Amoni; a representante da Organização, Comunidade e Sustentabilidade Brasil (OCS Brasil), Ana Corrêa; a assessora parlamentar de Duda Salabert, Ana Flávia Quintão; e representantes do Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE).

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