MEIO AMBIENTE

Comissão pede informações sobre estudo que detectou coronavírus em esgoto de BH

Pedido será enviado ao INCT Estações de Tratamento de Esgoto Sustentáveis da UFMG que monitora carga viral em amostras de BH e Contagem

segunda-feira, 15 Junho, 2020 - 15:00

Foto: Bernardo Dias/CMBH

A Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana aprovou, na tarde desta segunda-feira (15/6), pedido de informações sobre estudo realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em ETEs Sustentáveis, sediado e coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). O estudo, que monitora a existência de vírus da Covid-19 em amostras de esgoto em Belo Horizonte e Contagem, mostra que os índices de infecção pelo novo coronavírus têm crescido, o que sugere, segundo os estudos, uma tendência de alta da doença para as próximas semanas. Os resultados foram publicados pela UFMG na sexta-feira (12/6), no site da instituição.

O requerimento foi assinado pelos vereadores Edmar Branco (PSB), Preto (DEM) e Professor Juliano Lopes (PTC), que participaram presencialmente da reunião ordinária que contou ainda, remotamente, com o vereador Flávio dos Santos (PSC).

O estudo

Segundo a UFMG, as análises laboratoriais que embasaram as informações são relativas ao período de 1 a 5 de junho e detectaram o vírus em 100% do material coletado na bacia do Ribeirão do Onça e 86% na bacia do Arrudas. Os índices são superiores aos encontrados em semanas anteriores, o que comprova o aumento significativo da carga viral. As informações estão em boletim produzido pelo projeto-piloto “Monitoramento Covid Esgotos”. Conforme os estudos, com base na contagem da carga viral encontrada nas amostras de esgoto, é possível estimar, segundo os pesquisadores da UFMG, que cerca de 0,6% da população que contribui para os sistemas de esgotamento sanitário do Arrudas e do Onça (23 mil pessoas) teve contato com o coronavírus. A pesquisa indica a existência de pelo menos “dez vezes mais infectados na capital do que dão conta os números oficiais.” A Prefeitura de BH contabilizava cerca de 2.100 casos confirmados da Covid-19, no dia 5 de junho.

Em matéria divulgada pela Universidade, a coordenadora executiva do INCT ETE Sustentáveis, professora Juliana Clábria, afirma que os dados trazem informações novas para o monitoramento da pandemia. “O mapeamento epidemiológico indireto que estamos fazendo revela a real prevalência da doença, uma vez que o material encontrado no esgoto abrange todas as pessoas, sem distinção, enquanto os testes clínicos, em geral, são limitados a quem tem sintomas mais ou menos graves”, disse a professora, acrescentando que o projeto é o primeiro do gênero no país a apresentar resultados sobre estimativas de índices de infecção.

Três regiões da bacia do Onça tiveram percentuais mais altos – entre 3% e 7% – de população infectada. São áreas com maiores índices de vulnerabilidade social, onde estão localizadas regiões e bairros como Venda Nova, Jaqueline, Vila Clóris e Dom Silvério.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

12ª Reunião Ordinária da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana