ATENDIMENTO AMEAÇADO

Leitos desativados e obras paradas prejudicam serviços no Júlia Kubitschek

Com estrutura atual subutilizada, hospital também apresenta déficit de funcionários e atraso no repasse de recursos

quinta-feira, 27 Abril, 2017 - 17:30

Foto: Gabinete do vereador Hélio da Farmácia (PHS)

A Comissão de Saúde e Saneamento realizou, nesta manhã (27/4), visita técnica ao Hospital Júlia Kubitschek (HJK), localizado no Barreiro, após denúncias de que o equipamento estaria com UTI e leitos desativados, em razão de obras paralisadas. O requerente da visita, vereador Pedrão do Depósito (PPS), constatou várias outras adversidades na estrutura física e nas condições de trabalho dos funcionários, comprometendo ainda mais a qualidade de atendimento aos pacientes. O parlamentar também pôde confirmar que os problemas enfrentados pelo hospital, referência no tratamento de tuberculose, são de longa data.  

Segundo o diretor geral do equipamento, Antônio Carlos Cioffi, mesmo estando com uma estrutura atual subutilizada, o hospital ainda realiza por mês cerca de seis mil consultas de urgência, três mil consultas eletivas, 300 cirurgias, 200 partos e possui aproximadamente 900 pacientes internados. Vinculado à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), o Júlia Kubitschek passa por uma fase crítica, não somente com relação às obras que foram paralisadas por motivos de litígios na justiça. “Carência de funcionários, equipamentos obsoletos, atraso no repasse de recursos, terceirização de serviços básicos e problemas com fornecedores configuram a atual situação do hospital, que atende toda a população do Barreiro e da região metropolitana”, desabafou o gestor.

UTI comprometida

Um dos maiores problemas enfrentados hoje pelo HJK é a obra de construção e ampliação dos leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que se encontra paralisada desde 2014. Se concluída, a intervenção poderá oferecer mais 40 leitos de UTI que, atualmente, funciona em espaço improvisado, ocasionando uma diminuição de 15 leitos na unidade de emergência. De acordo com a diretora do Sind-Saúde MG, Neuza Freitas, “o HJK está tendo que improvisar os pacientes em macas e cadeiras nos corredores, enquanto poderíamos estar oferecendo a eles um atendimento digno, se não fosse o problema com a conclusão das obras”, afirmou Freitas.

Para o vereador Juliano Lopes (PTC), a situação é preocupante e medidas urgentes precisam ser tomadas. “Cerca de 100 leitos que funcionavam plenamente foram desfeitos para dar lugar a uma obra de reforma em 2013. Seis anos depois elas ainda não foram concluídas, prejudicando o atendimento da população, e até hoje nenhuma providência foi tomada”, desabafou Lopes.

A área onde será o novo ambulatório teve a reforma concluída, mas o local está desativado. Faltam estruturas básicas como equipamentos, suporte elétrico, mobiliário, ar-condicionado, entre outros. Já o vestiário dos funcionários, que custou aos cofres públicos cerca de R$ 800 mil, também se encontra desativado porque não obteve a liberação de alvará sanitário da Vigilância Sanitária.

Encaminhamentos

Para o vereador Hélio da Farmácia (PHS), a situação que foi verificada na visita técnica “é um total descaso com o dinheiro público, onde obras inacabadas desativaram mais de 100 leitos do hospital, que se encontra já há algum tempo em péssimas condições, não só para os pacientes como também para os funcionários”. O parlamentar afirmou que vai encaminhar, juntamente com os outros vereadores da Comissão de Saúde e Saneamento, requerimento para a Secretaria de Estado de Saúde pedindo informações sobre a retomada das obras, com a finalidade de dar uma resposta à população que tanto carece do atendimento desta instituição hospitalar.

Superintendência de Comunicação Institucional