AUDIÊNCIA PÚBLICA

Parlamentares cobram soluções para enchentes na Cristiano Machado

Obras para aumentar a capacidade dos córregos serão a alternativa da Prefeitura (PBH)

segunda-feira, 19 Março, 2012 - 00:00
Parlamentares e moradores cobram soluções para as enchentes

Parlamentares e moradores cobram soluções para as enchentes

Os bairros São Thomaz, São Bernardo e os da região baixa da Av. Cristiano Machado deverão receber obras para aumentar a capacidade dos córregos da área, com vistas a amenizar os problemas provocados pelas últimas enchentes. Mas ainda não há previsão do início das intervenções, que dependem da liberação de recursos do Ministério das Cidades, segundo os representantes da Prefeitura de Belo Horizonte na audiência promovida pela Comissão de Administração Pública nesta segunda-feira (19/3), a requerimento do vereador Preto Sacolão (PMDB).

Segundo o chefe do Departamento de Projetos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Charle Almeida, as obras permitirão alargar e rebaixar o nível dos córregos, solução mais viável economicamente e com menos impactos para os moradores. Ele explicou que um estudo orçado em R$ 3,196 milhões, realizado por uma consultoria, vem levantando as características dos canais existentes na área.

Ele informou que a liberação dos recursos de R$ 869 milhões pelo Ministério das Cidades somente poderá ocorrer após a finalização do projeto básico, que deverá ser concluído em meados do ano. Em seguida, poderá ser promovida licitação para execução das obras.

A área recebe os córregos Ribeirão Pampulha, Engenho Nogueira, Cachoeirinha e águas superficiais do bairro Jaraguá. “Soluções de drenagem são complexas, pois ao aumentar a capacidade de água em um ponto nós influenciamos o volume mais à frente”, explicou Almeida, ao se referir ao córrego da Bacia do Onça.

De acordo com Charle, há também um convênio assinado entre a PBH e o Ministério da Integração para obras no Córrego São Francisco, próximo ao Aeroporto da Pampulha, no valor de R$ 10 milhões. A intervenção terá início após o processo de desapropriações.

Soluções urgentes

Durante a reunião, parlamentares e moradores das áreas afetadas exigiram soluções urgentes. “Na primeira enchente, em 2010, fomos pegos de surpresa. Desde então, muitos acham que o motivo seriam as obras da Linha Verde. A sociedade quer saber por que estão ocorrendo esses alagamentos e quais os projetos da PBH para que as pessoas não continuem à deriva”, ressaltou Preto Sacolão.

Segundo os técnicos da PBH, a principal causa das enchentes foi o volume de chuvas acima do esperado. “Fazendo uma analogia, se um prédio de três andares for construído, faremos uma fundação para três andares. Da mesma forma ocorre com as obras de drenagem, que são feitas com base no histórico de chuvas”, explicou o secretário adjunto da Regional Pampulha, Farid Sales de Carvalho.

“Moro há 50 anos na região e nunca tivemos problema com água invadindo nossas casas. Antes dormíamos tranquilos. Hoje ninguém dorme mais”, destacou o presidente da Associação de Moradores do bairro Suzana, Homero Rodrigues da Silva. Ele contou que, na primeira enchente, os moradores passaram a madrugada na rua, entre eles crianças, idosos e pessoas com deficiência. “Veio outra chuva em 2011 e este ano outra enchente vai chegar”, lamentou.

Os moradores também criticaram o valor das indenizações e o auxílio prestado pela Prefeitura. “É muito triste sentir frio e não ter uma roupa para vestir porque você perdeu tudo. Do que adianta receber cesta básica se não temos como preparar os alimentos?”, criticou a presidente do Grupo de Desenvolvimento Comunitário (Gedecom), Rosemary Maria de Jesus Almeida.  

Ao final da reunião, Preto Sacolão encaminhou sugestão para que a Prefeitura avalie o aumento do valor das indenizações pagas às vítimas das enchentes. O Executivo deverá responder também se o cadastramento dos imóveis atingidos pelas enchentes foi finalizado. Já a Comissão de Administração Pública vai encaminhar solicitação para que o Executivo apresente a relação das obras em andamento e a previsão de conclusão.

Também participaram da reunião os vereadores João Oscar (PRP) e Márcio Almeida (PRP), além da diretora de Manutenção de Áreas de Risco da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Isabel Valponi; a supervisora de projeto da Sudecap, Úrsula Kelli Caputo; o pastor da Igreja Batista Esperança Plena, do Bairro Suzana, Wellington Tadeu Cortes Rodrigues, entre outros convidados.

Superintendência de Comunicação Institucional