Vereadores acompanham o drama das vítimas e ação da PBH

Os vereadores Edinho Ribeiro (PTdoB), Alexandre Gomes (PSB), João Oscar (PRP), João Bosco Rodrigues (PT), Reinaldo “Preto Sacolão” (PMDB) e Silvinho Rezende (PT), ligados às Regiões Norte e Nordeste da Capital, vêm acompanhando de perto o drama dos moradores atingidos pelo temporal que ocorreu na madrugada do dia 23 de novembro, provocando alagamentos e inundações, e avaliam as possíveis causas e soluções para o problema.
Para o vereador Alexandre Gomes, a curto prazo teria que ser feita uma limpeza dos cursos d’água, mas é necessário rever todo o planejamento da região. “Temos procurado a Prefeitura para discutir estas demandas e ela tem se mostrado sensível ao problema, mas a solução só é possível a médio e longo prazo”, afirmou.
Reinaldo Sacolão, morador do bairro São Gabriel, lembrou que a Vila Fazendinha, um dos locais atingidos pela enchente, já foi objeto de Audiência Pública na CMBH e que a remoção das moradias das margens e a urbanização da área fora incluída no Orçamento Participativo em 2008, mas apesar da abertura de edital não apareceram empresas interessadas na realização das obras. “A Prefeitura mesma terá de realizá-las, através da Sudecap”. Segundo o parlamentar, existem propostas como o aprofundamento da Lagoa da Pampulha e construção de barragens em torno da cidade, que poderiam ajudar a conter o volume das águas.
João Oscar concorda que é preciso cobrar mais, mas acredita em investimentos do governo estadual, já que investimentos como a Linha Verde, a Cidade Administrativa e a nova rodoviária se encontram em regiões afetadas pelas chuvas. Segundo Oscar, a Prefeitura vem buscando recursos também junto ao Governo Federal e as conversas têm avançado, mas nada está definido.
Como solução imediata, todos apontam a necessidade de remoção dos moradores, mas ressaltam a falta de áreas disponíveis e de recursos para o reassentamento das famílias em curto prazo. “O déficit de moradia é grande, e somente nesta administração começaram a ser elaborados projetos habitacionais”, lamentou Edinho.
Reinaldo Sacolão informou que, em conversa com o Prefeito no Bairro 1º de Maio, na presença do secretário da Regional, cobrou mais agilidade na remoção das famílias das áreas de risco, que serão incluídas no programa bolsa-aluguel enquanto aguardam moradia definitiva através dos programas habitacionais do Município. João Oscar destacou a compra de equipamentos sensores pela Prefeitura, que não chegaram ainda por questões burocráticas.
O vereador Silvinho Rezende, 2º vice-presidente, apontou a condição do asfalto como grande responsável pelos alagamentos. “Tem que se evitar asfaltar em cima dos calçamentos que ainda existem na cidade. O asfalto prejudica a drenagem e além do mais não é ecologicamente correto”, afirmou.
Com relação à Avenida Cristiano Machado, o vereador disse que mesmo com chuvas mais fracas ocorrem alagamentos e, com as obras da Linha Verde, o problema se agravou. “Os engenheiros erraram em coisas que têm que serem reavaliadas”. Silvinho Rezende sugere empenho dos vereadores para buscar recursos dos governos Estadual e Federal.
Edinho Ribeiro, que há anos vem acompanhando a ocorrência do problema, conta que já apresentou duas emendas à Lei Orçamentária Anual prevendo a limpeza, tratamento e drenagem do Ribeirão do Onça, exatamente onde costumam ocorrer os transbordos. O parlamentar informou ainda que está arrecadando doações e solicitou às pessoas que queiram ajudar as vítimas que entrem em contato com a associação Uai-BH, no Bairro São Tomaz, pelo telefone (31)3317-7889.
Preto Sacolão também vem arrecadando donativos e orienta os interessados a entrarem contato com seu gabinete na CMBH. “Já arrecadamos dois caminhões de mantimentos, roupas e outros artigos”, contou o vereador.
Causas
Preto do Sacolão ressalta que a capital é muito vulnerável às chuvas, pois as estruturas de contenção são frágeis; a impermeabilização do solo na Região Metropolitana e a insuficiência das redes de escoamento agravam o problema. João Oscar aponta o grande número de córregos que cruzam o Município e afetados pelo crescimento desordenado.
Para Edinho Ribeiro, o lixo jogado nos córregos e a construção de moradias irregulares em suas margens são os maiores agravantes do problema. Alexandre Gomes destaca que a região é de encostas e vales que a tornam mais propícia a alagamentos.
De acordo com João Bosco Rodrigues, que é membro do Consórcio da Bacia da Pampulha, a Lagoa recebe 300.000 m3 de água dos córregos alimentadores, que são despejados no “ladrão” da represa, e quando chegam na cabeceira do Aeroporto não conseguem passar debaixo da Av. Cristiano Machado. Segundo Rodrigues, a galeria comporta 150.000 m3, sendo necessário seu alargamento. O sistema de vazão do Ribeirão do Onça também não teria capacidade suficiente. “A Copasa vai ter que enfiar a mão no bolso”, afirma.
Responsável pela informação: Superintendência de Comunicação Institucional.