CPI foi ao Bonfim, bairro com alto número de pessoas em estado de vulnerabilidade

Nesta segunda-feira (16/10), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - População em Situação de Rua realizou visita técnica às imediações da Praça do Peixe, no Bairro Bonfim, região que concentra grande quantidade de pessoas em situação de rua, instaladas de forma improvisada sob marquises e viadutos. No local funcionam comércios de materiais recicláveis, atividade que perturbaria o sossego da vizinhança pelo fato de não parar mesmo durante a noite. Considerado um problema de complexa abordagem, vereadores cobraram medidas mais eficazes do poder público e soluções que assegurem direitos como trabalho e moradia para esta população. Representante da Assistência Social da Prefeitura informou que atua na região oferecendo os serviços especializados de abordagem social. 

O vereador Cleiton Xavier (PMN), relator da CPI, disse que a comissão estava ali para averiguar as moradias, conversar com os comerciantes e entender o dia a dia dos moradores em situação de vulnerabilidade. “Viemos verificar como está a instalação dessas moradias provisórias debaixo dos viadutos, e ouvir certamente os comerciantes aqui da região da Praça do Peixe. Vamos conversar e também entrar em alguns locais que compram sucatas, alumínio e ver como é aqui o dia a dia da população em situação de rua que está aqui no entorno de todo o complexo da Lagoinha”, explicou. 

Para Bruno Pedralva (PT), a situação é complexa. Em sua visão, grande parte dos moradores de rua está adoecida, sem projeto de vida, sem emprego, em uso abusivo de álcool e outras drogas, e por isso recicla. “A gente precisa pensar, então, em soluções que sejam, digamos, garantidoras de direitos. Nós precisamos de emprego para as pessoas, precisamos de moradia, assistência social”, defendeu. 

A coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Noroeste, Fabiana Alessandro Nogueira Portilho, disse que entende o papel de fiscalização dos vereadores, mas que a pasta à qual está ligada forneceu todos os dados solicitados pela CPI. “A gente tem rotas definidas diariamente no polígono da Lagoinha e a equipe dos serviços especializados de abordagem conhece a população em situação de rua e oferta tudo que a assistência social tem a oferecer no município”, ressaltou. 

Presidente da CPI, Braulio Lara (Novo) falou sobre a importância de conhecer de perto 
todos equipamentos de assistência social, sobretudo na região da Lagoinha, conhecida por ser uma área degradada. Ele acredita que as medidas adotadas pelo Executivo no enfrentamento do problema foram ineficazes até então e mudanças precisam ser feitas. “Temos que, sim, motivar com que os nossos agentes públicos, os responsáveis por essas pastas, sejam encorajados a entregar projetos que sejam do tamanho exato do problema que a gente tem. Nós não podemos menosprezar essa pauta; tem que trabalhar, porque o que já foi feito nos últimos dez anos entregou o que a gente tem hoje. E a gente precisa, na verdade, de olhar daqui para frente, mas fazer uma coisa que realmente traga resultado”, concluiu.

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