SISTEMA VIÁRIO

Comissão cobra explicações sobre gestão do transporte coletivo na pandemia

Também foi aprovada audiência para discutir áreas de escape no Anel e pedido de informação sobre entrega da Via 710 

quinta-feira, 29 Abril, 2021 - 17:30

Foto: Cláudio Rabelo/CMBH

Ônibus lotados em horários de pico e passageiros expostos ao risco de contaminação pelo coronavírus. Essa é a realidade de quem depende do transporte coletivo durante a pandemia. Mesmo com o descumprimento de medidas sanitárias pelas empresas, a Prefeitura desembolsou R$ 68 milhões em compras antecipadas de vales-transportes para ajudar as concessionárias que alegaram dificuldades financeiras. A situação é questionada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, que nesta quinta-feira (29/4) aprovou pedido de informações ao Executivo sobre o número de veículos nas linhas e média de passageiros, e a destinação do dinheiro, por parte das empresas, em benefício da população. O colegiado também agendou para o dia 17 de junho audiência pública para discutir a implantação das áreas de escape no Anel Rodoviário; PBH ainda deverá informar aos vereadores a previsão da conclusão das obras da Via 710 na Região Leste. O resultado completo da reunião pode ser acessado aqui.

Wesley (Pros) criticou a gestão do transporte coletivo da capital durante a pandemia. De acordo com ele, o comércio tem sido sacrificado neste período de enfrentamento ao novo coronavírus em decorrência da suspensão de suas atividades, ao mesmo tempo em que, segundo o parlamentar, a PBH trata com descaso o transporte de passageiros. Ele também afirmou que os trabalhadores do transporte coletivo têm colocado suas vidas em risco durante a pandemia. Wesley explicou que a PBH antecipou R$ 68 milhões para as empresas de ônibus com o objetivo de contribuir com o caixa das concessionárias do transporte coletivo durante a pandemia. Apesar disso, ele apontou que houve redução “absurda” nos horários dos ônibus, o que leva ao aumento da lotação dos veículos. “É muita incoerência”, aponta o parlamentar. Ele cobrou, ainda, investigação sobre o fato.

A comissão aprovou requerimento de autoria da vereadora Professora Marli (PP) solicitando esclarecimentos sobre o transporte por ônibus durante a pandemia do novo coronavírus, uma vez que, de acordo com a parlamentar, “tem sido amplamente noticiado o descumprimento das medidas sanitárias referentes à lotação do transporte coletivo”. Ela questiona se houve aumento de itinerário e de veículos nas linhas do transporte coletivo, a fim de favorecer a diminuição das lotações. A parlamentar também quer saber qual a média de passageiros nas linhas, nos horários de pico - 6h às 9h e de 18h às 20h - antes e depois da pandemia e qual a quantidade de passageiros divididos pelos ônibus em circulação nos períodos, por linha. O Executivo também deverá explicitar qual foi a redução na receita da BHTrans durante a pandemia e a qual período se refere a antecipação do dinheiro das passagens repassado pela Prefeitura. Além disso, a Prefeitura deverá explicitar as ações para as quais estão sendo revertidos os recursos por ela repassados às empresas de ônibus. Os resultados obtidos e esperados pelo repasse de recursos da PBH para as concessionárias do transporte coletivo também devem ser apontados pelo Executivo.

Braulio Lara (Novo) apontou o transporte público lotado como um fator de risco para a transmissão do novo coronavírus, criticou a falta de políticas para evitar aglomerações nos ônibus e cobrou mais ônibus circulando na cidade para reduzir o número de passageiros por veículo. Wilsinho da Tabu (PP) cobrou que a Câmara Municipal seja mais ouvida pela PBH e citou o transporte público como o principal causador da transmissão do novo coronavírus na capital.

Anel Rodoviário

A realização da audiência pública sobre o Anel Rodoviário é justificada pelo autor do requerimento, vereador Irlan Melo (PSD), em razão dos diversos acidentes ocorridos na via. O parlamentar explica que, além de travar a circulação dos munícipes e afetar economicamente a circulação de bens e mercadorias, o atual estado do Anel coloca em risco a vida dos cidadãos que cotidianamente utilizam-no para trabalhar ou para deslocar-se pela cidade. A audiência está prevista para ocorrer no dia 17 de junho, às 13h30, no Plenário Camil Caram.

Braulio Lara considerou pertinente a aprovação da audiência, tendo em vista os acidentes que ocorrem na rodovia. Segundo ele, as áreas de escape estão entre as possíveis soluções para evitá-los. Wilsinho da Tabu também defendeu a implementação das áreas de escape e criticou a falta de sinalização no local. Wesley (Pros) chamou o Anel Rodoviário de “vergonha” para o sistema viário de Belo Horizonte e citou que tanto pedestres quanto motoristas que circulam pelo local vivem situações de insegurança. O parlamentar afirmou que a negligência histórica em relação à via precisa ser corrigida. Segundo ele, a instalação das áreas de escape irá salvar vidas.

Entrega da Via 710

A comissão aprovou requerimento cobrando do prefeito Alexandre Kalil (PSD) informações sobre a previsão da conclusão das obras da Via 710, na Região Leste, bem como a respeito do seu cronograma físico-financeiro e dos dados da empresa responsável pela sua execução. De acordo com o autor do requerimento, Wilsinho da Tabu, o atraso nas obras da Via 710 acarreta transtornos e riscos para moradores da localidade. Braulio Lara salientou a importância de a CMBH ampliar o acompanhamento sobre a obra e os recursos nela investidos.

Participaram da reunião os vereadores Braulio Lara, Gilson Guimarães (Rede), Wesley e Wilsinho da Tabu.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

9ª Reunião Ordinária - Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário