SAÚDE DO HOMEM

Projeto quer instituir política de saúde para o homem em Belo Horizonte

Objetivo é reduzir altos índices de doenças e mortes que acometem a população masculina

quarta-feira, 5 Dezembro, 2012 - 00:00
Objetivo é reduzir altos índices de doenças e mortes que acometem a população masculina

Objetivo é reduzir altos índices de doenças e mortes que acometem a população masculina

Os homens vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres, consomem mais álcool, cigarros e não buscam os serviços de saúde como deveriam. Esse cenário preocupante acerca dos hábitos da população masculina levou a vereadora Sílvia Helena (PPS) a apresentar o PL 2206/12, que institui a política de ação integral à saúde do homem em Belo Horizonte. A proposta já foi aprovada em dois turnos pelos vereadores e depende da sanção do Executivo para entrar em vigor.

Conforme explica a parlamentar, caso a iniciativa se torne lei, será possível chamar a atenção da população masculina para a importância dos cuidados básicos com a saúde, de modo a prevenir doenças silenciosas como a hipertensão, além de permitir o diagnóstico precoce de males como o câncer de próstata.

O projeto prevê prioridade para a saúde básica em âmbito municipal, em consonância com a Portaria 1944/09 do Ministério da Saúde, que institui a política nacional de atenção integral à saúde do homem. Entre os princípios e diretrizes dessa política, está a superação das barreiras institucionais e socioculturais que inibem a procura do homem pela atenção primária à saúde, de maneira a evitar o uso de procedimentos de alto custo e diminuindo o sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família.

A proposta também pretende estimular o Conselho Municipal de Saúde – composto por representantes dos usuários, dos trabalhadores, do governo e dos prestadores de serviços na área da saúde – a controlar a execução das políticas voltadas à população masculina.

Outro objetivo é promover estratégias de comunicação que ampliem a procura dos homens pelos serviços de saúde, pois, como observa a vereadora Silvia Helena, os serviços e estratégias de comunicação privilegiam ações de saúde específicas para outros segmentos como a criança, o adolescente, a mulher e o idoso.

A partir das políticas de comunicação propostas o esperado é que sejam ultrapassados os estereótipos de gênero que fazem com que o homem entenda a doença como um sinal de fragilidade, sem reconhecê-la como inerente à sua própria condição biológica.

Hábitos perigosos

A necessidade de medidas que combatam o conjunto das causas produtoras de doenças entre os homens é visível a partir da análise de dados que tratam dessa população. De acordo com o I Levantamento Nacional sobre os padrões do consumo de álcool na população brasileira, do total de homens adultos, 11% bebem todos os dias e 28% consomem bebida alcoólica de uma a quatro vezes por semana. Entre as mulheres, essas taxas caem para 2% e 11%, respectivamente.

Além disso, as internações de homens por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool, segundo o DATASUS (2006), representaram 20% de todas as internações por transtornos mentais e comportamentais naquele ano no Sistema Único de Saúde. Já as internações de mulheres por uso de bebida alcoólica representaram neste mesmo universo apenas 2% dos casos.

Em relação ao tabagismo, os homens usam cigarros também com maior frequência que as mulheres, o que lhes acarreta em maior vulnerabilidade a doenças relacionadas ao fumo. De acordo com estudo do Ministério da Saúde realizado nos anos de 2002 a 2005, 26% da população masculina de Belo Horizonte com 15 anos ou mais faz uso regular de cigarros. Esse percentual entre as mulheres cai para 15,9%.

Estudos como esses demonstram a necessidade de políticas que promovam o enfrentamento racional dos fatores de risco mediante a facilitação do acesso aos serviços de assistência integral à saúde, conforme propõe o projeto da vereadora Sílvia Helena.

Superintendência de Comunicação Institucional