Novo layout da Feira de Artesanato da Afonso Pena é discutido

A Audiência da Comissão da Administração Pública realizada, hoje, 17 de novembro, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) propiciou esclarecimentos sobre a implantação do novo layout da maior feira de artesanato da América Latina: Feira de Arte, Artesanato e Produtores de Variedades da Avenida Afonso Pena. A reunião teve início às 9 horas, no Plenário Amynthas de Barros.
O encontro, solicitado e presidido pelo vereador Hugo Thomé (PMN), marcou um momento importante de reivindicações dos expositores da feira que aguardavam o comunicado oficial da Prefeitura de Belo Horizonte com relação à possibilidade de implantação do novo layout este ano.
“É extremamente importante esta reunião, pois se trata da mobilização social e mostra também o interesse da Casa sobre o assunto”, afirmou Hugo Thomé que acompanha há quase dois anos o caso. Na oportunidade o vereador fez um apelo aos participantes no sentido de reconhecer a importância do trabalho da CMBH sobre a questão. “É importante que todos estejam envolvidos neste processo, pois facilita o trabalho e fortalece as parcerias”, ressaltou.
Segundo os artesãos, a implantação do novo layout, neste momento, iria prejudicar as vendas, visto que, nessa época, todos estão concentrados na produção de final de ano.
O presidente da Associação dos Expositores da Feira de Artesanato e Variedades da Afonso Pena (Asseap), Alan Vinícius Jorge, explicou que quanto ao novo esboço está tudo esclarecido, pois foi construção coletiva, mas sobre a implantação não tinha nada definido. “Se deixarmos para o ano que vem, evitaremos transtornos e possibilitaremos um tempo maior para a discussão e, inclusive, sobre a melhor data”, ressaltou.
Outra preocupação da Associação é em relação à transferência das artes plásticas para a avenida Afonso Pena ou para ruas paralelas. Atualmente, os artesãos expõem seus quadros e outros produtos nas calçadas, mas por exigência do Código de Posturas, que é responsável pela normatização das áreas públicas, a exposição terá de ser transferida. Fato que pode trazer queda nas vendas do setor.
Salesiano Resende de Oliveira, da Casa do Artesão, que trabalha com artes plásticas há 35 anos (e 12 na Avenida Afonso Pena), disse estar preocupado com a possível transferência. “Apenas 30% do público visita o setor de artes, caso seja transferido para Avenida vai ficar quase impossível a exposição por falta de espaço, e se for para as ruas paralelas vai acabar definitivamente com o setor de artes plásticas”, comentou.
O presidente da Comissão Paritária da Feira, Cristino Sebastião de Oliveira Nector, disse que o projeto do novo layout foi encaminhado para o Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte, mas que até a presente data, não tinha recebido parecer sobre a aprovação.
Atendendo às dúvidas dos expositores, o gerente de Fiscalização, Willian Nogueira, que estava representando o secretário de Administração Regional Municipal Centro-Sul, Fernando Viana Cabral, afirmou que não haverá mudança este ano. “Em nenhuma hipótese será implantado um novo layout esse ano”, reforçou Willian.
A vereadora Luzia Ferreira (PPS), que também acompanha as discussões sobre o assunto desde o início, falou das dificuldades que as pessoas têm de identificar o papel do Poder Legislativo e destacou os avanços. “É importante considerarmos e destacarmos também os avanços que conseguimos nessa caminhada, como a normatização e a inscrição da feira como patrimônio material de Belo Horizonte”, lembrou.
Projeto de lei
O projeto 1.654/08, de autoria do vereador Fred Costa (PHS), que altera a lei 8616/03 que contém o Código de Posturas de Belo Horizonte, é a grande esperança dos expositores que, por enquanto, não têm perante a lei alternativas para solucionar a questão da transferência do setor das Artes Plásticas. Caso seja aprovado, os expositores poderão utilizar o passeio para exibir seus produtos e mercadorias durante o horário estabelecido da Feira.
“O projeto normatiza o espaço já utilizado pelos expositores, respeitando o espaço do Código de Obras. Dá para manter o espaço para os feirantes e também garantir que os pedestres possam transitar com segurança. Entendo que seja importante evitar os problemas, mas sem prejudicar as atividades dos expositores”, explicou Fred Costa.
O expositor Marcos Ferreira Diniz, que trabalha no setor de calçados, considerou importante o debate e aprovou o novo esboço da Feira. “A audiência foi um avanço fundamental, pois fomos esclarecidos sobre a implantação do novo layout. Aqui temos a oportunidade de exigirmos os nossos direitos e conhecermos mais os nossos deveres”, disse.
A primeira secretária da Mesa Diretora da Câmara, Maria Lúcia Scarpelli (PC do B) falou satisfeita do trabalho e do resultado da audiência. “Estamos cumprindo a nossa obrigação de escuta e encaminhamentos necessários, mas o mérito é de vocês”, disse a vereadora aos expositores que estavam no Plenário Amynthas de Barros.
Parcerias
O gerente do Banco do Brasil, João Batista Gumenez Gomes, da agência Carijós, que integra o Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), que também participou da audiência, apresentou um projeto de economia sustentável, desenvolvido em parceria com o Centro Universitário Isabela Hendrix com o objetivo de capacitar os artesãos para Gestão de Negócios. Várias ações, inclusive, na área ambiental, estão sendo desenvolvidas para atender os expositores da Feira.
Estaviveram também presentes à audiência o vereador eleito João Locadora (PT), o vereador Paulão (PC do B) e representantes da Casa do Artesão .
Informações nos gabinetes dos vereadores Hugo Thomé ( 3555-1128/35551211 ), Luzia Ferreira (3555-1303/3555-1304 ), Fred Costa (3555-1305/3555-1306 ), “Paulão”(3555-1192/3555-1193), Maria Lúcia Scarpelli (3555-1151/3555-1152 ), e na Superintendência de Comunicação Institucional (3555-1105/3555-1216).