Cemitério do Bonfim no roteiro cultural de BH

O cemitério do Bonfim pode ser considerado um museu a céu aberto, devido às várias “obras de arte” presentes no local. Alvo de inspiração de artistas contemporâneos, principalmente fotógrafos, o cemitério possui um acervo de diferentes estilos, passando pela Belle Époque, o Art-Deco e o Modernismo.

Muitos cemitérios no mundo, como o Père-Lachaise, em Paris, o Recoleta, em Buenos Aires, e o São João Batista, no Rio de Janeiro, são considerados parques e locais de lazer e cultura.

Atendo a essa tendência, o vereador Valdivino (PSDC), apresentou o projeto 1.567/07, que propõe incluir o cemitério do Bonfim nos roteiros turísticos e culturais de BH. Fundado em 12 de outubro de 1897, final do século XIX, ele está localizado no bairro de mesmo nome. Comporta, nos seus 172 mil metros quadrados, cerca de 17 mil sepulturas. Calcula-se que aproximadamente 40% do total de túmulos são compostos por “Arte Fúnebre”: esculturas, bustos e imagens assinados por artistas famosos, como os irmãos Natali e João Amadeu Mucchiut.

Algumas dessas obras preservam as histórias de várias personalidades e instituições do Estado. Destacam-se, dentre outros, os mausoléus da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e dos ex-governadores de Minas Olegário Maciel, Bias Fores e Raul Soares. No Bonfim encontram-se, também, os túmulos do escritor Roberto Drummond e de padre Eustáquio, cujos restos mortais foram transferidos para igreja de mesmo nome.

O cemitério pertence à Fundação Parques Municipais, da Prefeitura de Belo Horizonte. O necrotério foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iefha/MG), pelo decreto 1.8531/77.

O projeto prevê o levantamento e a identificação de personalidades, artistas e obras de arte, que será feito por profissionais qualificados, em parceria com universidades, para que sejam identificadas pelos turistas e visitantes. As informações coletadas seriam colocadas em material de divulgação elaborado pela Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), para ser distribuído no local.

De acordo com o vereador, o cemitério do Bonfim é um dos mais antigos da cidade, além de uma fonte confiável de estudos porque grande parte dos jazigos foi esculpida por artistas de renome. Outro aspecto importante é a possibilidade de divulgar fatos da história de BH, buscando informações a respeito de personalidades que marcaram presença na história, na política, na arte e nos esportes.

O projeto já foi analisado pelas comissões de Legislação e Justiça; Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo; e Orçamento e Finanças Públicas. Atualmente, tramita em primeiro turno na Câmara Municipal.