INICIATIVA ECOLÓGICA
Sacos e sacolas plásticas com os dias contados em BH
quarta-feira, 7 Novembro, 2007 - 22:00


Parlamentares de diversas correntes elogiaram a iniciativa, pois a sacola plástica distribuída gratuitamente no comércio leva até 400 anos para desaparecer no meio ambiente e representa 9,7% do lixo produzido em todo o país. “Belo Horizonte agora se coloca ao lado de capitais européias e de grandes cidades norte-americanas, ao propor soluções não poluentes ao lixo doméstico. Jogados nos bueiros, esses sacos entopem as redes de esgoto, causam enchentes e dificultam a compactação e decomposição dos detritos nos lixões”, justificou Arnaldo Godoy.
Em Belo Horizonte, alguns empresários já substituem as sacolas plásticas por material biodegradável, como a Padaria Bonome e o supermercado Verdemar. O projeto agora aguarda a sanção do prefeito Fernando Pimentel.
Uma tendência mundial
Após trabalhar por mais de 20 anos com plásticos convencionais, o professor Telmo Ojeda, doutor em Ciência dos Materiais pela Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), acredita que a tecnologia oxibiodegradável (OBD) é, sem dúvida, um passo em direção ao futuro: “Sua principal qualidade é uma tecnologia que une biodegradação e competitividade”, afirmou. No entanto, ele ponderou que somente estímulos governamentais (incentivos fiscais, por exemplo), poderão desenvolver alternativas mais eficazes aos plásticos convencionais, como materiais à base de amido, álcoois e outros.
Mundo contra o plástico
A luta contra a “plasticomania” que assola o planeta (500 bilhões de sacos plásticos produzidos anualmente) ganhou importantes aliados entre governos da Europa. Na Alemanha, quem não anda com sua própria sacola a tiracolo é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso dos sacos plásticos nas lojas; na Irlanda, desde 1997, se paga um imposto de nove centavos de libra por cada sacola de plástico (plastax), o que provocou a diminuição de seu consumo em 90% e permitiu angariar fundos para projetos de gestão de lixo.
No Reino Unido, uma rede de supermercados atraiu a atenção dos consumidores com uma campanha ecológica original, ao oferecer seus produtos embalados em plásticos que se decompõem 18 meses depois de descartados.
No final de março, São Francisco tornou-se a primeira cidade norte-americana a proibir o uso de sacolas plásticas em grandes supermercados e farmácias e a iniciativa está na pauta de outras metrópoles dos EUA. Iniciativa semelhante foi adotada pelo governo de Bangladesh, na Ásia, quando se descobriu que as sacolas de plástico haviam entupido o sistema de esgoto do país e contribuído para um aumento nas inundações.
No Brasil, a questão caminha a passos tímidos. O Estado do Paraná quer aplicar lei de crime ambiental contra supermercados que não adotem alternativas ao uso de sacolas plásticas. A discussão se estendeu aos âmbitos do poder municipal de Maringá e de Curitiba, com programas que prevêem a substituição de sacolas plásticas por sacos de lixo biodegradáveis ou retornáveis.
Informações no gabinete do vereador Arnaldo Godoy: (3555-1164/1165) e Fernando Righi Marco (9721-5139)