INICIATIVA ECOLÓGICA

Sacos e sacolas plásticas com os dias contados em BH

Vereador Arnaldo Godoy é autor do projeto que determina a substituição das sacolas plásticas e sacos plásticos de lixo na cidade por alternativas ecologicamente corretas Durante a sessão plenária de hoje, 8 de novembro, foi aprovado o
quarta-feira, 7 Novembro, 2007 - 22:00
Vereador Arnaldo Godoy é autor do projeto que determina a substituição das sacolas plásticas e sacos plásticos de lixo na cidade por alternativas ecologicamente corretas Durante a sessão plenária de hoje, 8 de novembro, foi aprovado o projeto de lei 1.332/07, de autoria do vereador Arnaldo Godoy (PT), que determina a substituição das sacolas plásticas e sacos plásticos de lixo na cidade por alternativas ecologicamente corretas (sacolas retornáveis, de papel ou confeccionadas em material biodegradável, que leva até 18 meses para se decompor).

Parlamentares de diversas correntes elogiaram a iniciativa, pois a sacola plástica distribuída gratuitamente no comércio leva até 400 anos para desaparecer no meio ambiente e representa 9,7% do lixo produzido em todo o país. “Belo Horizonte agora se coloca ao lado de capitais européias e de grandes cidades norte-americanas, ao propor soluções não poluentes ao lixo doméstico. Jogados nos bueiros, esses sacos entopem as redes de esgoto, causam enchentes e dificultam a compactação e decomposição dos detritos nos lixões”, justificou Arnaldo Godoy.

Em Belo Horizonte, alguns empresários já substituem as sacolas plásticas por material biodegradável, como a Padaria Bonome e o supermercado Verdemar. O projeto agora aguarda a sanção do prefeito Fernando Pimentel.

Uma tendência mundial

Após trabalhar por mais de 20 anos com plásticos convencionais, o professor Telmo Ojeda, doutor em Ciência dos Materiais pela Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), acredita que a tecnologia oxibiodegradável (OBD) é, sem dúvida, um passo em direção ao futuro: “Sua principal qualidade é uma tecnologia que une biodegradação e competitividade”, afirmou. No entanto, ele ponderou que somente estímulos governamentais (incentivos fiscais, por exemplo), poderão desenvolver alternativas mais eficazes aos plásticos convencionais, como materiais à base de amido, álcoois e outros.

Mundo contra o plástico

A luta contra a “plasticomania” que assola o planeta (500 bilhões de sacos plásticos produzidos anualmente) ganhou importantes aliados entre governos da Europa. Na Alemanha, quem não anda com sua própria sacola a tiracolo é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso dos sacos plásticos nas lojas; na Irlanda, desde 1997, se paga um imposto de nove centavos de libra por cada sacola de plástico (plastax), o que provocou a diminuição de seu consumo em 90% e permitiu angariar fundos para projetos de gestão de lixo.

No Reino Unido, uma rede de supermercados atraiu a atenção dos consumidores com uma campanha ecológica original, ao oferecer seus produtos embalados em plásticos que se decompõem 18 meses depois de descartados.

No final de março, São Francisco tornou-se a primeira cidade norte-americana a proibir o uso de sacolas plásticas em grandes supermercados e farmácias e a iniciativa está na pauta de outras metrópoles dos EUA. Iniciativa semelhante foi adotada pelo governo de Bangladesh, na Ásia, quando se descobriu que as sacolas de plástico haviam entupido o sistema de esgoto do país e contribuído para um aumento nas inundações.  

No Brasil, a questão caminha a passos tímidos. O Estado do Paraná quer aplicar lei de crime ambiental contra supermercados que não adotem alternativas ao uso de sacolas plásticas. A discussão se estendeu aos âmbitos do poder municipal de Maringá e de Curitiba, com programas que prevêem a substituição de sacolas plásticas por sacos de lixo biodegradáveis ou retornáveis. 

Informações no gabinete do vereador Arnaldo Godoy: (3555-1164/1165) e Fernando Righi Marco (9721-5139)