Comissão Especial ouviu especialistas em engenharia de transporte
Equipe do Cefet- MG apontou erros no atual sistema e sugeriu que sejam observadas novas perspectivas na hora de elaborar novo contrato
Foto: Dênis Dias/ CMBH
A Comissão Especial de Estudo - Contratos de Ônibus recebeu, nesta terça-feira (21/10), dois professores do Grupo de Pesquisa Omnibus, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), que apresentaram estudo sobre "Governança para uma Tarifa Ótima e Social do Transporte Público de BH". Especialistas em engenharia de transportes, demografia e urbanismo, os professores apontaram como desafios atuais do sistema metropolitano de transporte falta de integração, deficiência na infraestrutura e desigualdade no atendimento, entre outros. Segundo eles, é preciso analisar os erros cometidos no contrato vigente e buscar novas soluções para um transporte público que seja sustentável e inclusivo. Solicitante da audiência, Fernanda Pereira Altoé (Novo) assegurou que a “proposta de reforma estrutural do transporte público coletivo em BH não morreu”. Confira a íntegra da reunião.
Inclusão
Os professores doutores Guilherme de Castro Neiva e Felipe Mariz Coutinho defenderam que o transporte deve ser acessível e promover a inclusão social de forma sustentável. O estudo apresentado sugere que sejam adotadas duas tarifas: a tarifa ótima e a tarifa social, para aqueles que não podem pagar. Guilherme de Castro reforçou que já existe tarifa social para os serviços de água e luz, mas não para o transporte público.
“As tarifas devem ser acessíveis para toda população de forma justa e eficiente para garantir a sustentabilidade do sistema. Assim, será possível manter a operação contínua e com qualidade”, afirmou Guilherme de Castro.
Falta de integração
Felipe Mariz apontou como falhas na gestão a falta de integração existente entre os ônibus e as bicicletas, e também entre o sistema municipal e metropolitano, fazendo com que haja uma sobreposição de linhas, o que acarreta gastos desnecessários. Para ele, é indispensável trazer para a mesa de discussão “diversas perspectivas” embasadas em indicadores de qualidade, além de criar um pacto que garanta a inclusão social de forma sustentável e pensar na integração com a Região Metropolitana.
Sustentabilidade do sistema
Os professores chamaram a atenção para a necessidade de oferecer uma qualidade no serviço que seja atrativa para trazer de volta o usuário que deixou de usar o transporte coletivo e também aquele que nunca usou o transporte público.
“É preciso considerar a pontualidade, a regularidade do serviço, a satisfação com o uso do transporte e, ainda, questões como segurança", afirmaram.
Monitoramento do desempenho
Ao defender o contrato vigente, Guilherme de Castro Neiva lembrou que, quando o edital foi lançado, em 2008, ele foi exemplo para o Brasil por seu caráter inovador. Segundo ele, é preciso assegurar assiduidade no monitoramento dos indicadores de desempenho e fazer ajustes para garantir os objetivos estabelecidos nos contratos de concessão.
“Devemos analisar os erros cometidos anteriormente e buscar soluções para que o novo edital seja tão inovador quanto o anterior”, disse Guilherme de Castro.
Fernanda Pereira Altoé argumentou que o contrato de 2008 foi “mal gerido e deturpado em função de atitudes populistas”. Para ela, se o contrato tivesse sido aplicado como o previsto e adaptado quando necessário, a situação seria diferente.
Redesenho da rede de transporte
Por fim, os especialistas chamaram a atenção para a necessidade de elaborar um redesenho na rede de transporte da região metropolitana, promovendo uma cobertura ampla entre os modais de forma a atender melhor às necessidades do usuário com soluções de transporte integradas e eficientes.
Fernanda Altoé afirmou que é necessário entender como modernizar o modelo atual para o próximo contrato.
“Faremos um debate técnico e responsável para construir uma política pública robusta aqui na comissão”, assegurou a vereadora.
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