AUDIÊNCIA PÚBLICA

Obras que beneficiariam região impactada por ferrovia nunca saíram do papel

Mineradora Vale e PBH deveriam ter entregue, há quase dez anos, centro esportivo, parque e URPV. Assunto será debatido na quinta

terça-feira, 22 Fevereiro, 2022 - 14:30

Foto: Reprodução Google

Uma novela se arrasta há cerca de dez anos e traz apreensão aos moradores da Região Leste de Belo Horizonte. Um acordo firmado entre a mineradora Vale e a Prefeitura previa a construção de um complexo de obras que engloba parque linear no Bairro São Geraldo, Unidade de Recolhimento de Pequenos Volumes (URPV) no Bairro Caetano Furquim e centro poliesportivo no Bairro Boa Vista nunca saiu do papel. Os equipamentos, que beneficiariam 250 mil moradores, são contrapartida da empresa pela expansão e modernização de trecho ferroviário que passa na região. Segundo informações repassadas pela comunidade à imprensa, as intervenções tinham custo, à época, de cerca de R$ 12 milhões e parte do recurso já está nos cofres da PBH. Para debater o tema, o vereador Rubão (PP), solicitou à Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário a realização de audiência pública, que acontece na próxima quinta-feira (24/2), às 13h30, no Plenário Camil Caram. A população pode participar deixando sugestões e perguntas em formulário disponível no Portal CMBH.

Atraso e prejuízo para comunidade

No requerimento, Rubão (PP) afirma que obras não foram iniciadas e estão muito atrasadas e que, como a Vale já teria repassado parte dos valores à PBH, os trabalhos já deveriam ter começado. Segundo moradores, a área onde as obras do centro esportivo serão executadas está abandonada, cheia de entulho e lixo, trazendo problemas de saúde e de segurança para a população. No terreno, que tem quase 13 mil m², funcionava o campo do Pompeia Futebol Clube, que foi desativado durante as intervenções da Vale e serviu como canteiro de obras da empresa. O empreendimento é uma das condicionantes previstas no licenciamento do “Projeto Modernização Belo Horizonte-Sabará”, em que foram construídos quatro viadutos rodoviários, dois ferroviários e três passarelas, eliminando cinco passagens em nível (cruzamento da linha com ruas e avenidas).

De acordo com “Memorial Descritivo” do anteprojeto de arquitetura do centro esportivo feito pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), o empreendimento surgiu “da necessidade de reconstrução e realocação das instalações e equipamentos esportivos” em virtude de alteração no traçado da rede ferroviária. O memorial traz ainda a descrição da obra com metragem do campo e do centro poliesportivo coberto, além de material a ser utilizado nas novas estruturas. Em 2014 a CMBH já havia proposto audiência para debater a reconstrução do campo.

Serão convidados para o encontro representantes da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, Sudecap, Adminstração Regional Leste, Vale, Construtora Corsi, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e lideranças comunitárias.

Superintendência de Comunicação Institucional