Empresa armazena mais de 6 mil caixas de documentos da BHTrans desde 2019
NEX Tecnologia de Gestão em Informação entregou movimentação de entrada e saída de documentação. Não há controle do conteúdo
Foto: Bernardo Dias/CMBH
A CPI da BHTrans realizou visita técnica à NEX Tecnologia de Gestão em Informação, nesta quinta-feira (14/10), para verificar as especificidades do contrato de armazenamento de documentos com a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte. Entre os guardados pela NEX estiveram as oito caixas com papéis da licitação e contratação das empresas de ônibus recolhidas pela Polícia Civil. Gabriel (sem partido), presidente da CPI, Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB), relator, Braulio Lara (Novo) e Rubão (PP) foram acompanhados pelo presidente da BHTrans, Diogo Prosdocimi. Bruno Rissi, sócio fundador da NEX, e Rodrigo Maia, gerente-geral, explicaram que desde 2019 armazenam e disponibilizam, conforme solicitação, caixas lacradas (atualmente 6.018 volumes) com documentos sem digitalização, registrando sua movimentação, mas sem controle do conteúdo. O inventário do material é de responsabilidade do setor de biblioteca da BHTrans.
Rissi e Maia explicaram que os contratos de armazenamento e gestão são definidos pela empresa contratante, e que a BHTrans contratou o armazenamento de cerca de 8.300 caixas lacradas, que comportam até 20 quilos de documentos, sem digitalização ou gestão de conteúdo, apenas trocando as caixas de cartonagem quando danificadas, em ambiente monitorado, e as etiquetando e pesando para controle. Esse contrato determina que NEX gerencie o armazenamento da documentação e disponibilize o material solicitado. A empresa tem relatórios minuciosos de cada caixa e dos pedidos de retirada, sua entrega e devolução, mas não detém o controle do arquivo físico. O controle, a atualização e o inventário da documentação são de responsabilidade do setor de biblioteca da BHTrans. Eles contaram, ainda, que em 2020 a BHTrans fez o descarte de cerca de 2 mil caixas, e a NEX gerencia atualmente 6.018 volumes da empresa.
Diretor e gerente da NEX mostraram o galpão que armazena as caixas da BHTrans e de outras empresas, e forneceram o histórico sobre a retirada das oito caixas com os contratos das empresas de transporte. Vereadores e presidente da BHTrans foram a um galpão com cerca de 2.500 m² e pé direito alto, com corredores de prateleiras de acesso em ambos os lados, com nichos que cabem cerca de nove caixas de 20 quilos, manuseadas por profissionais com veículos espacializados. Além de dois funcionários dirigindo um veículo próprio para o manuseio das caixas, o galpão também tinha 12 funcionários, nove deles trabalhando em frente a computadores.
Movimentação das caixas
Pesquisa solicitada mostrou que as oito caixas foram movimentadas três vezes em 2019, uma vez em agosto de 2020 e uma vez em 2021, no dia 13 de setembro, por um funcionário da biblioteca da BHTrans, com retirada às 8h40. Diogo Prosdocimi disse que irá disponibilizar a lista com a descrição do conteúdo das caixas para a CPI. Ele lembrou que, como as caixas apareceram de maneira estranha na BHTrans, solicitou a auditoria da Polícia Civil e do Ministério Público. Prosdocimi disse não ter o conhecimento do conteúdo das caixas, e que seria razoável que os contratos das empresas estivessem na Procuradoria-Geral do Município (PGM), uma vez que o contratante é a Prefeitura, e não a BHTrans.
Gabriel disse que, durante as retiradas, seria possível haver a alteração dos documentos. "A empresa tem um controle de quem retirou a caixa e quando retirou, mas não sabe dizer se há algum documento faltando", declarou o presidente da CPI, explicando que a comissão está dependendo da perícia da Polícia Civil acerca desses documentos, o que causa preocupação devido ao grande volume de papel. “A gente sabia que a caixa preta é um problemão, a gente só não sabia que ela pesava mais de 120 toneladas”, concluiu.
Superintendência de Comunicação Institucional