Atingidos pelas chuvas

Vizinhos do Ribeirão do Onça, no Bairro Maria Tereza, sofrem com alagamentos

Várias famílias foram atingidas pelas chuvas e perderam seus bens. Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana visitou o local

quinta-feira, 20 Fevereiro, 2020 - 13:30

Foto: Bernardo Dias / CMBH

Oitenta e nove famílias que moram no Bairro Maria Tereza, na Região Norte de BH, receberam, na manhã desta quinta-feira (20/2), a visita técnica da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana. Elas estão localizadas em mancha de inundação do Ribeirão do Onça e tiveram suas casas invadidas pelas águas com as fortes chuvas que atingiram a Capital no mês de janeiro. Vinte famílias foram levadas para abrigos da cidade. Segundo o vereador Edmar Branco (Avante), que solicitou a vistoria, o objetivo é avaliar a possibilidade de inclusão delas em programa que cria um parque na região. “Estamos trabalhando para colocar estes moradores do Maria Tereza dentro da programação do Parque Linear do Onça. A área é de risco e queremos eles no pacote do parque, que já tem recursos garantidos”, explicou. De acordo com a PBH, o parque é uma solicitação já consolidada pela comunidade e movimentos organizados. O projeto visa à recuperação e conservação das margens do Ribeirão do Onça e Gorduras, o tratamento das áreas de risco de inundação, a criação de novos espaços públicos e a realocação de famílias em novas unidades habitacionais. 

Em grande parte da região, as águas subiram mais de um metro e meio e só baixaram depois de 24 horas e muitos moradores foram retirados de barco pelo Corpo de Bombeiros. Para o administrador da Regional Norte, Humberto Guimarães, a retirada das famílias do local é fato. “A indicação é de retirada destas pessoas e realocação em apartamentos aqui mesmo na região”, afirmou Guimarães explicando que o indicativo é do Programa de Regulamentação Urbanística da PBH, mas que ainda não há recursos.

A visita também foi acompanhada por integrantes da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Secretaria Municipal de Obras e pelo líder comunitário Jefferson Vieira, que disse já ter encaminhado para a Câmara levantamento com as demandas da comunidade. “Mandei uma lista para a Câmara com todas as nossas necessidades. Enviamos o que está pendente em 30 ofícios diferentes, onde constam também temas como segurança, limpeza e outros problemas”, disse o morador.

Orientação aos moradores

Várias das 89 famílias atingidas foram visitadas e ouvidas pelo vereador e os demais participantes da visita. Para muitos deles, a Prefeitura não está atendendo a contento. É o caso de moradores que pediram vistoria da Urbel. Segundo Luciane de Castro, geóloga da Diretoria de Planejamento da Urbel, o trabalho de vistoria ainda está em processo. “É importante que as pessoas façam a solicitação para uma segunda vistoria das nossas equipes. Pode ser que demore um pouco, pois ainda estamos fazendo as primeiras em alguns locais, mas estamos terminando. Vamos começar esta nova etapa logo logo”, explicou Luciane. Os moradores que precisam da vistoria da Urbel devem entrar em contato pelo telefone 3277-6409 e fazer o pedido. Só assim os técnicos irão ao local para verificar a situação da moradia e definir os encaminhamentos que podem ser remoção, obra emergencial ou liberação da unidade habitacional.

Esgoto e risco geológico

Além de conviver com a possibilidade de alagamento a cada chuva forte que cai, vários moradores do Maria Tereza ainda convivem com esgoto correndo a céu aberto na porta de suas casas. Como parte da comunidade não é considerada “cidade formal”, serviços como rede de esgoto e energia elétrica não são fornecidos pelas concessionárias responsáveis. “Há oito anos moro aqui e nunca fizeram nada para tirar este esgoto daqui. Quem sabe agora conseguem fazer algo por nós”, disse esperançoso o gesseiro Paulino Quirino.

Outro problema enfrentado por alguns moradores é o risco geológico. É o caso de Alessandra Rosa Nunes. Moradora do bairro há pouco mais de um ano, construiu sua casa e agora convive com a possibilidade de desabamento de um barranco que fica nos fundos. Para ela, sair de onde mora não é uma opção. “Minha casa é muito boa e não quero sair daqui. Minha casa foi muito bem construída e só saio daqui amarrada”, disse a moradora pedindo que o poder público resolva a situação sem que ela seja removida.

Encaminhamentos

Segundo o vereador Edmar Branco, o principal encaminhamento é incluir as famílias no processo de construção do Parque Linear do Onça - que poderá ser um dos maiores de Belo Horizonte, com extensão aproximada de 5,5 km, passando por diversos bairros -, mas outras ações devem ser desenvolvidas com urgência. “Vamos solicitar à PBH que monte um ponto de apoio do Centro de Saúde da região aqui para que seja feita a vacinação e o atendimento de todos. Para a SLU vamos solicitar que seja feito um mutirão para a retirada do lixo trazido pelas águas, além dos móveis e utensílios que foram perdidos e agora amontoam as casas das pessoas. É importante retirar tudo que pode ser descartado”, finalizou o vereador.

Superintendência de Comunicação Institucional

Visita técnica para verificar as afetação às margens do Ribeirão Onça - Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana