Plenário

Vereadores da base negam denúncias de barganhas para apoiar PBH

Ações por calúnia e quebra de decoro contra Gabriel (PHS) foram anunciadas durante o pinga-fogo; três vetos foram mantidos 

segunda-feira, 12 Março, 2018 - 20:30
18ª Reunião Ordinária do Plenário, em 12 de março de 2018

Foto: Karoline Barreto/Câmara de BH

Denúncia feita pelo vereador Gabriel (PHS) na última sexta-feira, referente à suposta troca do apoio de Jair Di Gregório (PP) à Prefeitura pela escalação de seu filho para compor a equipe de base do Clube Atlético Mineiro, que já foi presidido pelo atual prefeito, continuou a repercutir no Plenário na reunião desta segunda (12/3). Alguns dos integrantes da base de apoio de Kalil anunciaram que irão denunciar formalmente o colega por quebra de decoro e processá-lo na Justiça por calúnia e difamação. Diante dos cobradores de ônibus que ocuparam a galeria, parlamentares defenderam a inclusão em pauta e aprovação de PLs que garantem permanência da categoria. Dois vetos totais e um parcial foram mantidos por unanimidade.

Abrindo a etapa de pronunciamentos conhecida como “pinga-fogo”, Reinaldo Gomes (MDB) manifestou decepção com a atitude de Gabriel, que teria sido acolhido com respeito na Casa e auxiliado por colegas ao iniciar seu primeiro mandato, e queixou-se da acusação “genérica” feito por este em relação à suposta compra de apoio de vereadores por meio da Belotur. Gomes exigiu que sejam apresentados os nomes dos envolvidos, já que a acusação atinge a reputação de todos os integrantes da base do governo. Ele afirmou ainda que, caso o denunciante não se retrate ou comprove as acusações feitas em suas redes sociais, será alvo de processo por calúnia. Líder e vice-líder do prefeito na Casa, Léo Burguês de Castro (PSL) e Elvis Côrtes (PSD) reforçaram as palavras do colega que os antecedeu e negaram veementemente as acusações feitas por Gabriel, anunciando que irão requerer a abertura de processo interno por quebra de decoro devido ao ataque feito à família de um dos parlamentares em razão de divergências políticas.

Em seu pronunciamento como orador inscrito, Jair Di Gregório (PP) exibiu um vídeo para demonstrar que o filho Jairzinho, de 18 anos, dedica-se ao futebol desde os quatro anos de idade, citando diversos técnicos que já o treinaram, destacando suas habilidades esportivas e sua atuação como profissional na equipe do Vila Nova. Segundo ele, Jair Júnior se encontra em fase de testes na categoria de base do Atlético Mineiro, onde teria iniciado os treinamentos em 2016, antes do pai ser investido em mandato, e que a acusação vem provocando hostilidades contra o rapaz, podendo comprometer sua carreira no esporte por perda de credibilidade e o respeito devido a seu histórico e reconhecidas qualidades. A tratar do assunto, Léo Burguês de Castro, líder de governo, repudiou com veemência o que classificou como um “ataque covarde a uma criança”.

Burguês afirmou ainda que as “falsas acusações” estariam sendo usadas como “cortina de fumaça” para tirar o foco da população e da imprensa sobre matéria publicada na Folha de São Paulo também no último dia 2 a respeito da criação, por Gabriel, de um instituto de assessoramento e preparação direcionado a futuros candidatos a cargos eletivos que, em seu entendimento, seria um meio supostamente “fraudulento” de arrecadar recursos para a realização de campanha extemporânea e driblar a norma que impede o  financiamento empresarial de candidatos, o que poderia acarretar na cassação do mandato de Gabriel.

CPI da BHTrans e agentes de bordo

Em sua fala, Fernando Borja (Avante) fez referência à tentativa de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa para abrir a “caixa preta” da BHTrans, e auditar os contratos entre o Município e as empresas, da qual foi um dos signatários. Criticando a forma como o processo vem sendo conduzido e alegando o suposto uso político da CPI como “escada” e “atração de holofotes” por alguns colegas, comprometendo sua legitimidade, ele anunciou a retirada de sua assinatura da proposição, para cuja apresentação faltava apenas uma das quatorze necessárias. Declarando que jamais será usado como “massa de manobra”, ele afirmou que poderá vir a apoiar a abertura da comissão em outro momento, caso a auditoria anunciada pelo prefeito não responda aos questionamentos dos vereadores.

Dirigindo-se aos cobradores de ônibus que estavam na galeria, Cláudio da Drogaria Duarte (PMN) e Jair Di Gregório afirmaram sua defesa dos direitos da categoria e à sua permanência nas linhas de ônibus da capital, onde prestam um valioso serviço à população e auxiliam o condutor no desempenho das tarefas durante as viagens, evitando a sobrecarga e os problemas de saúde que vêm atingindo cada vez mais esses profissionais. Cláudio denunciou a recente remoção irregular dos agentes de bordo de outras 36 linhas e garantiu o posicionamento da Casa em favor da categoria. Ambos os parlamentares reivindicaram ao presidente a inclusão em pauta, o mais breve possível, de projetos de lei de sua autoria que garantem sua permanência no sistema de transporte público municipal.

Vetos mantidos

Na apreciação da Ordem do Dia, os membros da Casa mantiverem, por unanimidade, os vetos totais do Executivo aos PLs 1741/15, de Jorge Santos, que cria o Cadastro Único das Associações de Bairro do Município - cuja manutenção foi encaminhada pelo próprio autor, que concordou com as razões apresentadas pelo prefeito; e 27/17, de Hélio da Farmácia (PHS), que propõe a instituição do “Programa Doadores do Futuro” nas escolas da rede pública municipal, cuja justificativa também foi acatada. Também recebeu votação favorável o veto parcial a artigo do PL 1183/14, de autoria de Léo Burguês de Castro, Orlei (Avante) e dos ex-vereadores Marcelo Álvaro Antônio, Pelé do Vôlei, Veré da Farmácia e Vilmo Gomes, propondo alterações à Lei 10.308/11, que dispões obre os fiscais integrados do Município.

Superintendência de Comunicação Institucional