PARQUE DO AEROPORTO

Clubes esportivos querem autonomia para revitalizar área e mantê-la aberta

Terreno do Parque do Aeroporto do Carlos Prates é de propriedade da Infraero e termo de cessão à prefeitura ainda não foi renovado

terça-feira, 25 Abril, 2017 - 19:00
Comissão de Administração Pública. Audiência Parque Aeroporto Carlos Prates. Foto: Abraão Bruck/ Câmara de BH

Foto: Abraão Bruck/ CMBH

Inaugurado em 2001, equipado com pista de skate, campo de futebol, quadras e teatro de arena, o Parque Maria do Socorro Moreira, também conhecido como Parque do Aeroporto Carlos Prates (localizado na Avenida Itaú, 402, Bairro Jardim Montanhês), está em situação de completo abandono pelo poder público. Mantido, espontânea e precariamente, pelos clubes esportivos de futebol amador da região, apenas o campo de grama recebe limpeza ocasional, permitindo uso recreativo, inclusive por escolinhas de futebol infantil. O cenário preocupa os moradores e usuários, que temem o fechamento completo do espaço e a perda da estrutura de lazer. O tema foi debatido em audiência da Comissão de Administração Pública, realizada na tarde desta terça-feira (25/4).

Sem vigilância ou equipe de manutenção, o espaço passou a ser alvo de saques e depredações. Após o furto do portão de entrada, o parque permanece aberto 24 horas por dia, porém sem iluminação ou policiamento, o que tem afastado os moradores e favorecido a ocupação do espaço pelo tráfico e consumo de drogas. Os banheiros e vestiários foram também saqueados e já não contam com os vasos sanitários, válvulas de descarga, torneiras, registros ou mesmo painel de disjuntores elétricos.

Autor do requerimento para a audiência, o vereador Jorge Santos (PRB) lembrou debate sobre o mesmo tema realizado em maio do ano passado, quando a comunidade havia recebido a notícia de que o terreno que abriga o Parque do Aeroporto Carlos Prates, então administrado pela Fundação Municipal de Parques, seria devolvido à Infraero, por solicitação da Prefeitura de Belo Horizonte, ocasionando o fechamento da unidade. Em agosto daquele ano, foi encerrado o termo de cessão assinado entre a Infraero e a PBH, que autorizava o Município a utilizar o terreno (de propriedade da União) para instalação de parque público.

Em decorrência daquela audiência pública e das reivindicações populares, foi acordado que o espaço ficaria disponível aos moradores, até que um novo termo fosse assinado. No entanto, desde então, o local não conta com manutenção ou vigilância nem da Infraero, nem da prefeitura. “A área do parque é muito boa. O investimento foi muito alto para que ele fosse instalado. A comunidade não quer perder esse espaço”, destacou o parlamentar, lamentando o abandono e a consequente falta de segurança no local.

Alternativas de gestão

“Se a Prefeitura não tem condições (para manter o parque), passe para a gente que nós tomamos conta. Não queremos perder aquele campo”, propôs o morador Reginaldo Gomes, atleta do futebol amador, representante da Pelada Turma de Amigos. Em coro com representantes do clube Brinco de Ouro e da Comissão de Dirigentes de Futebol Amador de BH, Reginaldo Gomes destacou que existem quatro clubes amadores que utilizam o parque para treino e competições e que poderiam articular patrocínios e mutirões para revitalização do local. No entanto, seria necessária a renovação do termo de cessão entre Infraero e Fundação de Parques, prevendo a possibilidade de parceria com entidades esportivas locais para gestão e manutenção.

Superintendente do Aeroporto Carlos Prates, Michael Crestani explicou que o novo termo começou a ser elaborado no final do ano passado, junto à antiga gestão municipal, e precisou voltar à Infraero para inclusão de novas cláusulas. Crestani afirmou que a PBH havia solicitado autorização para estabelecer parcerias público-privadas (PPP) para gestão do parque, uma vez que a Fundação de Parques não teria recursos suficientes para fazê-lo. De acordo com o gestor, o interesse da Infraero é manter o parque aberto, uma vez que não há previsão de estrutura aeroportuária no local. O novo termo deve estar concluso em até 30 dias.

Próximos passos

Presidente da Fundação de Parques, Sérgio Augusto Domingues reconheceu que o órgão não tem orçamento suficiente para manutenção dos 75 parques que gerencia e, portanto, não seria viável reassumir o Parque do Aeroporto Carlos Prates. No entanto, afirmou que “se a permanência da unidade é de interesse da população, a prefeitura deve buscar atendê-la”. Nesse sentido, o gestor apoiou a sugestão de uma gestão compartilhada com os moradores e usuários. Domingues se disponibilizou a participar de mutirões para limpeza do local e afirmou que, até a próxima semana, vai se reunir com representantes da Infraero, da Regional Noroeste e da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, para definir ações emergenciais de revitalização do espaço.

Participaram da reunião os vereadores Jorge Santos (PRB), Léo Burguês de Castro (PSL), Preto (DEM), Pedro Bueno (PTN), Dr. Nilton (Pros) e Fernando Borja (PTdoB).

Superintendência de Comunicação Institucional

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