Defesa dos animais

Audiência discutiu plano de manejo das capivaras da Lagoa da Pampulha

Animais serão transferidos para local certificado pelo Ibama

terça-feira, 25 Fevereiro, 2014 - 00:00
Audiência sobre plano de manejo das capivaras - Divulgação CMBH

Audiência sobre plano de manejo das capivaras - Divulgação CMBH

A Comissão Especial de Estudos relativos à política municipal de Proteção e Defesa dos Animais realizou na última segunda-feira (24/2), audiência pública para discutir a situação das capivaras que vivem no entorno da Lagoa da Pampulha. Requerida pelo presidente da Comissão, Sergio Fernando Pinho Tavares (PV), a audiência teve o objetivo de buscar informações do Executivo sobre os estudos que vão balizar o plano de manejo dos roedores, que está em vias de ser implementado pela Prefeitura.

Na ocasião, o vice-prefeito de Belo Horizonte e secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros (PV) explicou as ações que devem ser tomadas em relação aos animais. De acordo com ele, as capivaras Pampulha serão capturadas, “talvez com a ajuda dos bombeiros ou da polícia florestal” e levadas para o Parque Ecológico, onde ficarão abrigadas para avaliação clínica. Aquelas que estiverem com boa saúde serão transferidas para um local adequado à sua sobrevivência e previamente especificado no plano de manejo. Já as eventualmente infectadas pela bactéria causadora da febre maculosa serão sacrificadas e incineradas. Ainda segundo o secretário, caso o roedor apresente outro problema de saúde com possibilidade de tratamento, serão prestados os cuidados necessários para só então encaminhá-lo com “plena saúde” para um local credenciado pelo Ibama, que é o órgão responsável pela autorização de manejo de fauna em desequilíbrio, como no caso das capivaras da Pampulha.

Malheiros listou ainda as preocupações que levaram a Prefeitura a decidir pela retirada dos animais da região da Lagoa da Pampulha. De acordo com o secretário, três capivaras foram atropeladas nas imediações da Lagoa há cerca de quatro meses por um veículo de grande porte. Além disso, pousos de aeronaves foram abortados em decorrência da proximidade dos animais da pista do aeroporto. Ele também lembrou que as capivaras adicionaram ao seu cardápio plantas dos jardins planejados por Burle Marx, que fazem parte do complexo histórico e arquitetônico da Pampulha, o que traz gastos para a municipalidade.

O vice-prefeito citou ainda duas mortes registradas em Belo Horizonte por febre maculosa nos últimos doze meses, em julho do ano passado e em fevereiro deste ano, como mais uma preocupação em relação aos roedores. Malheiros salientou, no entanto, que laudo da Fiocruz indicou que os animais não estão contaminados pela bactéria causadora da doença. E, portanto, hoje, praticamente não há risco de contágio na região da Pampulha.

Dispensa de licitação

Malheiros afirmou que a retirada dos animais da Pampulha não será realizada mediante licitação pois, segundo ele, o processo atrasaria a adoção das medidas necessárias em cerca de um ano. Segundo o vice-prefeito, a dispensa da licitação atende à cobrança da sociedade por uma solução ágil para a questão das capivaras. Ele explicou ainda que as informações sobre o plano de manejo serão levadas ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e ao Ibama para o devido acompanhamento.

Alternativas à retirada das capivaras

O veterinário Marcos de Mourão Motta, da ONG Asas e Amigos da Serra, defendeu a adoção de um plano de manejo para os animais, mas ponderou acerca das vantagens de que nem todas as capivaras sejam retiradas da área da Lagoa. Ele explicou que o contato com os roedores na Lagoa é importante para a consciência ambiental dos belo-horizontinos. Ainda segundo ele, a sobrevivência e reprodução dos animais naquela região indica a possibilidade de que parte da população de capivaras permaneça na Pampulha mediante adequado acompanhamento.

O vice-prefeito Délio Malheiros entende que o entorno da Lagoa da Pampulha não é o local adequado para a sobrevivência das capivaras. “Se você gosta daqueles animais não queira que eles estejam lá”, afirmou ele. Malheiros lembrou que a água contaminada da represa e a falta de alimentação adequada causam sofrimento aos roedores, que devem ser transferidos nos próximos meses para uma área com condições adequadas para recebê-los.

Superintendência de Comunicação Institucional