Audiência discute urbanização de rua no bairro São Gabriel

 

Barro, poeira e mato, lixo, inclusive hospitalar, falta de iluminação e insegurança são os problemas enfrentados por moradores e transeuntes que utilizam a rua São Dimas, principal acesso a duas instituições de ensino do bairro São Gabriel. Em audiência na Comissão de Administração Pública que discutiu a situação nesta segunda-feira (22/8), a SUDECAP se comprometeu a realizar vistoria técnica e apresentar orçamento de urbanização da via ainda esta semana.

De acordo com moradores, a situação de abandono da via vem atraindo a presença de lixo e entulho, marginais e usuários de drogas, oferecendo riscos à população. “Uma das maiores preocupações é a falta de segurança para os estudantes, já que a via é o principal acesso para os alunos da PUC São Gabriel e da Escola Estadual Adalberto Ferraz”, comentou o vereador Reinaldo Preto Sacolão (PMDB), que solicitou a reunião.

A moradora Lúcia Maria Carvalho Reis, também professora na Escola Adalberto Ferraz, reclamou da falta de pavimentação e iluminação, do mato alto e das queimadas, que trazem poeira e fuligem para o ambiente da escola, além de mau cheiro e animais nocivos. Para ela, a possibilidade de se deparar com lixo hospitalar, drogas, assaltos e estupros obrigam moradores e estudantes a dar uma grande volta para evitar o local.

Segundo Ricardo Zeferino e Elvis Cardoso, líderes comunitários do bairros vizinhos Parque Belmonte e Pirajá, a Rua São Dimas é muito importante por fazer a ligação entre o Anel Rodoviário e o São Gabriel, dando acesso às duas instituições mencionadas e a outros serviços. “O São Gabriel é uma ilha, existem poucas as alternativas de acesso. Sem a Rua São Dimas as pessoas e os ônibus precisam dar voltas enormes”, contaram.

Serviço fácil

Os vereadores Henrique Braga (PSDB) e João Oscar (PRP) também manifestaram horror ao ver as imagens retratando o local. “A situação é lamentável”, afirmou Braga. “É preciso sensibilizar o Poder Público. O IPTU é cobrado dos moradores em dia e a Comissão vai estar ao lado deles nessa luta”, garantiu.

O secretário adjunto da Regional Nordeste, Paulo Bastos, que representou o titular, disse que está há pouco tempo no posto e não tinha conhecimento do problema. Pelo que já viu, ele acredita que é “um serviço fácil de ser executado” e, em nome da Regional, se dispôs a colaborar no que for possível.

O gerente de manutenção da SUDECAP Astolfo José da Costa Júnior, que representou o órgão e a secretaria municipal de Governo, concordou que a situação é grave e que a intervenção no local beneficiaria a mobilidade e a segurança dos usuários, sendo “uma obrigação da Prefeitura”. O engenheiro também disse que “não se trata de um serviço de grande monta” e que vai encaminhar a demanda aos superiores até a próxima sexta-feira.

Omissão da PUC Minas

“O problema já se arrasta há vários anos e já é do conhecimento da Regional e da Prefeitura, que achou mais fácil fechar a rua e transformá-la em um terreno baldio”, afirmou Sacolão. O vereador disse que se trata de uma questão de “empenho e vontade política” e destacou a importância da Regional para encaminhar a solução do problema. “Em um modelo de gestão descentralizado as administrações regionais têm muita força”, lembrou.

O vereador lembrou a importância da participação da PUC Minas na discussão e criticou o não comparecimento de seu representante à audiência. “A PUC está sendo omissa. Além de também ser atingida pelo problema, a instituição produziu diversos impactos na região sem oferecer contrapartidas à comunidade local”, afirmou.

Os representantes dos moradores confirmaram que a universidade sobrecarregou o trânsito e o transporte coletivo no bairro e até mesmo se apropriou de 300 metros de uma rua pública. O vereador Preto do Sacolão disse que vai pedir à Prefeitura informações sobre o alvará de funcionamento da instituição e sobra as contrapartidas que teriam sido exigidas para sua instalação no local.

Superintendência de Comunicação Institucional