Sebastião Nery visita a Câmara e relembra trajetória jornalística e política



Sebastião Nery estudou filosofia em Belo Horizonte e começou a carreira como jornalista em 1952, em O Diário. Em 1954, foi eleito vereador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Diplomado, não chegou a assumir a cadeira: sua candidatura foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral sob alegação de que as campanhas haviam sido feitas em nome do Partido Comunista Brasileiro (PCB), então na clandestinidade.
“Relembrar a história vivida por Sebastião é uma forma de não esquecermos o quanto a democracia e a liberdade política são importantes para a sociedade e de sempre ficarmos vigilantes para que casos como este não ocorram mais”, comentou Leonardo Mattos.
O jornalista foi deputado estadual, em 1962, na Bahia, pelo Movimento Trabalhista Renovador (MTR-PSB) e cassado em 1964, após o golpe militar. Em 1982 elegeu-se pelo PDT a deputado federal no Rio de Janeiro. No início dos anos 90, voltou a se dedicar com exclusividade ao jornalismo. Atualmente escreve uma coluna diária publicada em jornais de 20 estados; participa de um programa de TV na “Rede Minas”, faz conferências e é escritor.
Sebastião Nery presenteou Luzia Ferreira com um exemplar do livro de memórias “A Nuvem”, lançado em abril. O livro conta sua vida na capital mineira e sua militância no Partido Comunista, perpassando 50 anos de jornalismo e política no Brasil do século passado.
“Escrevi para dar meu depoimento sobre minha vida e sobre as pessoas que conheci, como Juscelino Kubitschek, com quem convivi durante quatro anos em BH, quando ele era governador. E sobre Brizola, que foi meu amigo e companheiro de partido, o PDT, até que rompemos, por divergências políticas. Falo também de Collor de Mello, cuja eleição para presidente da República apoiei e a quem depois servi no governo, até que ele fez aquela besteira de confiscar a poupança do povo. E vai por aí”, disse Nery.
A vereadora homenageou o jornalista com uma reprodução em aço do monumento representativo da Lei Orgânica de Belo Horizonte, criado por Oscar Niemeyer e instalado na entrada da Câmara Municipal.