CÂMARA EJA

Jovens e adultos recebem diplomas de formação cidadã

Solenidade reuniu cerca de 30 estudantes, familiares e autoridades para encerramento de projeto da CMBH em parceria com a Smed

quarta-feira, 3 Dezembro, 2025 - 15:00
Alunos no Plenário Amintas de Barros

Foto: Cláudio Rabelo/CMBH

A Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou, na noite desta terça-feira (2/12), a solenidade de encerramento da quinta edição do projeto Câmara Educação de Jovens e Adultos (Câmara EJA). Cerca de 30 estudantes receberam diplomas pela participação na formação, desenvolvida pela Escola do Legislativo em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Smed). Familiares e representantes das escolas municipais participaram da cerimônia, realizada no Plenário Amintas de Barros. Os discursos ressaltaram a EJA como espaço de recomeço e fortalecimento da cidadania, e vereadores destacaram a importância da educação política para a participação popular. Representantes dos estudantes fizeram relatos sobre suas trajetórias e pediram mais reconhecimento e estrutura para a EJA.

Consciência política

Criado em 2019, o Câmara EJA oferece aos estudantes da Educação de Jovens e Adultos conteúdos sobre o funcionamento do Poder Legislativo e participação cidadã. Na edição de 2025, os alunos discutiram o ordenamento político brasileiro, o papel dos vereadores, o ciclo das políticas públicas e os instrumentos de intervenção popular na construção, execução e avaliação dessas políticas.

Presente na cerimônia, Cida Falabella (Psol) enfatizou que a iniciativa fortalece a democracia ao aproximar a população das decisões políticas. “Tenho certeza de que estamos formando pessoas conscientes, que participam da vida política da cidade”, observou. Já o vereador Arruda (Republicanos) destacou a importância da formação cidadã e a determinação dos estudantes. “Vocês são protagonistas e inspiradores. Que este seja apenas mais um passo na caminhada de cada um. Continuem acreditando na força da educação e no poder que ela tem de abrir portas e transformar a realidade”, afirmou. 

Alunos se tornam multiplicadores

Representando a Secretaria Municipal de Educação, o coordenador de Projetos Especiais da EJA, Edson Junior Faria, ressaltou o caráter formativo da iniciativa e o impacto social da formação, e destacou a participação ativa da população como essencial para o aprimoramento das políticas públicas e da qualidade dos serviços oferecidos à cidade.

“Vocês, que estiveram aqui e aprenderam como funciona a Câmara, aprenderam que nosso papel político não é só votar a cada dois anos. Temos que participar ativamente do processo para que a nossa vida melhore. Agora vocês serão formadores para outras pessoas”, afirmou Edson Faria.

O gerente da Escola do Legislativo, Roberto Almeida, reforçou o carinho especial construído ao longo dos anos com as turmas do Câmara EJA e destacou o envolvimento e a disposição dos estudantes. “Já envolvemos três escolas da rede municipal. Estamos chegando agora em 150 alunos e, para o ano que vem, devemos aumentar esse número”, contou.

Igualdade de direitos

Representando as instituições de educação participantes, a aluna Patrícia Guimarães, da Escola Municipal Maria Magalhães Pinto – CAC Serrano, usou o microfone para defender mais políticas de valorização da EJA. Ela pediu igualdade de direitos em relação aos estudantes do ensino regular, incluindo uniforme, ajuda de custo e mais professores.

“Muitos de nós vivem com muito pouco, mas nós não desistimos do nosso sonho. Essa ajuda nos permitiria seguirmos firmes, sem ninguém ter que desistir do estudo”, afirmou Patrícia.

Washington Fonseca, da Escola Municipal Professor Mário Werneck, compartilhou sua trajetória de retorno aos estudos e lembrou das dificuldades enfrentadas, das discriminações sofridas e da importância do apoio da família e dos professores. “A EJA é um recomeço na minha vida. Eu fiquei 11 anos sem botar a mão num lápis. Diziam que eu era burro. Mas todos temos que ter um propósito”, disse.

Caráter reparador da EJA

Após a entrega dos certificados, a professora Jeanne Vieira Chequer, da Escola Municipal Maria de Magalhães Pinto, encerrou as falas lembrando o papel histórico da Educação de Jovens e Adultos na garantia de um direito negado no passado. “Não é porque eles não quiseram estudar, porque ‘fugiram da escola’. Muitas vezes, a escola não soube acolher. A sociedade precisa reconhecer a EJA”, concluiu.

Superintendência de Comunicação Institucional

Cerimônia de Encerramento Câmara EJA - 2025