INAUGURAÇÃO

CMBH inaugura Praça da Constituinte e Corredor Cultural com três exposições

Durante o evento, o presidente da Câmara defendeu a democracia, o cumprimento das leis e a valorização da cultura

quinta-feira, 5 Outubro, 2023 - 18:00
Parlamentares e cidadãos inauguram estátua do parlamentar e ex-vereador Elias Murad em Praça da Constituinte

Foto Cláudio Rabelo/CMBH

Nesta quinta-feira (5/10), data que marca os 35 anos da promulgação da Constituição de 1988, a Câmara Municipal de Belo Horizonte inaugurou a Praça da Constituinte, localizada em frente à sede do Poder Legislativo, e o Corredor Cultural Alberto da Veiga Guignard, que exibe três exposições. O evento foi iniciado a céu aberto, com a inauguração da praça, na qual foram reposicionadas as obras de Amílcar de Castro e de Oscar Niemeyer, e inaugurada escultura em homenagem ao deputado constituinte e vereador Elias Murad (1924-2013). Em seguida, as atividades se encaminharam para o Corredor Cultural, que exibe obras de Yara Tupynambá, registros da História do Legislativo e retratos de ex-presidentes da CMBH. Durante o evento, o presidente da Câmara, Gabriel (sem partido), afirmou que a Casa é símbolo de uma cidade que se quer democrática. “Nada nesta Casa pode ser feito contrariando as leis, nada pode rasgar o Regimento Interno”, ressaltou.  Ele acrescentou, ainda, que “na política não existe exatamente um tempo fácil, não é todo o dia que faz sol, mas independente das nuvens, da tempestade, da ventania, nós, os democratas, ficamos de pé”.

Praça da Constituinte

No início da celebração, o presidente da Câmara relembrou os 35 anos da Constituição e agradeceu cidadãos, parlamentares e servidores pela presença, destacando a especial contribuição dos funcionários da Câmara durante as obras, enquanto portarias da Câmara tiveram que ficar fechadas para a execução das intervenções. Gabriel salientou que a capital é profundamente conectada com a palavra Constituinte, e fez referência a momentos históricos, como a 2º Constituição brasileira, de 1891, e ao período em que Minas Gerais elaborou sua Constituição e decidiu construir uma nova capital, a Cidade de Minas, hoje, Belo Horizonte. O presidente da Casa assinalou que a Constituinte de 1934 foi determinante para que Belo Horizonte tivesse, pela primeira vez, uma Câmara Municipal; já a Constituinte de 1946 possibilitou que a cidade tivesse os primeiros vereadores e prefeito eleitos democraticamente. Ele afirmou que, após uma ditadura de mais de duas décadas, em 1986, surge a Constituinte que resultou na Carta Magna de 1988, erguida pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, que afirmou na solenidade de promulgação: “A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais”.

Gabriel agradeceu à Fundação Municipal de Cultura por disponibilizar um acervo com peças históricas inéditas; ao grupo Patrimar, que custeou a reforma da praça; e a Luíz Orsini, responsável pelo projeto paisagístico; além da família de Yara Tupynambá, cujo acervo está sendo exibido no Corredor Cultural Alberto da Veiga Guignard. Ele concluiu: “Vamos em frente nesta nova fase, com a Câmara renascida, de portas abertas ao povo, com artistas inundando os corredores e com uma praça para todos caminharem. Esta é a Câmara do povo, com o povo, pelo povo e para o povo de Belo Horizonte”

Com a requalificação, a Praça da Constituinte deverá constituir-se como uma área de encontro e sociabilidade, proporcionando o bem-estar dos indivíduos e funcionando como local de escape dentro do contexto urbano. Secretária-geral da Mesa Diretora, Marcela Trópia (Novo) disse estar muito orgulhosa com a inauguração, “que torna a nossa Câmara Municipal bonita, importante, com a relevância que ela merece”. Conforme a parlamentar, o evento diz muito sobre como o presidente da Câmara é como político, alguém com ousadia e que prioriza a cultura, a arte e o belo. “Me sinto mais feliz de trabalhar aqui todos os dias ao lado de vocês, tenho certeza que os servidores também estão sentindo a inauguração como um presente para nós e para nossa cidade de Belo Horizonte”, afirmou.

Henrique Braga (PSDB), conselheiro benemérito da Câmara Municipal que conviveu com Elias Murad enquanto vereador, disse que Murad foi “um homem imprescindível e indispensável quando o assunto era ajudar ao próximo, perseverante e dedicado na construção de um mundo melhor”. O vereador lembrou que o homenageado fundou, em 1985, a Associação Brasileira Comunitária para a Prevenção do Abuso de Drogas (Abraço), acrescentando que a estátua feita pelo artista plástico Léo Santana será um símbolo do árduo trabalho de Elias Murad contra o uso e abuso de drogas. O conselheiro benemérito também destacou o espírito público de Murad nas casas legislativas em que atuou com “dignidade” e “grande coragem”. Além de ter sido vereador da capital por dois mandatos, Elias Murad exerceu o cargo de deputado federal por quatro legislaturas.

O escultor Léo Santana agradeceu pela oportunidade de homenagear Elias Murad com sua criação artística; enquanto Orsini disse ter ficado muito feliz em realizar o projeto paisagístico da Praça da Constituinte, cujo traçado mistura os traços modernistas de Niemeyer, com os traços contemporâneos de Amílcar de Castro, adicionados à sua assinatura e estilo. Após o descerramento da placa, Gabriel e Santana apontaram que, após ficar viúvo, Murad passou a usar sua aliança junto com a da falecida esposa, detalhe que pode ser percebido na escultura.

Corredor Cultural

Convidados pelo presidente Gabriel, os presentes adentraram no Corredor Cultural Alberto da Veiga Guignard, que exibe três exposições. A primeira delas é temporária e denominada Belo Horizonte ontem e hoje: Poder Legislativo sempre presente, cujo objetivo é propor uma reflexão sobre a capital mineira a partir das trajetórias dos Poderes Legislativo e Executivo. Nela, são apresentados alguns marcos da cidade ao longo do tempo, como a discussão legislativa que deu origem à nova Capital de Minas, ou a experiência democrática primordial de Belo Horizonte: a primeira Câmara Municipal, que funcionou de 1936 a 1937. A exposição, realizada pela CMBH, é fruto dos convênios com o Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH), que guarda a memória do Executivo e do Legislativo da capital.

Belo Horizonte da Yara, também em exibição na Câmara, homenageia a artista plástica Yara Tupynambá, com 62 quadros do acervo da artista, além de objetos, livros e recortes de jornais que narram a trajetória da artista, uma das mais brilhantes alunas de Alberto da Veiga Guignard, pintor e professor que dá nome ao Corredor Cultural da CMBH. A mostra traz criações de diversas fases da artista, incluindo obras das décadas de 1950 e 1960. Gabriel explicou que ela não pôde comparecer por estar se recuperando de problemas de saúde. “A família está cuidando com muito carinho dela, e nós estamos cuidando com muito carinho de suas obras”, comentou, acrescentando que seus quadros e desenhos retratam parques conhecidos da cidade, como o das Mangabeiras, além de figuras femininas diversas. Geraldo Porfírio da Silva, genro da Yara e curador da exposição, disse que o espaço está “maravilhoso” e a homenagem é merecida.

O Corredor Cultural Alberto da Veiga Guignard também abriga uma exposição permanente com os retratos de ex-presidentes da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O corredor é parte do Programa Câmara Cultural, instituído pela Mesa Diretora por meio de deliberação publicada no Diário Oficial do Município (DOM) no dia 29 de julho. Além da galeria de arte e exposições, o programa prevê o cineclube câmara; concursos culturais; feiras; festivais; e parcerias culturais.

Superintendência de Comunicação Institucional

Entrega da Praça da Constituinte, inauguração da estátua do vereador Elias Murad e lançamento do Programa Câmara Cultural