COMISSÃO PROCESSANTE

Testemunha arrolada pelo denunciante nega ter prestado serviços a Wellington Magalhães

Citando proteção da privacidade, oitiva teve pergunta sem resposta e testemunha questionou proibição de sua entrada na Casa

terça-feira, 8 Outubro, 2019 - 13:30

Foto: Bernardo Dias/CMBH

A Comissão Processante que apura a denúncia de quebra de decoro apresentada contra o vereador Wellington Magalhães (DC) reuniu-se na manhã desta terça-feira (8/10) para ouvir a testemunha Wellington Luiz da Conceição, arrolada pelo denunciante, o vereador Mateus Simões (Novo). Em seu depoimento, a testemunha negou ter prestado serviços ao parlamentar denunciado e deixou de responder a uma pergunta, argumentando tratar-se de assunto particular.

Além dos advogados da testemunha e do vereador Wellington Magalhães, Edvaldo Rodrigues Pereira e Amanda Torquato, respectivamente, estiveram presentes à oitiva os vereadores Elvis Côrtes (PHS), Maninho Felix (PSD), Mateus Simões e Preto (DEM). Confira aqui o resultado completo da reunião.

Serviços prestados

O presidente da Comissão Processante, o vereador Preto (DEM), explicou a ordem dos trabalhos da oitiva que estabeleceu que primeiro fossem feitas perguntas formuladas pelo denunciante, em seguida pelos advogados do denunciado e por fim, pelos vereadores que assim o desejarem, sendo que a cada pergunta, a testemunha apresentaria então a sua resposta.

Assim, as primeiras questões formuladas pelo vereador Mateus Simões foram sobre a filiação partidária atual e anterior da testemunha, bem como se o mesmo conhecia, e que tipo de relação mantinha com o vereador Wellington Magalhães. Conceição alegou então já ter sido filiado a vários partidos (PMDB, PT, PSC), e atualmente estar do DC. Já sobre a sua relação com o vereador denunciado, a testemunha disse não manter relações com o mesmo. “Relação eu tenho com a minha esposa, com meus filhos. Conheço o vereador (Wellington), como conheço 70% da Câmara”, afirmou a testemunha. Buscando clarear a questão, o vereador Mateus Simões perguntou se a testemunha já havia conversado com o denunciado, sobre qual assunto trataram e quando foi a última vez que conversaram. Wellington da Conceição respondeu que nos últimos 12 meses não conversou com o denunciado, e que diálogos anteriores foram sobre política e partido. Na sequência, o vereador Mateus Simões perguntou se a testemunha já havia prestado algum tipo de serviço para o denunciado, ao que a testemunha alegou que não. Sobre a sua participação em reuniões realizadas no ano passado, durante o processo de cassação do vereador Wellington Magalhães, Conceição alegou que participa de reuniões da Casa desde 1992, a fim de ter ciência dos fatos.

Processo criminal

Dando prosseguimento a oitiva, o vereador Mateus Simões perguntou se a testemunha conhecia Guilherme Ribeiro dos Santos, outra testemunha arrolada pelo denunciante, ao que Conceição disse se tratar de um vizinho. O vereador Mateus Simões questionou se eles respondiam juntos na justiça criminal e por qual delito seria. Alegando tratar-se uma questão de cunho privado, a testemunha confirmou sim, que responde, mas se recusou a descrever por qual delito é investigado. O vereador Mateus Simões questionou então se haveria algum motivo para que a testemunha não quisesse relevar por qual crime respondia, e o mesmo insistiu que o assunto é de cunho pessoal. O vereador Mateus Simões pediu então que se registrasse que a testemunha se recusou a responder a questão, a fim de que, providências possam ser tomadas pela Casa.

Entrada suspensa

Questionado pelo vereador Mateus Simões se nos anos anteriores, de 2017 e 2018, a testemunha já havia se envolvido em episódios de brigas nas dependências da Câmara, e a que ele atribuía a proibição de sua entrada na Casa, Wellington da Conceição explicou que sim, que teve um caso de briga, em que houve a necessidade da atuação da segurança legislativa, e disse que a proibição se deve ao fato de a Presidência da Casa ser de uma vereadora de primeiro mandato, e que a denúncia feita pelo vereador contra ele pode ter gerado algum medo. A testemunha ainda questionou os valores gastos com a segurança da Casa, e que se isso não seria suficiente para garantir sua presença. “A Câmara tem detector de metal, identifica as pessoas por meio de identidade, tem um monte segurança, e eles conseguem impedir um cidadão, que há 43 anos mora no mesmo lugar, baseado num Boletim de Ocorrência feito por um vereador”, argumentou.

Passada a palavra à advogada do vereador Wellington Magalhães, Amanda Torquato, quis confirmar com a testemunha se as ações e participações nas reuniões ocorridas na Câmara foram voluntárias ou se teriam partido por ordem de outra pessoa, ao que Conceição afirmou se tratar de escolhas pessoais suas, sem a interferência de terceiros, e que a maioria dos vereadores mais antigos conhece o trabalho dele na Câmara.

Também o vereador Maninho Felix pediu informações sobre se a testemunha tinha, no momento, algum cargo ou função política, ao que o mesmo respondeu estar voluntariamente fazendo trabalho de montagem de chapa para o PP (Partido Progressista).  

Antes do encerramento da reunião, o vereador Preto deu ciência do documento de Protocolo 003134/2019, em que Marriel Marley Marra pede que sejam incluídas no processo as testemunhas, Ângela de Fátima Ribeiro Guedes e Frederico Ribeiro Guedes. O vereador Preto sugeriu que o pedido seja encaminhado à Procuradoria da Casa, para emissão de um parecer jurídico, o que foi acatado pela mesa.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

Oitiva para ouvir Wellington Luiz da Conceição, testemunha arrolada pelo denunciante, Vereador Mateus Simões - 5ª Reunião - Comissão Processante