Aumento da violência e dos vendedores ambulantes preocupa lojistas
Furtos nas mesas dos bares, roubo de carros, assédio de flanelinhas e vendedores ambulantes informais têm preocupado moradores e comerciantes da região da Savassi. Além da sensação de insegurança, o contexto estaria gerando prejuízos aos lojistas e proprietários de bares e restaurantes. Em audiência pública realizada na região nesta terça (17/5), a comunidade cobrou ações de fiscalização da PBH no combate ao trabalho informal.

Aumento da violência e dos vendedores ambulantes preocupa lojistas. Foto: Divulgação Gabinete Léo Burguês
Pequenos furtos nas mesas dos bares, roubos de carros, assédio de flanelinhas e vendedores ambulantes informais têm preocupado moradores e comerciantes da região da Savassi. Além da sensação de insegurança, o contexto estaria gerando prejuízos aos lojistas e proprietários de bares e restaurantes. Em audiência pública no local realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, na tarde desta terça-feira (17/5), a comunidade cobrou ações do setor de fiscalização da prefeitura no combate ao trabalho informal, alertando também os conselhos tutelares sobre possíveis situações de exploração de crianças e adolescentes. Conforme denúncias, muitos menores estariam sendo coagidos pelos familiares a pedir dinheiro ou comercializar produtos.
Autor do requerimento para a audiência, o vereador Léo Burguês de Castro (PSL) explicou que o atual cenário na Savassi estaria ocasionando queda nas vendas, tanto por afastar clientes do local, em razão da violência, quanto por ocasionar maior disputa pela clientela restante, já que muitos vendedores ambulantes têm oferecido bebidas alcoólicas e alimentos a preços mais baixos.
Representante do setor de alimentação fora do lar, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) destacou a falta de regulamentação para o comércio de alimentos em veículos automotores e a insuficiência da fiscalização. Conforme denúncias apresentadas, a ausência do poder público permitiria a atuação informal de inciativas como o Tô de Drinks, uma espécie de bar móvel, instalado na garupa de uma bicicleta, que circula pelas ruas da capital.
“A impressão que nos dá é de que a fiscalização quer apenas prejudicar o comerciante formalizado. Nós somos obrigados a cumprir inúmeras regras imediatamente, sem diálogo, mas quando solicitamos o atendimento da prefeitura, para autuar os vendedores ambulantes, a fiscalização não vem”, criticou o advogado André Repsold, proprietário de um bar na região.
Ações do poder público
Secretário de Administração Regional Centro-sul, Marcelo de Souza afirmou que a Gerência de Fiscalização da prefeitura tem atuado com empenho, mas “a crise econômica vivida pelo país tem levado mais pessoas para as ruas, em atividades informais”, gerando um aumento muito grande da demanda que a equipe da gerência poderia suportar. O gestor garantiu que tem trabalhado em conjunto com a Polícia Militar para melhorar a segurança no local, lembrando que a corporação deve atender a todas as regiões da cidade.
Responsável pelo policiamento na Savassi, a Tenente Luana explicou que o foco da Polícia Militar é estreitar os laços com a comunidade, aproximando-se também da população em situação de rua que vive na região, para buscar minimizar os conflitos. A corporação deve iniciar nos próximos meses uma campanha de conscientização junto aos frequentadores dos bares para que assumam uma postura mais preventiva no local. Entre as ações de combate, a PM contou que estabeleceu uma rede de comerciantes protegidos, reunindo mais de 200 pessoas, que se comunicam por meio do aplicativo WhatsApp. Os comerciantes avisam sobre ocorrências ou suspeitas, permitindo melhor atuação da PM e alertando os demais lojistas.
Coleta de lixo
Também entre os problemas apresentados, o horário da coleta de lixo não estaria atendendo às necessidades dos estabelecimentos. Previsto para o início da noite, entre 19h e 20h, o recolhimento do lixo vem sendo feito já na presença dos clientes, tumultuando a entrada dos bares e ocasionando mau cheiro. A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) explicou a dificuldade em conciliar os interesses dos comerciantes, que solicitam a coleta no final do expediente, após as 23h, e as necessidades dos moradores, que precisariam depositar o lixo na calçada no início da noite.
Encaminhamentos
A prefeitura anunciou que deve organizar, junto com a Polícia Militar e a Vara da Infância e da Juventude, novas operações de abordagem e fiscalização na região, a fim de identificar situações de abuso de crianças e adolescentes. Conforme denúncias, muitos menores estariam sendo coagidos pelos pais a realizar pequenos furtos, a pedir dinheiro ou mesmo vender produtos nas mesas dos bares.
Superintendência de Comunicação Institucional