MEIO AMBIENTE

Reutilização da água foi tema de audiência pública

A proposta de tornar obrigatória a reutilização da água de chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques e/ou máquinas de lavar foi debatida na tarde desta quinta-feira (13/11) pela Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana. De acordo com o PL 1165/14, que tramita na Câmara, a obrigatoriedade seria exigida apenas em novas construções onde o consumo de água venha a ser igual ou superior a 20 m³ por dia.

quinta-feira, 13 Novembro, 2014 - 00:00
Reuso da água foi tema de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente. Foto: Divulgação CMBH

Reuso da água foi tema de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente. Foto: Divulgação CMBH

A proposta de tornar obrigatória a reutilização da água de chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques e/ou máquinas de lavar foi debatida na tarde desta quinta-feira (13/11) pela Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana. De acordo com o PL 1165/14, que tramita na Câmara, a obrigatoriedade seria exigida apenas em novas construções onde o consumo de água venha a ser igual ou superior a 20 m³ por dia. O vereador Juliano Lopes (SDD), autor do requerimento para a realização da audiência e do projeto de lei, informou que em fevereiro do ano que vem a Câmara Municipal realizará um seminário para tratar do tema.

O projeto de Lopes estabelece que as águas de chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques e/ou máquinas de lavar, conhecidas como águas servidas, sejam direcionadas através de encanamentos próprios, com cores específicas, a reservatórios distintos e independentes dos reservatórios de águas potáveis. O objetivo é que elas sejam utilizadas para a lavagem de pátios, escadarias, jardinagem e também no abastecimento das descargas dos vasos sanitários, sendo, então, descarregadas na rede pública de esgoto. A água reciclada, apesar de deter características de potabilidade não seria utilizada para consumo humano.

Antes de serem reutilizadas, as águas servidas deverão passar por tratamento, conforme preconiza a normatização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que disciplina e rege a matéria, de modo a garantir a eliminação de poluentes, desinfecção e polimento das mesmas.

O vereador Juliano Lopes explicou que o investimento necessário para a adequada reutilização das águas em uma unidade residencial seria de cerca de R$2700,00, o que não chega a representar nem mesmo 1% do valor médio de um imóvel residencial em Belo Horizonte. Ainda segundo Lopes, a diminuição da conta de água em decorrência da adoção do sistema de reutilização permitiria que o valor investido na aquisição dos equipamentos fosse recuperado em cerca de nove meses.

A Superintendente Operacional da Copasa em Belo Horizonte, Eneida Magalhães, elogiou a iniciativa de Lopes. Segundo ela, é necessário “modificar a forma de agir em relação à água, rever conceitos e rever de forma rápida”. No entanto, ela pondera para a necessária manutenção periódica dos equipamentos de reciclagem da água, bem como para o papel fiscalizador que o poder público deverá cumprir para que as águas servidas sejam reutilizadas somente depois de passarem pelo tratamento adequado. De acordo com Eneida Magalhães, essa será a garantia de que o reuso da água não ocasionará a propagação de doenças.

De acordo com o vereador Juliano Lopes, o seminário a ser realizado em fevereiro próximo na Câmara será mais uma oportunidade para se debater o uso racional da água na capital mineira. O parlamentar também solicitou que o poder público, a sociedade civil e todos os interessados contribuam com sugestões ao projeto, que ainda pode receber emendas. Antes de ser encaminhado à apreciação do prefeito Marcio Lacerda (PSB), o PL precisa tramitar pela Comissão de Saúde e Saneamento e, ainda, ser aprovado em dos turnos por, no mínimo, 21 vereadores em plenário.

Assista aqui à reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional