SÃO GABRIEL

Usuários do metrô e BHBus questionam falta de segurança

Em audiência realizada nesta terça-feira (26/6), a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor recebeu representantes da PBH, BHTrans, CBTU, DER, PM, sindicatos de empresas e associações de usuários do metrô e integrações BHBus para discutir a violência enfrentada dentro dos ônibus e trens, nas estações e no entorno. A população reclama de falta de iluminação, tempo de espera, tumulto nas plataformas e ausência de policiamento.

terça-feira, 26 Junho, 2012 - 00:00

Audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor nesta terça-feira (26/6) discutiu a violência enfrentada diariamente pelos usuários do metrô e integrações BHBus dentro dos ônibus e trens, nas estações e no entorno. Solicitada pelo vereador Bruno Miranda (PDT), a audiência contou com a presença de representantes da Prefeitura, BHTrans, Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), Polícia Militar, Sindicato das Empresas de Transporte e associações de usuários do transporte público coletivo da capital.

“Respeito e admiro muito o trabalho da Polícia Militar quando ela afirma que desenvolve ações diretamente com a comunidade, mas não podemos ouvir esse discurso pronto de que ‘os índices de violência não cresceram na região’, enquanto ouvimos denúncias constantes dos usuários que usam a Estação”, ponderou Bruno Miranda. “Parece haver uma realidade institucional da PM, que não corresponde à realidade sentida diariamente pela população”, concluiu o vereador, solicitando à Polícia Militar mais atenção à gravidade do problema.

O vereador Paulinho Motorista (PSL) lembrou as últimas ocorrências na região, como tiroteios, assaltos e depredação dos ônibus, destacando a urgência de se encontrar soluções para o aumento da violência e para o grande problema de mobilidade urbana que a capital enfrenta, como o excessivo tempo de espera nos terminais de ônibus e o mau planejamento dos itinerários disponíveis que não atendem à população de bairros mais distantes do Centro, próximos ao Anel Rodoviário.

Problemas cotidianos

Entre os locais de maior risco, foi destacada a Estação São Gabriel (região Nordeste de Belo Horizonte), onde foi apontada grande ocorrência de assaltos, tráfico de drogas, assassinatos e outras violências. A população cobrou providências do Poder Público municipal apontando para a falta de iluminação nas ruas do entorno e passarelas; tempo longo de espera dos trens e ônibus, que chegaria a mais uma hora; tumulto nas plataformas devido ao aumento no número de usuários e insuficiência do serviço; pouca vigilância e ausência de policiamento efetivo.

Os usuários denunciaram o grande número de assaltos dentro dos coletivos e as intimidações e ameaças sofridas pelos motoristas por bandidos que não querem pagar a passagem. Diante disso, cobraram soluções emergenciais, sugerindo, por exemplo, que a Polícia Militar oriente as viaturas a prestarem mais atenção nos ônibus que circulam e possam estar sendo assaltados. Outra sugestão seria a criação de um programa de proteção ao usuário do transporte público coletivo, que envolveria cursos realizados pela PM em escolas, buscando orientar os jovens. “A violência está chegando de cima. Chega de carrão na comunidade e envolve as nossas crianças na criminalidade”, alertou Gislene Gonçalves dos Reis, presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de Belo Horizonte.

Representante da Polícia Militar, Coronel Alex da Silva explicou que os números não apontam para um crescimento na taxa de criminalidade na Estação São Gabriel, mas afirmou que levaria as demandas ao Comando da corporação e não iria reproduzir discursos, apenas responderia à comunidade por meio de ações efetivas. O oficial destacou que a PM já desenvolve algumas ações junto à Administração Regional Nordeste da PBH como limpeza de lotes abandonados, que poderiam servir de refúgio para a criminalidade, e intervenções pontuais nas áreas de maior violência, principalmente, consumo e tráfico de drogas. A Regional, porém, assumiu a insuficiência das ações, pontuando que o efetivo de funcionários é pequeno e não dá conta das demandas.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) afirmou que, como medidas de segurança, os ônibus já estão sendo equipados com câmeras, os cofres estão guardados fora dos coletivos, os funcionários estão orientados a acionar a Polícia Militar sempre que presenciarem alguma ocorrência e a orientar os passageiros para que não reajam a assaltos.

Possíveis alternativas

Diante de questionamentos sobre a eficiência de suas ações, a Guarda Municipal explicou que sua atuação ainda é prioritariamente patrimonial em equipamentos públicos como escolas e centros de saúde e, por isso, manteria poucos guardas nas estações. A instituição afirmou, porém, que estuda aumentar o efetivo no período da noite, quando as estações estão mais vazias e os usuários estão mais vulneráveis à ação de bandidos.

A BHTrans afirmou que instalou dois postos de vigilância nos setores Leste e Oeste da Estação São Gabriel, buscando oferecer mais segurança aos usuários, mas sua função prioritária seria a gestão da integração BHBus. O DER-MG explicou que mantém um fiscal na Estação para verificação do cumprimento de horários dos ônibus e serviços prestados, mas que segurança seria questão de Polícia, sugerindo uma integração das instituições que atuam na Estação para buscar uma solução o mais rápido possível.

A CBTU, empresa responsável pela administração do metrô, destacou que o aumento do número de usuários nas plataformas tem gerado um grande risco à segurança dessas pessoas, uma vez que a pressão e o tumulto podem provocar quedas nos trilhos. Diante disso, a Companhia acredita que a única solução seria o aumento na quantidade de trens. Atualmente, os intervalos, nos horários de pico, são de 4 a 6 minutos, quando o ideal seria 1 minuto, de acordo com a instituição.

Superintendência de Comunicação Institucional