SAÚDE

Audiência discute falta de profissionais nas maternidades

A CMBH acompanhará a abertura de edital para concurso público pela FHEMIG.

quarta-feira, 15 Fevereiro, 2012 - 00:00

Em audiência realizada na quarta-feira (15/2), requerida pelo vereador Tarcísio Caixeta (PT) à Comissão de Saúde e Saneamento, trabalhadores da área de Saúde cobraram da Prefeitura, de gestores de maternidades de Belo Horizonte e da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) solução para a falta de profissionais e de equipamentos, que estaria comprometendo a qualidade no atendimento. Ao final da reunião, o vereador propôs que seja acompanhada a realização de concurso público para contratação desses profissionais, cujo edital será aberto em março deste ano.

“São necessários 15 pediatras, 10 obstetras e 5 anestesistas para formar a equipe. Hoje, faltam trabalhadores na rede pública e os disponíveis estão trabalhando mais que o necessário”, relatou o presidente do Conselho de Saúde da Maternidade Odete Valadares, Roberto dos Santos.

A diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde de MG, Maria Lúcia Barcelos, ressaltou a falta de médicos e de uma estrutura adequada de equipamentos. “A porta da sala de radiologia está danificada, expondo ao risco de radiação trabalhadores e pacientes. A rede elétrica também está com problemas, podendo ocasionar a morte de pacientes submetidos a cirurgias”, declarou.

De acordo com Maria Lúcia, os médicos investem na carreira, mas ficam desmotivados devido às precárias condições de trabalho e remuneração. Assim, acabam prestando concurso em outra área.

Soluções apontadas

Segundo o presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Antônio Carlos de Barros Martins, o edital do concurso público para a contratação de profissionais será disponibilizado em março deste ano, com a abertura de 570 vagas. “Além disso, vêm sendo realizados plantões extras nas maternidades. A Fhemig também vai ampliar o número de residentes, principalmente na área de Ginecologia e Pediatria”, informou.

O diretor da Maternidade do Hospital Sofia Feldman, Ivo de Oliveira Lopes, salientou as dificuldades para manter as equipes e a necessidade de um plano de carreira para os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o diretor geral do Hospital Júlia Kubitschek, Henrique Timo Luz, entre 2009 e 2010 foram realizados no hospital mais de 3.200 partos. Já em 2011, observou-se uma falta de pediatras neonatologistas, o que acarretou uma redução de 30% nesse número, que totalizou 2800 partos.
O diretor técnico em Atenção Hospitalar do Hospital Odilon Behrens, José Luiz Lopes, informou, por sua vez, que, em 2010 foram realizados 2.579 partos e em 2011, 1.172. “Atualmente, contamos com 26 leitos na área de Neonatal e 33 leitos para parto”.

A diretora hospitalar da Maternidade Odete Valadares, Terezinha Aparecida Soares Finamore, reforçou a necessidade de reparos nos hospitais. Ela afirmou que já existe um projeto para melhorias na área de enfermagem e neonatal da Maternidade, e que já há verba destinada à construção de um anexo para setores administrativos até o final do mês.

De acordo com a representante da Secretaria Municipal de Governo, Suzana Maria Moreira Rates, existem hoje em Belo Horizonte sete maternidades públicas com leitos de terapia intensiva neonatal. Suzana destacou o êxito do projeto Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, no país, em BH e em todas as cidades do entorno, com recursos garantidos ao longo de quatro anos. “Vinte e cinco a trinta por cento dos partos nas maternidades da capital são de gestantes vindas do interior”, completou.

Encaminhamento

Ao final da audiência, o vereador Tarcísio Caixeta sugeriu que seja acompanhada de perto a realização de concurso pela FHEMIG, desde a publicação do edital, para solucionar o problema de pessoal, no que se refere a médicos e suporte.

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