DENGUE

Principal desafio é mudar comportamento da população

quinta-feira, 16 Setembro, 2010 - 21:00

Principal desafio é mudar comportamento da populaçãoO aumento do número de casos de dengue em Belo Horizonte é preocupante: de janeiro a setembro deste ano, foram mais de 66 mil ocorrências notificadas e quinze mortes. As regionais Venda Nova, Norte e Nordeste concentram a maioria dos registros. Considerada grave, a situação levou as autoridades de saúde a reforçar as medidas de prevenção, mas as ações de combate aos focos do mosquito transmissor esbarram na falta de colaboração da população.  

A constatação é do secretário-adjunto de Governo e consultor especializado Fabiano Pimenta Júnior, que aponta a necessidade das pessoas transformarem em atitudes cotidianas as medidas para eliminar a infestação das larvas do Aedes Aegypt.

Em entrevista, o secretário falou sobre o trabalho da PBH, que contratou mais 400 agentes de combate a endemias – ao todo, 1600 homens visitam, a cada dois meses, aproximadamente 800 mil residências e estabelecimentos na cidade. Os locais considerados estratégicos, como floriculturas, ferros-velhos e borracharias, recebem a vistoria de 15 em 15 dias.

Outra frente de atuação, segundo Fabiano, são os mutirões de limpeza especialmente destinados ao combate à dengue – em 2010 já foram recolhidas 2700 toneladas de lixo. Contudo, o secretário explica que os lotes vagos não são os vilões: o perigo está dentro das casas, que concentram 80% dos criadouros. Embalagens plásticas, pneus, vasos de planta e caixas d’água servem como ambientes para a reprodução do mosquito.

“Estudos mostram que a grande maioria da população tem informação sobre a dengue e sabe como combater os focos do mosquito, mas as pessoas precisam fazer sua parte e realizar as medidas de prevenção”, comentou.

De janeiro a maio, a Secretaria Municipal de Saúde chegou a registrar até quatro mil casos por semana – números que, segundo o secretário, traduzem as condições sazonais da doença que incide mais em altas temperaturas combinadas com chuva. Neste mês, as ocorrências já caíram para cerca de 70 casos por semana.

Sobre a concentração de casos nas regionais Venda Nova, Norte e Nordeste, Fabiano explica que as áreas reúnem fatores que favorecem a incidência da doença: densidade populacional; temperatura média superior às demais regiões da cidade; e construções de um ou dois pavimentos (o mosquito se adapta em altitudes mais baixas).

Audiência adiada

O problema chamou atenção da Comissão de Administração Pública da Câmara Municipal, que realizaria audiência pública, no dia 17 de dezembro, para saber o que a Prefeitura tem feito para combater a transmissão da doença. Contudo, a reunião deixou de ser realizada porque as autoridades convidadas não compareceram.

O vereador João Oscar (PRP), que solicitou a audiência, lamentou a ausência dos representantes do poder público, que têm a obrigação de prestar contas à sociedade. “Num momento alarmante em que Belo Horizonte é a quinta cidade com maior número de casos confirmados no país, temos que lidar com a falta de compromisso dos agentes públicos”, afirmou o parlamentar que vai remarcar a data da audiência e convocar as respectivas autoridades.

Responsável pela Informação: Superintendência de Comunicação Institucional.