GALERIA GUIMARÃES ROSA

Espaço recebe exposição “Manchas Aldravistas”

Espaço recebe exposição “Manchas Aldravistas”À primeira vista, pontos, gotas, borrões. Aos poucos, o olhar mais demorado vai revelando sentidos construídos por tramas de traços coloridos. A coleção “Manchas Aldravistas”, da artista plástica Deia Leal, chega à Câmara Municipal no dia 22 de junho, convidando o público ao diálogo e à livre interpretação.
domingo, 20 Junho, 2010 - 21:00
Espaço recebe exposição “Manchas Aldravistas”À primeira vista, pontos, gotas, borrões. Aos poucos, o olhar mais demorado vai revelando sentidos construídos por tramas de traços coloridos. A coleção “Manchas Aldravistas”, da artista plástica Deia Leal, chega à Câmara Municipal no dia 22 de junho, convidando o público ao diálogo e à livre interpretação.
O espectador vai precisar de sensibilidade e de “olhar demorado”, até repetido, para tentar desvendar as manchas desenhadas pela artista. São 25 obras inusitadas, que passeiam pela história de Minas Gerais, pela carnavalização e por paisagens devastadas. Por trás das pinceladas abstratas, Deia Leal faz questão de apontar o sentido de cada imagem.

“Não é abstracionismo. Todas as obras têm identidade, título, intencionalidade. Caso não seja possível ao visitante recuperar o sentido integral da proposta da imagem, ele deverá buscar o sentido possível”, comentou a autora.
Os quadros, construídos com acrílica e nanquim, são resultado de uma explosão de cores, apoiadas em suportes diversos: papel cartão, papel fotográfico, madeira e tela.
Aldravismo
Sinônimo de liberdade, a arte aldravista faz referência à superação de barreiras formais de produção e expressão, à possibilidade de ousar e de criar conceitos novos. Nascido na cidade de Mariana, no ano 2000, o aldravismo é um movimento de escritores, filósofos e artistas visuais que propõem interpretações inusitadas de eventos cotidianos. A aldrava, argola de ferro utilizada antigamente para bater nas portas, é o símbolo do movimento.

Além da liberdade, o aldravismo tem outro pilar: a metonímia. Trazida da literatura para as artes plásticas, a figura de linguagem, que relaciona o todo e a parte, ganhou uma interpretação plástica e chegou às telas na forma de supressão de elementos. Não se pretende mostrar uma totalidade, mas apresentar indícios.

Nas experimentações metonímicas de Deia Leal não são mostrados objetos inteiros, mas manchas, pinceladas que insinuam a intencionalidade da artista sem, contudo, impor o sentido final. O significado de cada obra será construído conjuntamente pelo espectador, conforme sua vivência, sua bagagem existencial.

Reconhecimento

Graduada em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e pós-graduada em Artes Visuais, Cultura & Criação, Andreia Donadon Leal é poeta, contista e artista plástica. Mineira de Itabira, cresceu em Santa Bárbara e atualmente mora em Mariana.
Em 2009, Deia Leal venceu o Certame Internacional de Artes Plásticas, promovido pela Asociación Cultural Valentin Ruiz Aznar, na Espanha, com a participação de 35 países. Em 5 de junho desse ano, foi premiada com a Medalha de Bronze pela Académie des Arts, Sciences et Lettres, da França.

A exposição “Manchas Aldravistas” fica na Galeria Guimarães Rosa até o dia 2 de julho, das 8h às 20h. O endereço é Av. dos Andradas, 3.100, Santa Efigênia e a entrada é gratuita.

Responsável pela informação: Superintendência de Comunicação Institucional.