
No que depender da avaliação dos representantes de conselhos locais e distritais de Saúde, o serviço médico público municipal vai de mal a pior em Belo Horizonte.
Reunidos em um encontro na Câmara Municipal, a convite do vereador Paulo Augusto dos Santos, Paulão, (PCdoB), para avaliar o funcionamento das unidades de saúde, hospitais públicos, postos e centros de saúde na cidade, os integrantes dos conselhos de saúde dos bairros Rio Branco (Venda Nova), Paulo VI, Camargos, Vila Santa Maria, Jardim Vitória, Taquaril, Pompéia, Santa Efigênia e Paraíso foram unânimes em afirmar que o atendimento médico é precário, insuficiente e quase negligente com a população. A reunião da Frente Parlamentar Municipal em Defesa da Saúde ocorreu hoje, às 9 horas, no Plenário Helvécio Arantes.
“Convocamos esta reunião para fazermos uma avaliação do funcionamento dos postos e centros de saúde em Belo Horizonte, e também para discutir a importância dessas unidades para a população e como devemos agir para fortalecer, ampliar e aprovar nossas demandas no Conselho Municipal de Saúde”, disse o vereador Paulão.
Kátia Valéria Silva, membro do Conselho Distrital de Saúde Regional Leste, cobrou mais participação do cidadão em todo o processo. “É importante que o usuário assuma suas responsabilidades nos conselhos, sejam locais, distritais ou municipal, porque eles são abertos à comunidade”, enfatizou. “Como nós somos os maiores interessados precisamos participar para garantir o atendimento de nossas demandas.
Acredito que a falta de participação do usuário seja a maior dificuldade que enfrentamos no sentido de podermos melhorar o atendimento e o funcionamento dos centros de saúde em Belo Horizonte”, acrescentou.
Para Eliete de Oliveira Soares, do conselho local de saúde do bairro São Gabriel, o atendimento falha quando o usuário precisa de consultas ou exames mais complexos. “É assim quando se trata principalmente da saúde da mulher. Quando precisamos de fazer mamografia, papanicolau, pré-natal ou detectar gravidez de alto risco é um verdadeiro calvário”, comentou. “Quer dizer, a prevenção tão alardeada pela Secretaria Municipal de Saúde não existe e eu tenho medo que a situação fique pior”, lamentou.
Tenilton Duarte Santos, do conselho de saúde do bairro Rio Branco, também demonstrou insatisfação com o atendimento prestado pelas unidades de saúde da região de Venda Nova. “Não sei para que existe tanta Faculdade de Medicina no Brasil, se formam médicos sem condições de atender à população. Profissionais que sequer olham na cara do paciente. Falta respeito ao ser humano”, desabafou.
Heloísa Helena de Oliveira, do conselho local de saúde do bairro Pompéia, reforçou os depoimentos anteriores, dizendo que o atendimento é falho, que falta médico e que os diagnósticos quase sempre são errados. “Meu marido estava com a vesícula supurada e os médicos do posto de Saúde falaram que ele estava com dengue”, comentou.
Quando reformaram a Unidade de Pronto Atendimento da Pompéia achei que a situação iria melhorar, mas ficou pior porque hoje as pessoas não têm nem lugar para sentar enquanto esperam pelo atendimento que demora muito”, afirmou.
Preocupado com as declarações, o vereador Paulão disse que irá encaminhar um ofício com a transcrição da ata da reunião ao Ministério Público. “Estamos percebendo, pelas falas dos presentes, que a situação não é esta maravilha que mostram na televisão.
É um jogo de empurra que acaba agravando a doença do paciente e, por isso, pensamos que devemos envolver também o Ministério Público nesta questão, para esclarecer os motivos pelos quais a saúde pública municipal em Belo Horizonte não atende ao cidadão como ele merece”, disse.
Informações no gabinete do vereador Paulo Augusto dos Santos ‘Paulão’ (3555-1192/3555-1193) e na Superintendência de Comunicação Institucional (3555-1105/3555-1216).