PROJETO RAÇA E COR

História africana no Brasil é temade Simpósio

I Simpósio do Projeto Raça, Cor, Etnia na Cultura/Literatura Fundamentar um pensamento sobre a cultura negra e implementar a Lei Federal 10.639/03, que prevê a inserção da cultura afro-brasileira e africana na educação básica.
quinta-feira, 27 Março, 2008 - 21:00
I Simpósio do Projeto Raça, Cor, Etnia na Cultura/Literatura Fundamentar um pensamento sobre a cultura negra e implementar a Lei Federal 10.639/03, que prevê a inserção da cultura afro-brasileira e africana na educação básica. Esses foram os principais objetivos do I Simpósio do Projeto Raça, Cor, Etnia na Cultura/Literatura, que aconteceu na Câmara Municipal, na quarta-feira, 26 de março.

O evento, que teve como tema “O racismo no Brasil: o ensino da história africana no Brasil”, foi aberto oficialmente às14 horas, no plenário Amynthas de Barros, e contou com a presença de educadores e lideranças ligadas aos movimentos de luta pela igualdade racial.

A iniciativa foi da Escola do Legislativo, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc-Minas), Fundação Municipal de Cultura e Secretaria Municipal de Educação. O I Simpósio marca o início de uma série de eventos que buscam a aplicação efetiva da Lei Federal 10.639/03.

A vereadora Neila Batista (PT), que presidiu o encontro, lembrou que as escolas de Belo Horizonte já começaram a trabalhar com esse conteúdo, a partir da formação dos professores e gestores. “Esse é um processo que culmina com a elaboração de um currículo que contempla as diferenças, tratando de forma especial a cultura e a história”, ressaltou.

Debate

A secretária Municipal de Educação, Macaé Maria Evaristo, apresentou as iniciativas de inclusão no ensino municipal, principalmente na educação básica. “As políticas públicas são feitas a partir de relações de poder, o que faz o processo de mudança parecer lento”, ressaltou.

As ações da universidade foram lembradas pela coordenadora do Núcleo de Inclusão Racial da Puc-Minas, Íris Maria Costa Amâncio. “Mas os movimentos sociais precisam cobrar dos governos municipais, estaduais e federal a efetivação da lei, por meio de políticas e propostas que ajudem à inclusão da cultura afro no ensino”, afirmou.

Também estiveram presentes no simpósio o vereador Paulo Augusto dos Santos ‘Paulão’ (PCdoB); a presidente da Fundação Centro de Referência da Cultura Negra, Cleide Hilda Lima de Souza, indicada pela Fundação Municipal de Cultura; e a coordenadora do Programa de Pós-graduação em Letras da Puc-Minas, Maria Nazareth Soares Fonseca.

Exposição

O I Simpósio do Projeto Raça, Cor, Etnia na Cultura/Literatura trouxe para a Câmara a exposição do Festival de Arte Negra (FAN), que acontece em Belo Horizonte a cada dois anos, desde 1995. O festival teve início em 1963, em Benin (África), idealizado pelo político e escritor senegalês Léopold Sédar, que pretendia mostra o valor da cultura negra para o mundo. Em 1966, o festival contou com a participação de artistas brasileiros como Marino de Araújo e Mestre Didi. A mostra está aberta ao público até o dia 4 de abril, na Galeria de Arte da Câmara, e reúne objetos, fotos e instrumentos musicais africanos, além de peças e documentos das edições anteriores do FAN.

Informações na Superintendência de Comunicação Institucional (3555-1105/1216).