SAÚDE E SANEAMENTO

Vereadores discutirão impactos de barragem de rejeitos em Rio Acima

Fontes de custeio para gestão do Hospital Metropolitano do Barreiro também serão tema de audiência

terça-feira, 17 Novembro, 2015 - 00:00
Vereadores discutirão impactos da construção de uma barragem de rejeitos em Rio Acima. Foto: Rafa Aguiar/CMBH

Vereadores discutirão impactos da construção de uma barragem de rejeitos em Rio Acima. Foto: Rafa Aguiar/CMBH

Temendo impactos ainda maiores no abastecimento de água da capital, a Comissão de Saúde e Saneamento aprovou a realização de audiência pública para debater a previsão de construção de uma barragem de rejeitos de minério no município de Rio Acima (Região Metropolitana de Belo Horizonte). O tema foi deliberado em reunião ordinária da comissão, na tarde desta terça-feira (17/11), quando foi aprovada também uma nova data para a audiência pública que discutirá a forma de custeio do Hospital Metropolitano do Barreiro.

Autor do requerimento para a audiência, o vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV) alerta para os riscos da construção da barragem e a importância de se discutir o tema e buscar esclarecimentos. Prevista para dezembro, mas ainda sem data definida, a reunião deve contar com a participação do Ministério Público, das secretarias municipais e estaduais de Meio Ambiente e de Saúde, da Copasa e da mineradora Vale, que pretende operar no local.

Também convidados para a audiência, pesquisadores do Projeto Manuelzão (atividade de extensão e pesquisa da UFMG) explicam que a Vale tem buscado anular o processo de tombamento já iniciado na região, que preserva o Conjunto Paisagístico, Arqueológico e Natural da Fazenda Velha, a fim de adquirir a área e construir ali a barragem de rejeitos de que necessita para o “Plano de Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande”. No entanto, a comunidade alerta para o potencial de risco da construção, que excederia em muito o das barragens que se romperam em Mariana (MG), soterrando o distrito de Bento Rodrigues na última semana.

Conforme divulgado pelos pesquisadores, o projeto prevê uma barragem de cerca de mil hectares de área (mais de quatro vezes o tamanho das barragens em Mariana), com volume de lama e rejeitos contaminados equivalente ao de 37 lagoas da Pampulha e um dique de terra de 180m de altura (equivalente a um prédio de 60 andares), localizada a 1km do Rio das Velhas. Um desastre nessa barragem atingiria a sede da cidade de Rio Acima, com seus nove mil habitantes, e inviabilizaria o abastecimento de água na capital e região metropolitana, uma vez que o sistema de captação de Bela Fama (Rio das Velhas), em Nova Lima, fica a cerca de 13km de Rio Acima e abastece, aproximadamente, dois milhões de pessoas.

Hospital do Barreiro

Aprovada para o dia 1º/12, audiência pública discutirá as fontes de custeio previstas para a manutenção do Hospital Metropolitano do Barreiro, a ser parcialmente inaugurado até o final deste mês. Sob gestão direta da iniciativa privada, concedida pela Prefeitura por meio de PPP, o hospital será mantido integralmente por recursos públicos vindos do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante dos atrasos para conclusão das obras e demora para o início das atividades, o vereador Ronaldo Gontijo (PPS) requereu a audiência para cobrar esclarecimentos da PBH, destacando denúncias de que os repasses federais para custeio da unidade não estariam sendo feitos.

Participaram da reunião os vereadores Ronaldo Gontijo (PPS), Bim da Ambulância (PSDB), Veré da Farmácia (PSDC) e Márcio Almeida (PRP).

Superintendência de Comunicação Institucional