Vereadores apoiam campanha nacional de combate à violência
A iniciativa contempla a distribuição de cartilhas e o julgamento de crimes antigos

Vereadores apoiam campanha nacional de combate à violência
De acordo com dados do Ministério Público de Minas Gerais, o Brasil está entre os países mais violentos do mundo, registrando uma média de 26,2 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Na perspectiva de combater o alto índice de violência, principalmente os homicídios cometidos por impulso, originados de pequenos conflitos, foi lançada, na última terça-feira (26/2), pelo Ministério Público, a campanha "Conte até 10. Paz". Essa é a atitude idealizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público e pela Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública, e realizada em parceria com o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério da Justiça. O evento de lançamento, realizado na Procuradoria-Geral de Justiça, contou com a participação de vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte , assim como de membros da Associação Mineira do Ministério Público, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, da Prefeitura de Belo Horizonte, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e do Governo de Minas Gerais.
“É preciso combater a violência desnecessária, no trânsito, no campo de futebol. Por isso, é fundamental que a câmara participe e divulgue esse tipo de evento, multiplicando essa ideia e conscientizando as pessoas de que a violência não vale a pena”, avaliou o vereador Joel Moreira Filho (PTC).
Para combater os crimes por impulso, a campanha passa a mensagem de tolerância em situações de conflito, buscando evitar a violência (brigas de trânsito, entre vizinhos, em bares). As peças de divulgação são estreladas por atletas renomados, os campeões mundiais de MMA Anderson Silva e Junior Cigano e os judocas campeões olímpicos Leandro Guilheiro e Sarah Menezes, que participam da iniciativa sem cobrar cachê.
A campanha prevê ações educativas como a elaboração de uma cartilha, a ser distribuída nas escolas da capital. Além disso, haverá um esforço para zerar o número de inquéritos por homicídio não concluídos no país, levando todos os casos a julgamento e reduzindo, assim, a sensação de impunidade.
Cartilha
De acordo com a coordenadora geral da campanha e coordenadora estadual de Defesa da Educação da Promotoria de Justiça de Minas, Maria Elmira Evangelina do Amaral Dick, a cartilha já está em fase de elaboração, em parceria com o Conselho Nacional do Ministério Público e o Ministério da Educação. O material será distribuído aos professores, orientando esses profissionais para a abordagem do tema violência em sala de aula. A cartilha é destinada, inicialmente, a alunos do ensino médio. “Os alunos irão vivenciar situações de conflito a partir de músicas e textos, que possibilitarão uma reflexão sobre seu comportamento diante de situações de violência, favorecendo, assim, a formação de multiplicadores dessas ações em suas comunidades”, relatou.
Maria Elmira destacou ainda, que, de 1980 a 2010, houve um aumento de 370% no núero de crimes de homicídio praticados por jovens de 15 a 18 anos, que cursam o ensino médio, e que esses crimes são cometidos, principalmente, pelo público masculino.
Julgamentos
Segundo o gestor de Metas da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública, Marcelo Mattar Diniz, convencionou-se chamar de “resolução violenta de conflitos” pequenas discussões como desentendimentos no trânsito, no bar, na família, onde não se busca uma solução pacífica e, sim, o caminho da violência, que pode culminar em homicídios. Assim, atendendo à meta de controle de homicídios, desde janeiro, estão sendo realizados julgamentos para crimes cometidos entre 2007 e 2008. “Temos um passivo em Minas Gerais de, aproximadamente, 700 processos. Os julgamentos tiveram início no último dia 18 e serão finalizados em 13 de dezembro. Pretendemos zerar esse passivo em, no máximo, três anos”, disse.
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