CRIANÇA E ADOLESCENTE

Comissão quer garantir continuidade de trabalho social na Vila São José

Instalação da entidade no entorno do projeto Vila Viva é uma das soluções propostas

terça-feira, 25 Outubro, 2011 - 00:00
Comissão de Direitos Humanos realizou audiência para tentar evitar interrupção do trabalho da entidade

Comissão de Direitos Humanos realizou audiência para tentar evitar interrupção do trabalho da entidade

Na manhã desta terça-feira (25/10), a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor promoveu audiência pública para discutir a interrupção das atividades da Oficina Pedagógica Padre Taddeo Gabrieli, que atende crianças e adolescentes carentes da Vila São José, localizada às margens do Anel Rodoviário. Ao final, foi encaminhada a marcação de uma reunião com a Sudecap para avaliar a possibilidade de obtenção de área no entorno do projeto Vila Viva que está sendo implantado no local.

Segundo a presidente da Comissão, Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB), que solicitou a audiência, o trabalho social da Oficina Pedagógica corre risco de ser interrompido em razão da desapropriação da área para as obras de ampliação do Anel Rodoviário e da ameaça de perder a verba da Prefeitura, obtida mediante convênio com a Secretaria Municipal de Assistência Social, que expira em dezembro. Com a migração para o âmbito da Secretaria de Educação, a documentação exigida para renovação do convênio dependerá da regularidade da posse do terreno.

Porém, segundo a diretora da Oficina, irmã Maria Fontana, o terreno adquirido “de boa fé” em 2006 está em situação irregular, o que pode impedir a obtenção do benefício. “A perda desses recursos vai comprometer totalmente a capacidade e a qualidade do atendimento”, garantiu Elaine Violeta Oliveira, uma das administradoras. Mantida pela Congregação das Filhas de Nossa Senhora das Neves, a entidade oferece atividades de arte, cultura e lazer, atendimento psicológico e acompanhamento pedagógico a cerca de duzentas crianças e adolescentes da região.

A instituição teme ainda que a indenização seja insuficiente para garantir a compra de outro terreno e a recomposição da infraestrutura e equipamentos de mesmo nível e qualidade dos que a instituição dispõe hoje, além de deixar de atender a comunidade local, caso tenha de se transferir para outra região da cidade. “Não queremos perder os frutos de todo o trabalho já feito”, destacou a coordenadora Ângela Silveira, reforçada pelas falas de representantes das mães e dos alunos da instituição, que temem a interrupção do atendimento.

Continuidade do trabalho

As representantes da Secretaria Municipal de Educação, Leila Maria Pinheiro e Lília Tupiná Fernandes, explicaram que o órgão não pode abrir exceções nas exigências feitas a qualquer instituição no estabelecimento de convênios e sugeriram à Comissão que procure a Gerência de Regulação Urbana para avaliar a possibilidade de obtenção de um alvará provisório, impedindo que a Oficina seja excluída do processo de seleção.

Diante do impasse, a vereadora Sílvia Helena (PPS), integrante da Comissão, irá solicitar ainda uma reunião na Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), com a participação do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Defensoria Pública e representantes da Prefeitura e da entidade, a fim de estudar a possibilidade de obter uma área no entorno ou entre os prédios do projeto Vila Viva que está sendo implantado na região.

Acompanhando a audiência, o vereador Geraldo Félix (PMDB) também destacou a importância da continuidade da atuação da Oficina junto à comunidade local e a não interrupção das atividades durante a regularização da documentação e a construção de uma nova sede. O parlamentar sugeriu que a instituição se organize para buscar recursos da iniciativa privada. “As empresas têm o dever de retribuir ao país e à cidade os incentivos a seus empreendimentos, além de contribuir para a formação dos funcionários e consumidores do futuro”, argumentou.

O engenheiro civil Roberto Guarini, da Loja Maçônica Templários do Alvorecer, ofereceu seus serviços na elaboração de projeto de construção da nova sede.

Também participaram da audiência Josimary Soares, representando a Secretaria Municipal de Assistência Social; Aloísio Rocha Moreira, representando o diretor-presidente da URBEL; Murilo Tadeu Silva, representando o secretário de Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais (SEDESE); Paulo Roberto Oliveira, presidente da Associação de Moradores da Vila Sâo José; e Tomás Oliveira Gonçalves, representante da Defensoria Pública da União, que vem atuando em defesa da entidade.

Superintendência de Comunicação Institucional