CICLOVIAS

Câmara e ciclistas cobram da PBH implantação de ciclofaixas

Ciclistas defendem as ciclofaixas em Belo Horizonte, além de campanhas educativas e segurança, em audiência pública, no dia 30/8. A Prefeitura apresentou o projeto "Pedala BH", iniciado em 2010, garantindo que ele atende a várias reivindicações.

terça-feira, 30 Agosto, 2011 - 00:00

Em audiência pública requerida pelo vereador Adriano Ventura (PT) à Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, realizada em 30/8, vereadores, ciclistas e comerciários cobraram do Executivo campanhas educativas, segurança, treinamentos, implantação de ciclofaixas e elaboração de projeto de lei da Câmara, embasado no “Pedala BH”, da Prefeitura. Segundo a BHTrans, várias dessas reivindicações estão sendo contempladas no projeto, iniciado em 2010 e com término previsto para daqui a dois anos.

Adriano Ventura defendeu a elaboração de um projeto de lei, de autoria da Câmara Municipal, incluindo custos, ainda que a Lei 10.161, do Executivo, já disponha sobre a criação de ciclovias na capital.

Quanto à necessidade de campanhas educativas voltadas para motoristas de ônibus, táxis, pedestres e ciclistas, o vereador Preto (DEM) encaminhará a demanda ao GEDUC, órgão responsável da BHTrans.

Os participantes encaminharam sugestões em diversas áreas. 

Transporte X Lazer

Israel Tomaz Ferreira, da Picc Pedal, utiliza a bicicleta como meio de transporte. Para ele, as ciclofaixas já melhorariam a situação do trânsito, pois têm menor custo, abrangendo uma área maior para o trânsito de ciclistas.

Humberto Guerra, coordenador da Moutain Bike BH, salientou, por sua vez, que a estrutura urbana para a utilização da bicicleta como meio de transporte é diferente da demandada para o lazer. Ele salientou que se o Projeto Pedala BH for executado conforme o previsto, em toda a cidade e próximo a pólos que atraem o tráfego, ele será satisfatório, informando que já foram implantadas, até agora, seis ciclovias em Belo Horizonte, na Pampulha, na Savassi, dentre outras regiões.

Para o atleta Rogério Pacheco defende que as ciclovias cheguem até o Centro. Ele disse, ainda, que está elaborando uma cartilha informativa, a ser distribuída principalmente nas escolas.

A proprietária da Ikenfix Comércio de Materiais Esportivos Ltda, Lilian Carvalho dos Santos, também destacou a importância de um trabalho educativo mostrando direitos e deveres dos ciclistas e de sinalização das vias.

Segurança

De acordo com Juvenal Gonçalves de Almeida, da Motobike Barreiro, há cerca de 150 ciclistas no Barreiro que se reúnem de três a quatro vezes por semana, e lá não existem ciclovias. Ele ressaltou que o número de bicicletas roubadas é grande na região.

Para solucionar o problema, Welington de Souza (Formigão), presidente da Federação Mineira de Ciclismo, sugeriu, na audiência, a realização de blitz, pelo policiamento da capital, nas pequenas oficinas da cidade, muitas das quais, segundo ele, comercializam peças roubadas.

Saúde

Segundo a gerente de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Lúcia Paixão, a morte no trânsito é objeto de saúde pública. “Belo Horizonte é uma das cinco cidades que integram um projeto para reduzir a morte no trânsito, com a participação da Policia Militar, Corpo de Bombeiros e Detran. Além disso, precisamos estimular o exercício físico e o uso da bicicleta para a melhoria da qualidade de vida da população”.

Ações da Prefeitura

O gerente de Coordenação da Diretoria de Desenvolvimento e Implantação de Projetos da BHTrans, José Carlos Ladeira, relatou que 365 km de rotas cicláveis foram identificados no início do programa, em 2010, para a implantação de ciclovias e ciclofaixas. Dentro dessas rotas, 132 projetos serão desenvolvidos. Ela relatou, ainda, que parte do projeto, voltado para Venda Nova e região do Barreiro, será financiado pelo Banco Mundial.

No que se refere a campanhas educativas, José Carlos informou que os motoristas de ônibus já participam de programas educativos, para que a bicicleta seja reconhecida, como os demais, um componente do trânsito. Ele ressaltou, também, que para intervenções acima de 6 mil m2 é exigido, pelo Executivo, um estudo de impacto ambiental e de medidas mitigatórias; e que todas as travessias de ciclovias têm semáforos específicos, já que ciclistas e pedestres atravessam juntos.

Participaram da audiência os vereadores Preto, Adriano Ventura, Silvinho Rezende (PT), Carlúcio Gonçalves (PR) e Cabo Júlio (PMDB).

Superintendência de Comunicação Institucional