HEPATITE

Projeto previne hepatite

Projeto previne hepatite Salões de beleza serão obrigados a afixar cartazes com medidas preventivas contra a hepatite. A doença, que provoca inflamação do fígado, atingiu mais de 7 mil pessoas em Minas Gerais em 2008, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.

quarta-feira, 8 Julho, 2009 - 21:00

Projeto previne hepatite Salões de beleza serão obrigados a afixar cartazes com medidas preventivas contra a hepatite. A doença, que provoca inflamação do fígado, atingiu mais de 7 mil pessoas em Minas Gerais em 2008, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.

O vereador Sérgio Fernando (PHS) encaminhou à Câmara Municipal de Belo Horizonte um projeto de lei , ainda sem numeração, que dispõe sobre a obrigação dos salões de beleza de afixar cartaz com medidas profiláticas contra a doença. A proposta reforça a mobilização para combater as hepatites (inflamações no fígado que podem provocar consequências graves em todo o organismo). O Ministério da Saúde vem investindo em propagandas e campanhas de vacinação em todo o país. O dia 19 de maio foi instituído como o “Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais”.    

O projeto de lei criado por Sérgio Fernando prevê que os salões de beleza que ofereçam serviços de manicure e pedicure devem afixar cartaz em local visível com as informações necessárias à prevenção contra o contágio da hepatite. O cartaz deve conter informações sobre o modo e o tempo de esterilização dos instrumentos, lista de materiais descartáveis que devem ser usados, assim como de uso pessoal e maneiras de utilização.

Sobre a HEPATITE:

A hepatite é uma doença inflamatória do fígado que compromete suas funções, podendo evoluir para a cirrose hepática, uma grave inflamação no órgão causado pelo prejuízo na produção de proteínas e na neutralização de substâncias tóxicas, ou, posteriormente, para um câncer. Ela pode ser causada por vírus, fungos, bactérias, ser auto-imune (quando nosso sistema imunológico reconhece seus próprios tecidos como estranhos, atacando-os para destruí-los) ou ainda ser causada por reação ao álcool, drogas ou medicamentos. As mais conhecidas são as virais. 

O médico hepatologista e gastroenterologista João Galizzi Filho afirma que existem sete tipos de vírus causadores da hepatite: A, B, C, Deta (D), E, F e G. Mas os vírus F e G causam infecções sem importância clínica comprovada. As hepatites virais mais importantes em nosso meio são: hepatite A, hepatite B e hepatite C.

A hepatite  é uma doença silenciosa e sua manifestação pode demorar décadas. A maioria das hepatites agudas passa desapercebida, sem sintomas importantes ou que chamem a atenção. “Quando causam sintomas (apenas 10 a 30% dos casos), o quadro clínico clássico é: febre, prostração, olhos e pele amarelos (icterícia), urina escura, fezes claras, náuseas e vômitos”, diz João Galizzi Filho.

Transmissão

O vírus A é transmissível pela via fecal-oral, ou seja, o vírus é eliminado nas fezes de um paciente com hepatite A, que contaminam reservatórios de água. Esta água ingerida por outras pessoas transmitirá a hepatite A. O vírus B é transmitido pela via parenteral (contato sangue com sangue por meio de objetos que perfuram a pele, como seringas, alicates de unha ou piercings), sexual, e de mãe para filho. O vírus da hepatite C é transmitido pela via parenteral. A transmissão sexual é possível, mas pouco frequente (5%), assim como a de mãe contaminada para o recém-nato (de 4% a 8%).

Mais de 7 mil casos em MG

Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES/MG) mostram que, no ano de 2008, foram notificados 7.233 casos de hepatites virais em Minas Gerais. De acordo com Soraia Zardini, referência técnica do Programa Estadual de Hepatites Virais da SES/MG, a hepatite C é a maior pandemia do momento. “Até 1993, não tínhamos testes que apontassem este tipo de hepatite para a realização de transmissões sanguíneas. Portanto, é grande o número de contaminados antes deste diagnóstico”, afirma. Atualmente, o marcador sorológico ANTI HCV (sigla em inglês para Vírus da Hepatite C) é responsável por detectar a doença no sangue.

Vacina na rede pública

Desde o início da década de 90, a vacina contra a hepatite B está  disponível na rede pública de saúde para pessoas até 19 anos ou grupos específicos de qualquer idade (como profissionais do sexo e homossexuais). Segundo a SES/MG, entre os adolescentes de 11 a 14 anos, somente 72,38% foram vacinados contra hepatite B. Já entre os jovens com idades de 15 a 19 anos, a porcentagem é ainda menor, somente 60,2%. A Secretaria justifica a pesquisa, dizendo que a vacina só foi incluída no calendário nacional de imunização infantil em 1998.

Informações no gabinete do vereador Sérgio Fernando(35551330) e na Superintendência de Comunicação Institucional(35551105/1445).